quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Portas

Perguntei ao céu qual a explicação para o tamanho sentimento de revolta que o meu corpo sentia pela vida, perguntei solicitando, quase que obrigando o céu a dar a sua resposta sábia... O céu, esse nada me disse, manteve-se quieto e silencioso, permaneceu no seu negro e angustiante tom a que nos habituou nas noites de inverno! Abri os olhos, rezinguei, perguntei de uma forma mais abrupta o significado deste estranho sentimento, precisava de ter as certezas do que cada espaço desse sentimento queria dizer, era talvez a necessidade da expressão "como pão para a boca"... O sentimento estranhamente manteve-se inalterável, intensificou-se marcando cada bocado do que poderia algum dia vir a sentir, parecendo até ele próprio que queria marcar a sua presença, uma presença possante e até quase vital. Corri, as ruas torneias nos meus esconderijos, esconderijos que facilmente eram decifráveis, esconderijos bem à vista dos olhos de toda a gente! Corri, corri mais um bocado e continuei a correr até que esbarrei contra uma parede, uma parede vinda do nada, uma parede que certamente apareceu como que por milagre! Quatro portas embutidas nessa parede, apenas uma seria a porta pela qual poderia passar e continuar a correr, todas elas deixaram a minha corrida continuar, nenhuma delas trazia um pedaço de alma amaldiçoado, nada disso, eram apenas quatro simples portas diferentes das quais teria que escolher uma para continuar a tão esperada corrida... Qual escolher, qual a porta, onde me levará cada passagem... O medo, o medo encontrou-me bem mais depressa do que eu esperava, o medo de escolher errado levou a que simplesmente não escolhesse nada de nada, não abri nenhuma das portas, sentei-me, apenas sentei-me a meditar sobre a decisão simples de apenas abrir a porta!
Deixei passar o tempo, a idade chegou, as primaveras passarão e os Verões acabaram comigo sentado e, e as quatro portas permaneciam simplesmente fechadas... Levanto-me, olho à minha volta, fixo as portas, os meus olhos circulavam pelas passagens, cada porta um enigma, cansado de enigmas, cansado de ter de escolher coisas difíceis, qual das portas me levaria ao quê? Recuo um passo, dois, meia-volta e corri ao encontro da partida, corri por entre as ruas que me escondiam de uma forma tão fácil de achar, parei... Olhei o céu e reparei que tinha acabado de fazer uma escolha, que tinha acabado de escolher o caminho que não estava diante dos meus olhos, baixei a cabeça e absorvi todos os embates negativos do que nunca pensei fazer! Gritei... "ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh" e nesse ataque de fúria, voltei corri e corri, corri pelas ruas, corri até ás portas, e corri mais um bocado... cheguei ás quatro portas, abrandei mas não parei, sorri, corri pela primeira porta que me apareceu e ... E nada, fiz apenas uma escolha de uma simples porta que em nada tinha mudado a minha vida, caí, deitei-me no chão a rebolar pelo verde verdejante que por baixo de mim brilhava, olhei o céu, já não era mais negro, agora era colorido, colorido como os tons do Alentejo! Sorri novamente e pensei para mim "e agora?" Olhei para cima, para o céu colorido e perguntei gritando " E AGORA?", o céu mais uma vez, apesar de estar com tons bem mais alegres, nada me respondeu... Baixei a cabeça e reparei que tinha que começar a correr de novo para procurar mais portas, apenas com uma diferença, agora não ia deixar que o medo me encontrasse e muito menos deixar aquelas primaveras todas passarem á minha frente! Agora era eu que comandava... Pelo menos era o que pensava!



http://www.youtube.com/watch?v=ew2eWXAWVfc&feature=related

ante-estreia

É a ante-estreia da sequência de mais um ano que poderá ser igual a tantos outros anos, igual a si mesmo, igual nas sensações e nas inoportunas mensagens que deixamos quando não sabemos o que dizer... Ano Novo vida nova...Nunca foi nem virá um dia a ser, ano novo simplesmente nos números que escrevemos depois do respectivo mês!

Este ano que entra sorrirei como sorri neste ano que se encontra a terminar, sorrirei quando tiver que sorrir da mesma forma que chorarei quando tiver que chorar! Não quero pedir nem mais nem menos, quero apenas o que tiver de ser, encontro-me farto de pedir e não receber ou mesmo de dar e não ser aceite! Neve? Branca e fofa tal como o átrio dos meus sentimentos, obscuros e incompreendidos mas que serão sempre os meus, um dia alguém os certamente compreenderá e nessa altura todos sorriremos mais um bocado, mas não será por causa do ano novo ou das passas ou mesmo das badaladas que contarei na respectiva hora dos segundos que rapidamente vão passar, será certamente porque sim... Porque simplesmente teve de ser o que foi, sem mais nada...

Quero um ano sem "porquês" ou "porque não", quero coisas mais simples do que as coisas que por norma eu costumo pintar, quero, mas não sei se será dessa forma uma vez que costumo ser eu a complicar as coisas mais fáceis... Então, tentarei ser mais natural possível e deixar o tempo rolar sem que o apresse, isso pode ser que consiga, o relógio já o deixei na loja, qualquer dia passo lá para o apanhar, contudo agora sinto-me frágil e sem pulso para o tentar trazer a mim!

Champanhe... Manda vir que vou certamente aceitar esse brinde, quero brindar este ano a mim, com ou sem felicidade, com ou sem motivo, apenas vou brindar á minha pessoa sem mais qualquer destino... Hoje o brinde é para mim!

Vai ser mais uma noite escura que se iluminará por breves instantes com o fogo que sairá disparado ao infinito negro do céu que esconde as estrelas, será iluminada por momentos tão curtos como a vida é iluminada pelo amor que divagamos por entre os cortinados do tempo! E ao acabar, ao acabar voltará novamente o negro da noite por quem todos ansiaram durante um ano inteiro.

Ano Novo... Máscaras incandescentes que teimam em tapar mais um bocado os rostos dos que se escondem o ano inteiro.

Bom ano a todos, creio eu!




http://www.youtube.com/watch?v=YwZFlLHmRzY

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

As Palavras Com Saudade dão Sofrimento Ao Viver...


As...

Palavras, de que servem as palavras que escrevo se ficaram apenas presas no papel que não tive coragem de te enviar? De que servirá tal vontade e necessidade de escrever se não for para que as possas ler?

Com...

Saudade, de quem me quer bem, quis bem ou pensa em me fazer bem, desses não sinto saudade, nem sinto... Sou animal, sinto saudade de quem tentou imaginar toda a minha imaginação, de quem bebeu as minhas palavras e fugiu sem porquês, ou explicações!

Dão..


Sofrimento, sinto quando reparo que deixei de dar valor ao passado que já não posso recuperar, ás histórias que já não posso viver, ao que não disse mas devia e aos momentos que perdi por necessidades absolutamente superficiais. Por amor? também já sofri mas prefiro não sofrer mais, tenho as lágrimas completamente secas!

Ao...


Viver... Viver... Viver... Viver zangado, apaixonado, triste, ansioso, delirantemente, feliz, magoado, excitado, pacatamente, mas simplesmente viver, viver ao som das músicas que consigo compor as imaginações da vida que anseio ter... Mas viver com gosto!



...


Sem indiscrição das palavras que nunca te disse e do que poderia te ter dito... Mas essas palavras voaram pelas asas da gaivota que levantou voo ás seis da tarde, naquele dia de sol... Marte já não será certamente o mesmo!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dialectos


Noite...

Adormecer cansado de esperar pelo dia...

Esperar...

Acordar na angustia de não mais sonhar...

Sonho...

Não tenho, deixei-os contigo...

Vida...

Perdida no labirinto do significado impróprio da palavra sexo...

Palavra...

Dizeres de letras todas juntas que a nenhum lugar me levam...

Lugar...

Esquecido por entre os muros da consciência que não tive...

Expressões...

Rostos sorridentes que deixaram de sorrir no dia em que sorriram para ti...

Mundo...

Algures perdido entre o lógico e o irreal da metafísica do ilusionismo...

Eu...

Tu...

Nós...

Eu "amo-nós"!

Não a ti, amo as histórias que vivi contigo, não o corpo físico que as viveu comigo...

Eu "amo-nós"...

E tu?


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

halfway


Encontra-me a meio caminho, não consigo caminhar o caminho todo sozinho, quero me encontrar a meio, quero sentir que me procuras, que sentes a minha ausência, que gostas de mim na forma estranha que sentes mas que gostas... Não consigo sozinho, és a fraqueza onde não queria fraquejar mas onde realmente fraquejo, és o sangue frio num corpo ainda mais gelado... Anseio por uma lufada de ar fresco, mas sei que não chega, muros enfraquecem o vento que pouco ou nada sopras, mas se continuares a soprar pode ser que um dia chegue, não negarei esse sopro, não direi que veio tarde, ou que agora é escusado, mas também não esperarei sem que a minha vida avance! Nunca me pediste que esperasse, mas eu esperei, fingi ser o que não sou e mostrei mais do que poderia um dia vir a ser, mas sim, avançarei até te encontrar de novo, até te olhar outra vez, esperarei naquela fronteira que nos colocará novamente a olhar olhos nos olhos, na fronteira que nos colocará mesmo que por breves segundos a dizer qualquer coisa, nem que seja um "oi", de fugida, mas certamente o diremos. Então, sabendo tu que até sinto qualquer coisa que ainda eu não o sei dizer, vamos correndo, sobrevoando as planícies que vão sendo desenhadas no nosso mapa, em mapas distintos, nos mapas que um dia se irão encontrar a meio caminho de cada um nós, e é nesse momento em que ambos percorremos a nossa metade que nos vamos encontrar, na nossa fronteira, e é aí nessa fronteira que eu irei esperar por te encontrar novamente...


http://www.youtube.com/watch?v=_A_arjPCKXA&feature=fvst

sábado, 12 de dezembro de 2009

Tréguas

Amordacei a minha mente, amarrei-a junto da consciência que predominantemente me marcava e catalogava a cada segundo que vivia. Pensei em nunca mais soltar uma palavra que fosse, mesmo que fossem das mais simples e casuais, nunca mais soltaria nenhuma das palavras, as palavras fizeram-me perder a razão, machucam quem as ditou e predominam na subconsciência que nos delimita os sonhos... Dizer as palavras foi como soltar o espírito que tinha em cativeiro, agora, agora já não tenho nada de nada, o espírito já não permanece e nisto vivo num vazio que nunca pensei viver. Olhei em volta e nada me cativava por forma a que não desse o passo, dei, voltei a dar, dei tantos passos que quando dei por mim corria desenfreadamente por entre os espaços vazios que tinha, então corri ainda mais, corri e corri, corria como se a minha vida dependesse disso, mas não dependia, a minha vida já tinha ficado para trás á muito tempo, perdida no areal de uma calçada de momento irónicos. Parei, respirei fundo o que por muito tempo desejei não respirar, respirei, inspirei o fresco sabor do "nada" que nada tinha, levantei a cabeça e voei, já não corria, agora voava por entre os sonhos que deixei de ter, por entre as nuvens que aconchegavam a minha chegada, voei por vários dias e várias noites, voei por entre "nada" do nada que havia para voar!
Corri, voei de mente amordaçada, a minha mente morta tentava ressuscitar e hoje libertou-se de males passados, hoje esses males não a reprimem, hoje esses males sentam-se á mesa com a mente, voam e correm juntos, até um dia, até ao dia em que... Bang...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ocasião


Se existe coisa que hoje me apercebi é que não existe tal coisa como destino, tudo se baseia na casualidade do acto singular de apenas viver, de viver cada segundo naturalmente despreocupado. Deixei-me perder por vários dias que seria o destino que me levaria ao encontro da felicidade estrema, mas hoje acordei na realidade que não, não existe tal coisa a guiar os nossos passos, tudo nasce na naturalidade simples da ocasião! Vislumbrei-me com tal presença na minha mente que divagava perdida por si mesma, apercebi-me que tudo o quanto acreditava nada era como outrora pensei, tudo era diferente, e eu, eu joguei o jogo completamente do seu avesso! Cada jogada foi uma jogada extremamente mal jogada, sem sentido, sem nexo, sem qualquer mais valia para mim, para a minha sombra que permanecia adormecida! Um momento, um desejo, um sonho, um beijo, uma vida... Ocasiões apenas, meras ocasiões que continuava a designar de destino, a ocasião que perdi naquele instante em que olhei nos teus olhos, a ocasião que deixei fugir sem saber porque me direccionei num destino inexistente que me levava até ti! Um destino que me comandava sem nunca existir, aceitar o destino foi como me render ao que já não podia mais lutar... Um momento de amor, melhor, uma ocasião para amar. Vivi dias demasiados longos preso num pensamento que era somente teu, dias que teimavam em não mudar a cor, a temperatura, dias que teimavam em ficar estagnados naquele instante, ou melhor, que eu teimava em o estagnar! Tudo á sua volta era inexistente, a existência que determinava as minhas decisões era a presença inexistente do destino que teimei em acreditar! Mais uma vez, o dito destino, mas que destino é esse que sempre acreditei e que hoje não acredito mais? Será porque foi esse o destino que fez permanecer dentro de ti naquela noite? Hoje sei que não, hoje sei que foi a ocasião meramente casuística, aquela louca ocasião que nós próprios nos propusemos a que acontecesse! Certo? Então e se foi isso onde é que entra o destino? Sim já sei o que pensas, na tua cabeça gera-se a simples afirmação "mas para isso acontecer teve que o destino nos apresentar"...
Mas perdida na sombra desse destino deixamos envelhecer a ocasião que jamais retorna, vivendo apenas nos persupostos contornos de um destino que nunca existiu!

E se te conheci... Bem, isso foi ocasionalmente, num lugar, numa hora, num momento, naquele segundo, naquele beijo!



http://www.youtube.com/watch?v=rxQ6HR9UbA0&feature=related

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ouvirei um dia!

Ouvirei um dia os pardais falaram por entre as brechas da minha janela, ouvirei um dia o sussurrar do vento dizendo aquilo que o faz mover, ouvirei um dia os próprios sonhos que por mim foram sonhados e nunca entendidos, ouvirei um dia o seu chamamento, o chamamento que terá a tua voz, a tua doce e angelical voz, a voz que me embalou, a voz que me educou, a voz que me esculpiu a personalidade forte que hoje tenho! ouvirei um dia o sol a acordar, ouvirei um dia o mar a chamar o areal que o abraça, ouvirei um dia as nuvens reflectirem por toda uma história que nunca perceberam, ouvirei... ouvirei um dia... E quando ouvir, certamente o meu corpo permanecerá quieto, gélido, pálido e sereno enquanto o meu espírito abraçará as margens do rio Tejo, o rio que banhou a cidade, o rio que tantas vezes o aconchegou! Ao ouvir todos esses sons destemidos e puros, o corpo será somente uma massa inexplicávelmente indiferente a toda a razão que venha a existir... Mas sim ouvirei um dia, mas não hoje, hoje dormirei o sono dos justos, o sono de quem não teme pois foi leal a si mesmo... Quando ouvir... Quando ouvir é porque atingi o meu destino, e aí, bem aí certamente irei florir como o sol num acordar de verão!

domingo, 15 de novembro de 2009

Segredos na areia


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E se o amargo que sentes na boca provem do sabor do sol que tanto nos alegrou, sorri, sorri porque esse mesmo sol cessou, deu lugar à chuva gélida e pálida que nos fará repensar sobre a realidade que jamais se tornou! Deixou que tanto de nada nos desse sonhos a não sonhar, nos desse as tintas que espalhamos na calçada, no areal de uma praia que irá manter em segredo todas as palavras gravadas numa areia que o mar já levou. Do seu sentimento nada mudou, continua a ser o mesmo, o mesmo primeiro amor, o mesmo primeiro de muitos amores, mas somente o único primeiro, talvez sem o desfecho esperado, mas isso são águas que não se controlam… Águas que hoje são trazidas pela chuva de um Novembro de verão, de um Novembro que me relembra uma tarde de Agosto, de um final de tarde de que gostei mas que anseio por esquecer, que anseio por apagar das memórias teimam em não sair, cravando no rosto impávido e deslumbrado um sorriso morto, um sorriso que se deixou morrer por entre as águas mergulhadas de um corpo desnudado e frio! Deixou-se levar, marcou no seu tempo as horas que já não largava, as horas espelhadas num relógio partido, de um relógio que teima em tentar parar o tempo!


Tempos continuaram e avançaram por entre as mágoas de dois sois, dois corpos, de dois seres… Deitei-me ao lado de um passado eternamente desejado, de um passado que não deixei apagar, que não deixei fugir… Um passado que queria apagar mas que o guardo como que um elixir para os sonhos que me deste! Do teu passado nada sei, saltei um capitulo que se prendeu por meros agrafos soltos, tão soltos que te levaram de mim por duas vezes, por dois momentos que nunca percebi, mas que também nunca quis ou tentei perceber, foram apenas dois momentos que aceitei com a mágoa com que sempre aceito! Juras e promessas, explicações de algo inexplicável são o que deixo que o areal guarde nos seus segredos, junto aos segredos e juras de mais momentos que por ali foram gravados… Os meus, bem, esses gravei-os junto ao mar para que o mar os leve e os deixe partilhados com os seus repousos… Um dia, quem sabe, um dia encontrarei de volta esses segredos, os segredos que guardei, que serão os segredos que desvendarei contigo e passarão a ser os nossos segredos, até lá, esses segredos não passarão apenas de segredos perdidos por entre as areias que são banhadas pelo mar gélido de um verão quente!

domingo, 8 de novembro de 2009

...

Até a perfeição é imperfeita no seu final!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cada vez mais sonhador



Se do sonho que me deste não o querias que eu sonhasse, então porque é que mo mostraste o seu doce sabor? Deste uma perspectiva de um mundo com que sempre sonhei, sem imagem, sem certo ou errado, apenas pelo real sabor do que deve ser intensamente vivido… Esqueço os arredores dos parâmetros de escolhas que teimam em sobressair pelos aspectos que devem ser ou não decisivos e decido pelo simples motivo do meu real sentimento. Eliminei as barreiras que teimavam em me prender em quatro paredes, eliminei-as e deixei que o teu mundo entrasse no meu, rápido e eficaz, feroz e mortal como um punhal que rasgou a pele junto do meu peito, uma pele cansada de sofrer pelo bater do coração que teimava em se soltar de uma prisão inapropriada a sua imagem! Sem procurar deixo-me levar, deixei-me e tu… bem tu mais uma vez demonstraste o poder de uma mente fraca e indefesa, agarraste no ponto fraco do meu ser e utilizaste-o a teu belo prazer, utilizaste-o através de um sonho, um sonho de menino inocente que deixei de ser mas que me fizeste voltar a viver, e depois de o viver, cortaste todo o seu ramo como que deixando desamparado, sem forma de me conseguir manter de pé… Para ti foi todo normal, uma simples e inocente noite, uma noite marcada por corpos suados que teimavam em suar a cada segundo que corria, sinceramente deixei-me levar pelas inocências que tanto teimei em gozar nos rostos que via sonhar, desta vez calhou-me a mim… Já se passou o seu tempo de sofrimento, se sofri, nem sei bem, talvez tenha apenas acordado, despertado e por esse facto não sei se poderei dizer ou catalogar o sentimento que vivi, se voltava a repetir, sim voltava ou não fosse eu o eterno sonhador quando estou ao teu lado!



Palavras de alguém cada vez mais sonhador!




http://www.youtube.com/watch?v=j7qtLrQVUFQ&feature=fvst

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Parece...




Parece que o mundo simplesmente parou, estagnou, parece que o mundo deixou de rodar, que o tempo congelou por entre os ponteiros dos velhos relógios que teimavam em controlar os segundos que deixava viver a cada dia! Parece que o mundo deixou de ser o que sempre foi, o mundo não sorri mais, ou possivelmente serei eu que já não sei sorrir e como tal poderei não conseguir contemplar o esplendor do sorriso que não vejo mais! As cores suprimem-se, fogem deixando tudo o que existia no simples preto e branco, mais preto que branco, num cinzento que não me deixa sequer ver qualquer outra cor, nem tão pouco o puro e simples branco… O mundo congelou, esfriou, o calor do sol deixou de se fazer sentir, não o sinto mais, o meu corpo está frio como um corpo sem espírito, como o corpo estendido á espera da sua ultima caminhada da decomposição, sinto-me frio, sem espírito, sem sentido e sem qualquer destino… O mundo não roda mais, estagnou, deixou-me perdido sem qualquer caminho a percorrer, o mundo não avança, obrigou o tempo a parar, e eu parei junto… Parei sem qualquer outro motivo que me fizesse avançar, tudo a minha volta avança e eu, eu permaneço no espaço intemporal que teima em que os ponteiros do velho relógio não o contabilizem, tudo á minha volta avança, cresce, e eu, eu não, eu teimo em não avançar, e quando tento o mundo obriga-me a parar no seu eterno purgatório, um purgatório de almas ainda com vida, de corpos que ainda sentem… Dói-me, sinto uma dor incontrolável, uma dor que teima em não passar, uma dor que me prende a uma época que deveria tão pouco ser acompanhada de uma evolução lógica, de uma evolução que teima em não começar em mim… Parece que o mundo… Qual mundo? O meu mundo deixou de existir faz muito tempo, o meu mundo nunca existiu, vivi num retrato inglório de uma vida que não a minha, de uma vida que era vivida e somente copiada por mim, sem decisões, sem ambições, sem qualquer sentido pessoal numa vida totalmente impessoal, por isso deixo que o mundo congele, pare, estagne… Deixo que o mundo me prenda neste segundo que teima em não avançar, e é neste segundo que me prende que suspiro pela corda que me liberta, uma corda entrelaçada no seu próprio corpo que me levará ao tão esperado equilíbrio universal, e será nesse equilíbrio que o tempo prosseguirá novamente o seu rumo, o seu caminho, sem mais qualquer obstáculo… Parece que o mundo simplesmente parou, já não oiço mais os tic tac´s do meu relógio, do velho relógio que teimava em controlar todos os segundos da minha vida!







http://www.youtube.com/watch?v=YlRhs1Wb7wo&NR=

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O teu jogo de certezas

Se das tuas certezas tiraste as minhas elações, então das minhas certezas deixaste morrer os meus sentimentos... E se dos meus sentimentos nada viste, foi porque cegaste pelas tuas certezas... Dessas certezas de que nada sabias de tão incertas que eram... Incertezas que foram mais certas que as certezas que juravas ter!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cansaço


Cansado da omnipresença da imensidão de um legado que simplesmente não pedi, um legado imposto por decisões que nunca tomei, por palavras que nunca disse… Prefiro sentar-me e reflectir em como a necessidade não passa da simples vontade de nada querer, para que pedir? Sento-me apenas, deixo que o relógio avance como que me levando a novas portas de escolhas, escolhas de vazios inconfundíveis, de vazios que em nada me transportam para a pura e eloquente supremacia da minha evolução como ser… Estas escolhas são simplesmente escolhas de nada, de uma nada em torno de muito menos, um menos que apenas nega qualquer necessidade ou possibilidade de querer o que se pode, levando sempre a querer o que nos é impossível!
Cansado, cansado de nada fazer em relação ao que poderia ser, aos sonhos que poderia sonhar, às coisas que simplesmente poderiam me transformar num rosto de um estátua habitada de negligencia e deserta de inteligência por quem a contemplaria, uma estátua que seria de porcelana pronta a quebrar a cada segundo que passasse… Dessa porcelana nada seria achado, tudo se transformaria pela perda do que nada trouxera!

Cansado, cansado até de mais, cansado de esperar, cansado de respirar, cansado de estar cansado, cansado de uma vida de infortúnios e devaneios, de sortes e azares, cansado simplesmente de viver uma história que nunca será a minha história, será sempre a história que alguém escolheu para mim… Quero ser a minha própria personagem, quero ser o que eu decidir ser, mas apenas me poderei manter nesse querer durante as palavras que nunca disse, durante as palavras que caiem directamente mudas da minha boca para a caneta da minha mão! E é nessas palavras, nessas conjugações em que o meu mundo se pinta com as minhas cores, em cada frase, é em cada frase que ganham as formas com que eu sonho, em cada parágrafo, em cada exclamação que recupero as forças que me levam á exaustão, ao cansaço da omnipresença deste trágico legado a que me obrigo! Quero desviar esse legado, pô-lo de lado e respirar outra personagem, quero voar por entre os céus das minhas palavras, navegar por entre cada suspiro do meu respirar, quero ser algo mais, algo maior… mas não consigo, sinto-me cansado desta luta a que me obrigo, a esta luta que combato para defender um legado que não o meu, um legado que nunca pedi!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sombras


Nas sombras do meu quarto vivo um sonho que em nada é sonhado, um sonho que simplesmente se eleva das vontades de querer aparecer por entre os sóis que iluminam a minha noite, sem noite, só nas sombras, nas sombras de um espaço quase imperfeito de tanta perfeição, de uma perfeição construída por base nos sonhos que nunca sonhei… Adormeço cansado de tanto respirar, um respirar eterno e sufocante, angustiantemente obrigatório pela sua inglória vontade de não me deixar morrer, pela sua luta eterna que simplesmente sinto vontade de desperdiçar… Deixo que o pecado se entrelace nas linhas com que me cozo, nas linhas que deixei de ver mas que demarcam as minhas margens, umas margens intransponíveis e que tento, talvez por teimosia, transpor, quero fugir desta prisão que não me prende, desta prisão que teima em desvalorizar cada pedaço de força que tenho, força… Estranha força que sinto, que perco a cada instante que passa, a cada segundo que morre, a cada dia que vejo simplesmente brilhar mas que ninguém ousa contemplar… Contemplei um dia, apenas um dia, depois deixei-me levar pelo rumo das águas paradas que teimaram em não me levar a lugar algum! Igual a tantos outros, desigual a mim mesmo, estranho que me olho quando adormeço, mais estranho me pareço quando acordo… Sou o estranho que entrou numa casa cansada e fraca, numa casa de ruínas e incertezas, uma casa que simplesmente precisa de algo mais que as paredes que lhe vão sustendo a sua envergadura, preciso de mais, preciso, preciso… Preciso, eu sei que preciso de algo, de um algo que não descrevo porque nem eu mesmo sei o que poderá ser descrito dessa minha necessidade, da necessidade simples e complexa de ser entendida! Estranho é a força que vejo brilhar todos os dias, a força deste sol que um dia irá rebentar por entre os nossos olhos, e nesse dia, o sol brilhará com tamanha força que dificilmente ninguém o contemplará, o seu brilho passará de indiferente a talvez temido, mas visto… Sinto-me como esse sol, sinto que em sou incrédulo de mim mesmo, e que ninguém ousa sequer contemplar o pouco de brilho que transmito, do pouco sorriso que demonstro, mas não quero explodir, não quero obrigar de uma forma temível a que seja visto, pois nessa altura a minha amargura transformar-se-á em ondas que nunca poderei domar! E nesse instante voltarei a perder-me de mim mesmo, meu maior medo, não me conhecer, meu maior receio, perder-me do que sempre fui, do que sempre pensei ser! Mas um dia, qualquer dia, sem data marcada, sem qualquer apontamento numa agenda cansada de tanto esperar, eis que surgirá alguém, algo, alguma coisa que me apresentará a mim novamente, e nesse momento em que voltarei a ser uno comigo mesmo, poderei gritar, acender as luzes e contemplar as sombras que vivem neste quarto, e ai, bem ai poderei sonhar um sonho possível de ser sonhado!

sábado, 24 de outubro de 2009

Outra vez...Não digas nada!


Existem momentos que as palavras simplesmente fogem, escondem-se por entre as sombras da noite escura e negra de uma cidade impávida e serena, de uma cidade por agora já morta, numa cidade que ressuscita cada dia, á mesma hora, quer esteja a chover ou qualquer outro tempo que possa simplesmente fazer! Existem momentos em que as palavras escapam por entre os dedos, para que não se possam eternizar em qualquer pedaço do mais simples papel! São essas palavras que por vezes tento dizer, mostrando que até que podia encaminhar toda uma explicação que não te faria qualquer lógica, mas que seria a mais verdadeira das verdadeiras palavras prenunciadas em teu favor! Dizer-te o que simplesmente sinto, é como abrir um livro que nunca foi lido, acho que simplesmente nunca ninguém me leu por completo, acho que nunca ninguém chegou ao fim da minha história, desta história interminavelmente eterna… Esta noite em que as palavras me escaparam, foi a noite em que pensei em ti, novamente, de uma forma em que me apeteceu fazer um regresso a um tempo que vivi ao teu lado, um curto tempo que vivi contigo, aquela simples experiencia de fazer simplesmente parar o tempo… Se tivesse capacidade de fazer o tempo voltar a atrás, manteria tudo o quanto fiz, porque mudar cada pedaço do meu passado seria como me mudar a mim, seria como alterar cada aspecto da minha personalidade, e isso, acho que nada me fará mudar! Queria ter um eterno leque de palavras para que te pudesse dizer tudo a todo o tempo… Não digas nada… Shiuuu… Escuta apenas, um dia darás o real valor, um dia seremos o que não fomos por agora, sem destino nem nada que se pareça como obrigatório, apenas porque sim, porque teve de acontecer, e se não acontecer, então foi isso mesmo que tinha de ser! Então, e até lá, vou desfrutar de cada momento que tenha de ser vivido, e isso será o que de mim fará alguém melhor do que sou agora…
Existem momentos em que as palavras simplesmente fogem, e esta noite não é excepção, as palavras voltaram a fugir, deixando-me mudo, incrédulo e apático pela noite fora… Não direi que te daria o mundo, ou como te trataria, o que simplesmente faria, não direi nada porque são coisas que se vão vendo e apreciando a cada instante que passamos juntos e em conjunto com o nosso mundo… Mas… Não digas nada, saboreia apenas o que te tenho para oferecer por agora, e nesta noite escura, nesta cidade impávida e serena, nesta cidade por agora morta, eu escrevo em palavras que me fugiram, com palavras que não consigo prenunciar para que tas possa levar, mas, é nesta cidade, nesta rua, neste quarto, nesta cama em que me deito, nesta noite escura, que sinto o que não sei dizer e digo o que continuo a sentir!



Medo

Se é do medo que fujo, se é do medo que me escondo, sé do medo que não vivo, então morro pelo medo que nunca me deixou viver!

Vive a morte que te oferecem...


Vivo a vida como mais ninguém, quem o diz certamente será das pessoas mais sortudas que podem existir, eu não vivo uma vida, possivelmente vivo alguns momentos de vida, espécies de sopros de alguma esperança, daquela esperança que existe quando um corpo já incrédulo dá o ar da sua graça quando ninguém mais acreditava ser possível, isso é o pouco de vida que vivo! Eu poderei dizer que vivo a morte que me ofereceram, uma morte especialmente concebida pela evolução da trágica e inglória sociedade soberana que nos deixaram de legado… Vivo uma morte tempestuosamente vivida, ou se calhar nem tempestuosa é, será talvez uma morte declarada desde o dia que em que passamos para a grandiosa fase de exploração do nosso consciente, da exploração e obrigação da nossa inteligência… Nada é simples, e se o era deixou de o ser, tudo se baseia nas escolhas que derivam na sua total e promíscua necessidade financeira! Quem consegue viver, certamente guardará o segredo, pois será único, ou dos muito pouco que habitam esta sociedade, ou possivelmente serão os que a própria sociedade condena e recrimina pela sua maneira de ser, possivelmente serão os descabidos e os eternos seres que nunca cresceram, e se existem de uma forma minoritária então certamente não farão parte integrante da sociedade e viverão á margem da mesma, na periferia de uma sociedade que teima em eliminar cada vida. Na morte que vivo, vivo poucos sopros de esperança, nem tempo tenho para viver, só a morte na sua inteira indisponibilidade teima em ocupar todos os segundos em que poderia, talvez, soprar um pouco desse sopro! O trabalho, o transito, as contas, a escola, as despesas, mais trabalho, mais transito, mais contas, mais, mais, mais… Somos adultos, a partir daqui é sempre a somar, é a responsabilidade que nos vai afectando, ser responsável é ter a certeza que somos adultos, por isso, sem qualquer outra questão, questão essa que nunca poderá sequer existir, temos de nos ocupar somente com trabalho, pois isso é ser-se o mais adulto que possa existir! Essa necessidade implícita de trabalho aparece pela necessidade simples de “ter” prioridades, e essas prioridades obrigam-se a ser pagas… Uma família, dois adultos que obtiveram o maior dos milagres, ou seja, um filho… Uma família tipicamente nacional, três pessoas num agregado normal e familiar… Uma renda, o infantário, a TV, o telefone, a comida, o carro, entre outras possíveis despesas, tudo isto suportado pela simples e magnifico ordenado mínimo dos dois pais, e para os dois trabalharem, tem que se colocar o magnifico milagre em algum lugar, a magnifica cresce que obtém qualquer coisa como quase o ordenado mínimo… Mas por este caminho, parece que faço campanha politica e social, e simplesmente não é esse o meu objectivo!

Vivo a minha morte, soa a estranho, mas não o é! Vivo a morte que me foi oferecida, vivo a morte porque me mato a cada dia que passa sem conseguir ter o proveito necessário para dizer que realmente “vivi”, estranho? Na sequência da nossa vida, numa sequência de contabilização do tempo, obtemos a resposta que viver viver nem sequer 1/10 do nosso tempo real vivemos, 9/10 são passados a trabalhar e a dormir! Então e na sua realidade, se não vivemos 9/10 da nossa vida porque é passada em “obrigações” socialmente correctas, podemos dizer e afirmar que vivemos 9/10 de uma morte oferecida pelas moralizações sociológicas da nossa sociedade!
E viver uma moralização socialmente correcta sem ver o nosso rebento virar homem, e perder a única fase de vida inocente do nosso mais puro milagre, é o mesmo que afirmar que morremos dolorosamente como que enforcados por uma necessidade obrigacional que teima em não nos finalizar de uma vez, morremos nas mãos de uma necessidade obrigacional simplesmente sádica e inimiga da vontade de simplesmente viver.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Evolução


O que preciso é de me sentir como nunca senti, ou melhor, como um dia pude saborear esse sentimento mas que não saboreio mais, um sabor que já não passa pelo simples facto de não sentir o que pude um dia sentir… Uma força, um aperto, um muro de entre os braços por mim apertados, um bater, um bater forte num peito que teimava em esconder o rosto quando corria do medo que me fazia sentir este medo, este simples medo que hoje sinto! Hoje esse peito não existe, não tem o bater que tinha, acho que não bate mais ou pelo menos eu não o oiço como ouvia dantes, se ainda bate então o vento leva cada compasso, cada toc toc toc, cada ritmo certo da sua segurança impenetrável. Quem ousaria um dia dizer que hoje já não conseguiria falar mais contigo, ouvir os teus conselhos outrora deixados ao acaso? Quero-os ouvir, escutar como escutava dantes, quero ter o poder de decidir quando e como o mundo anda, gira, vive, como o mundo tem ou não o direito de me magoar com o teu afastamento! Se existisse algo que me tornasse imortal, até paranormal, seria a necessidade simples de te olhar novamente, correr para os teus braços sempre abertos e aconchegar o meu rosto sempre assustado no teu peito e ouvir o eterno, toc toc toc do teu coração, no mesmo ritmo que me acalmaria e me levaria a saborear novamente a simples chuva de inverno que hoje já nem quero mais escutar!

“Tu és forte isso passa! Demora, mas passa…!”

Forte? Eu? Quem disse isso certamente mentiu, certamente não está bem a par da realidade dolorosa que se torna cada acordar meu, cada despertar, cada olhar enfadonho no meu espelho matinal… Forte? Nunca… Nunca o fui, tremi sempre a cada roncar do trovão, a cada explosão do céu como que gritando toda a sua glória… Um céu ao qual não olho mais, um céu que me custa ver cada pedaço do seu azul, ou da sua estrela cintilante que teima em brilhar como que sorrindo pela felicidade que hoje simplesmente me enraivece… Raiva… Sim, isso sim, uma raiva simplesmente poderosa que me leva a vontade de uma vingança eterna, de uma vingança simplesmente sangrenta, quero levar a milha lágrima e cruza-la com o sangue de quem ma fez derramar… TOC TOC TOC… Agora soa o meu coração como que batendo os tambores de caça, tornei-me no predador, tornei-me naquilo que eu nunca conheci… A Raiva, a doce e suave sensação da raiva, de uma raiva que me eleva nas vontades que nem a minha boca se atreve a prenunciar com medo que só o seu simples facto de soletrar possa causar o maior dos pecados! O meu consciente constrói cada frase com banhos de sangue, rios de sangue simplesmente entornados num corpo que nunca me disse nada, sofrível, maquiavélico, demoníaco… Tudo misturado naquele corpo por si só inundado no seu próprio sangue, sem qualquer razão aparente para ninguém, mas que a mim me eleva ao elixir do centro espiritual, que me leva o sorriso de raiva estampado no meu rosto… Evolução, simples evolução de um ser fraco e manipulável para um ser que se defende e conquista cada pedaço do seu próprio ser… Uma conquista da necessidade simples de se sentir… Ahhhhh, grito como que acumulando a força que ganhei em mais um corpo desnudado e ensanguentado, uma força nova, um homem novo, uma raiva simplesmente eterna que disputa cada espaço no meu corpo!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

???

A infelicidade existe na inteligencia de tentar ser feliz!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Interpretação das questões

Existem perguntas que não devem ser interpretadas, apenas vividas, sem sequer sentir os motivos dos porquês! A interpretação das perguntas pode levar ao desespero das respostas, de respostas que ansiosamente possam ser pretendidas sem se dar tempo a que elas possam aparecer espontaneamente… A pretensão das respostas é naturalmente humano, é uma simples necessidade de saber se o que queremos ou estamos a fazer é o certo, é simplesmente o que nos fará bem, mas, e se a resposta não tiver que ser imediata? E se a resposta for uma necessidade lógica e intemporal? Então aí as certezas iriam tornar-se incertezas, ou não fossem elas já uma incerteza de qualquer felicidade… A necessidade de saber que a aposta que se faz é a aposta certa leva ao erro de simplesmente não apostar sem qualquer certeza, e o que hoje pode ser certo amanha pode nem sequer coexistir na sua realidade, tornando-se numa decisão obsoleta com a qual teremos de viver! Na incerteza das respostas às minhas perguntas surge a necessidade simples de somente viver, viver em busca de uma resposta totalmente intemporal, de uma resposta que simplesmente me possa levar ao tão desejado “nada”, um “nada” cheio de tudo, de todas as certezas que nunca poderão ser certas. O destino é o mapa, é o rumo que deverá ser correcto ou transposto, mas não o que obrigatoriamente terá de ser percorrido, os caminhos são vários, nós temos o poder de decidir qual o caminho que escolhemos, mas então e as certezas que esse caminho é o correcto? Não existem, ou melhor, nem poderão existir, caso contrário o certo tornar-se-ia errado e o errado tornar-se-ia certo e nesse simples instante todas as questões não existiriam mais e como tal deixaria de fazer qualquer sentido a busca incessante às suas respostas! A interpretação das questões mais simples, levaria também á simplicidade das próprias respostas ou motivos que nos levaram a questionar esse mesmo “porque”, qualquer momento poderá ser considerado “mágico” desde que seja levado na sua total inocência, agora, se nos esforçarmos a tentar perceber o seu real motivo, esse mesmo momento poderá ser levado com incoerente, infantil e inoportuno, mesmo que estas três palavras juntas possam ser designadas como espontaneidade a qual me levaria novamente á palavra mágica… Existem possíveis decisões baseadas em pensamentos, em escolhas oportunas de desejos físicos e não sentimentais, obviamente que isso existe, contudo não poderemos nunca solicitar que essas mesmas escolhas possam perpetuar todas as restantes escolhas… Certamente que poderia escrever mais mil uma palavras, escrever mais mil texto ou até mesmo um livro inteiro que em nada, nem mesmo a mim, mudaria a vontade de interpretar todos os porquês da vida, muito menos os porquês do “amor”…

Na nossa mais pura inocência, por vezes deparávamo-nos com aquela pergunta mágica: “Gostas de mim?”, e na sua mesma inocência eis que automaticamente dava-mos três possíveis respostas: “sim, não ou talvez?”, e nesse mesmo instante eis que morria o nosso bilhetinho mágico. A nossa interpretação da nossa dura questão era somente o sim ou o não porque raramente a resposta “talvez” era dada. Hoje, passados alguns anos, a experiencia diz-me que a interpretação é levada á palavra talvez, pelo simples facto de ser a palavra que melhor se enquadra em tudo! Mas nunca que será a mais pura, apenas a mais socialmente correcta!

A necessidade de nos sentir-mos concretizados nasce da próprio medo de falhar, no medo que sentimos naquele instante de meros segundos em que tudo pára á nossa volta, e é nesse milésimo de segundo que eis que surge todos os “porquês”, desde os mais simples aos mais complexos, mas os mesmos eternos “porquês”… Na nossa simples fantasia criamos mundos paralelos aos que na realidade vivemos, transformamos esse nosso mundo imaginário num mundo simples e perfeito obrigando-nos a viver nessa mesma condição no nosso mundo real, essa obrigação leva-nos a criar o medo em falhar, e esse mesmo medo leva-nos a querer efectuar sempre as escolhas certas e de preferência da forma mais simples. E essas preferências pelas escolhas simples criam a complexidade da interpretação das questões, das questões intemporais que apenas têm de ser vividas e não interpretadas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Amar com necessidades?

Amar com necessidades? Não sei o que significa, mas cada vez mais creio que possa ser algo que se conjugue correctamente, devem ser duas opções que se completem, estilo vinho tinto e velas, filmes e chuva, frio e cobertores! Tal como tantas outras conjugações que possam ser possíveis, mas creio que, possivelmente e certamente errado, conjuguei o meu amor com uma necessidade que seja somente a de amar, nunca subjuguei o meu sentimento a uma casa maior ou um carro melhor, a minha necessidade é a de somente ser amado e a de poder amar… Tudo para alem disto será certamente um necessidade “incoerente” á palavra amor!
Hoje, escutei que por vezes não se pode apaixonar por quem não nos pode dar um estilo de vida a que estamos habituados, mas como é que poderei então seleccionar de quem gosto, terei alguma tabela, algum padrão? Nunca que percebi bem a minha necessidade primitiva de poder gostar, aliás, poderia dizer até que no escuro, e enquanto os nossos corpos estão nus, é quando se aumenta a chama do saber que te quero, é nesse instante que o mundo por mais frio que seja não me poderá simplesmente fazer desistir de ti… Mas, somente de ti, sem qualquer artefacto ou dote, apenas porque é de ti que nasce a minha necessidade! Talvez a minha realidade seja a de um mundo simples e incorrecto, mas é nesse erro de vivencia que teimo em viver!
E enquanto estas longe teimo em olhar novos paraísos, novas pastagens, novos mundos. Teimo porque me custa somente lembrar da tua imagem, e das saudades que se provocam aquando do sentimento que delas advém. Sonhar contigo é como entrar numa batalha que não poderei nunca ganhar, que simplesmente perderei a cada dia que passa. Sonhar contigo, é o punhal que se espeta no meu sentimento de somente não querer sonhar, de querer simplesmente viver…
Amar com necessidade… do que se trata? Poderia dizer que se trataria de qualquer coisa, que se trataria de uma simples vontade… mas qual? Quando se ama o mundo parece virado do avesso, parece que simplesmente o mundo não existe mais como o pintamos ou até como o sempre idealizamos, querer que esses sentimentos não aconteçam é o mesmo que não querer amar, é o mesmo que simplesmente desejar estar parado numa auto-estrada a contar cada carro que passe, a pensar para onde é que irão, qual o seu destino, sem nunca no entanto delinear um destino nosso, sem nunca sequer sonhar com o que poderíamos ou não viver…
Mudar o meu mundo por alguém? Isso seria mudar-me completamente, e isso não faria nenhuma relação eterna, muito pelo contrário! Isso levaria ao sufoco indesejado… Amar é aceitar quem se ama pelo que é, pelo que sempre foi, não porque somente tem uns bonitos olhos ou um corpo inteiramente interessante… Amar é somente amar, sem explicações nem razões, amar, amar é o sentimento que simplesmente faz com que todos os outros se sintam menorizados e inferiores… Amar? Amar é a simples tecla que te leva o sorriso ao rosto!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um Sonho, um Desejo, um "All I need is..."

Um sonho alto e descabido, um sonho que voa em horizontes que nunca terminarão, um sonho que procura algo mais que si mesmo, um sonho, apenas um sonho… Um sonho de miúdo, de um miúdo já crescido, talvez graúdo, mas eterno miúdo, um sonho inocente tal como qualquer desejo de um sonho de criança, mas simples, sem complicações e ao mesmo tempo tão fácil de subtrair das raízes incandescentes das certezas que uma criança tem! Sonho a cores, cores vivas e brilhantes, talvez até florescente, cores que prendem os olhos com correntes imaginadas pelo nosso subconsciente, cores berrantes e vivas, cores, muitas cores que simplesmente tendem em pintar o sonho em tons que me levem a sonhar cada vez mais! Sonho de cheiro a bolos, bolos caseiros acabados de fazer, bolos da mãe, daqueles bolos que ainda esfumaçam o seu cheiro a canela misturado com maça, o seu cheiro de simplesmente ansiedade de poder saborear cada fatia do bolo acabado de fazer… Sonho, sonho de sonhos, um simples e complicado sonho, um sonho de uma vida sonhada em quinze minutos, um sonho de um segundo sonhado por uma vida inteira… Sonhos, simplesmente sonhos!

Um Desejo, um desejo inconfundível, um desejo de apenas querer o sabor da minha vontade, de uma vontade insaciável… Um desejo inviolável, um desejo de sensações que me prendem a desejar cada vez mais, um desejo que me leva ao querer estar ao teu lado, como o Outono do Inverno… O desejo de te querer, de viver contigo tudo o que quero viver… Um desejo escondido por entre as chuvas e as folhas castanhas caídas das árvores a quem um dia juraremos a nossa cumplicidade, a nossa parceria eterna. Desejo de um sonho, um desejo de criança, um desejo de muito querer, um desejo eterno. Um desejo que me leva até ao fundo, que me eleva, um desejo de vontades próprias e quereres absolutos como que levando até ti todo o meu melhor, todo o meu ser. Que desejo, que leveza da incerteza de querer desejar cada vez menos e de sonhar cada vez mais este desejo! Um desejo de incertezas absolutas das minhas irreais ansiedades, das minhas reais fantasias… Apenas mais um desejo, um desejo apenas de uma vida que desejará ainda mais desejos para sua vontade, desejos de tanto desejar!


E dizes que “All I need is love”?

Prefiro dizer que “ All i need is someone to receive my love”…

Porque desejo e sonho por encontrar quem seja o baú que contemplara cada pedaço do que eu consiga dar, do que eu conseguir desejar e sonhar em conjunto…

domingo, 4 de outubro de 2009

Não sou Homem de remoer o passado...

Não sou Homem de remoer no passado, não sou desse tipo, se calhar infelizmente ou quem sabe felizmente… Mas a verdade é que sinceramente não sou desse género!
Sou de sentimentos sinceros e explosivos, quando digo é porque sinto-os não porque queira apenas dizer, mas, se existe coisa de que eu não gosto é de me sentir magoado, mas também que gosta? Olhar um presente descabido, é o mesmo que oferecer corda a quem deseja se suicidar, são incompatíveis, nunca que deverão ser postos em conjunto!
Hoje presenciei duas situações muito próximas deste meu passado presente, e se existe coisa que sou é um “complicado descomplicado”… Duas situações, dois mundos, dois Sóis, tão distantes e tão perto um do outro, e sinceramente, eis que surge algo inesperado de mim… Nem estive para ali virado… Falei como duas pessoas amigas, como adulto que afinal sei que sou! Sem “ses nem meio ses”, sem “mas…”, sem nada que se poderia subjugar a um eu que levaria logo a sua imaginação ao seu passado presente! Eis que “puff” não vivi nenhum passado, agi com a naturalidade e tranquilidade que desconhecia em mim… E se ofendi alguém, peço desculpa não foi minha intenção, só que sinceramente, apercebi-me na certeza absoluta que não sou Homem de remoer numa ferida que já sarou!
Estranhamente, mesmo que pareça contraditório, direi que sim, existe quem mexa ainda comigo, mas afirmo que não, não pretendo estragar nada que possa existir por uma, ou mais uma aventura, ou até mesmo “Tentativa”… Já não quero tentar mais nada, agora quero e preciso de certezas, e ninguém tem noção do como isto que estou a dizer se torna estranho de ouvir da minha boca, ninguém tem mesmo essa noção!
Eis que a humanidade tem tendência a crescer, e eu estou nessa fase de ilusão mágica, nessa fase de crescer, sem imagem exterior (apesar de a imagem ser o nosso primeiro feitiço) apenas com o intuito de saber a veracidade de qualquer sentimento, o receber a mensagem ao começar o dia, a mensagem ao adormecer, receber simplesmente uma mensagem só pelo simples facto de que alguém se lembrou…
“Loves not a competition but im winning”, frase citada pelos Kaiser Chiefs, estranha? Até que pode ser mas é a pura e dura realidade… Já ganhei muitas competições nesse jogo, mas neste momento quero-me reformar simplesmente com alguém que me entenda, com alguém que queira estar comigo pelo simples facto de “Sim”….

Todos anseiam pela sua cara metade, mas o que torna alguém a nossa cara metade? Simplesmente creio que nada! Não existe uma tabela que se possa cumprir criteriosamente para que se possa ser a cara metade de alguém, simplesmente se é pela nossa maneira de ser, de interagir com a “determinada” pessoa… Não é necessário se forçar nada, isso é pura imagem irrisória de uma palavra que se distorceu com o decorrer dos anos, a palavra “Amor”…
Se gosto de ti? Claro, nem sejas tonta a pensar o contrário, mas se… Não quero responder a mais nenhuma pergunta, quero simplesmente desfrutar do meu crescimento, dum crescimento que nem eu tinha notado… Afinal crescemos a cada dia que passa!

Agora, agora tenho as minhas sobrinhas e a minha afilhada, essas são as minhas paixões, são essas as mulheres a quem tenho que agradar, não preciso de agradar a mais nenhuma, com todas as restantes, bem isso serei eu naturalmente natural, no real sentido da palavra “verdade”…

E se te magoei por não ter dado a atenção merecida, bem, isso é algo que não posso fazer nada, não fui eu que assim quis… Estranho… Tu Tu e Eu no sentido oposto!

A verdade esteve sempre á frente dos teus olhos, sempre fui este ser que se intimida com facilidade e que ama apaixonadamente cada sentimento novo… O problema é que nunca ninguém entende o real sentido da palavra “adoro-te” ou até mesmo da palavra “amo-te”, não entendem por ser uma palavra banal, mas isso, bem, isso já não é um problema que me assiste, poderá sim, ser um problema que te assiste a ti, ou a quem nunca to disse com o verdadeiro sentido da palavra, mas não a mim!

Simplesmente porque sou um Homem que não remexe nas feridas do passado, sorrindo para qualquer pessoa do passado que ainda queira fazer parte do presente, agora, bem agora é simples, mundo novo vida nova, certo?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amor com amor? Amor não compatibiliza com amor…

O amor é um sentimento estranho, um sentimento que parece não existir, um sentimento que parece com o vento, vem e vai, vai e vem… O amor não se compatibiliza com outro amor, chocam, não é possível qualquer união é como o azeite e a água! O amor tem necessidade de ser único, não permite que possa existir algo que se iguale a si, algo como outro amor! Se o casal estiver ambos com um “amor” de iguais proporções, surge a necessidade de um tentar ser mais que o outro, e vice-versa, e nessas tentativas torna-se no exagero, no sufocar de sentimentos.
O amor necessita de ser único, onde apenas um tem de sentir necessidade de conquistar e o outro de ser conquistado, é neste jogo que simplesmente a verdade amorosa se inicia… Existe sempre alguém que precisa e alguém que simplesmente não pode mostrar que precisa!
O amor nunca que se irá compatibilizar com o amor do seu parceiro! O amor é como um filho único, tudo gira á sua volta, tudo é direccionado para si mesmo…

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

....

Palavras, são palavras que definem o senso comum do senso abstracto da grande questão, de uma questão de compreensão sobre o que se pretende dizer… E quando não se diz nada, o que é que se pode compreender?
As expressões não podem conjugar nem excomungar o abstracto da compreensão, mas podem justificar o real sentido da frase indirectamente solta…
E se…
Esquece os meus “e ses…” que eu tentarei esquece-los também… Mas hoje tive a sensação de me querer explicar e não conseguir dizer nada do que realmente queria dizer! Compreensão?
Não, hoje foi mesmo o sentido de não conseguir falar perante ti!
Porque são palavras, meras palavras que definem o senso comum do real sentimento que se quer transmitir…

Mas e se ninguém falar?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quando as verdades não são medidas…

Da teimosia do meu signo “Carneiro” solto palavra de sentimentos verdadeiros e espontâneos, solto e conjugo frases que por vezes são sentidas demais do que o sentimento permite, solto palavras não medidas e julgo-me a mim com palavras que dirijo a alguém de quem por acaso até posso gostar!
Hoje soltei palavras que não devia, julguei-te e simplesmente não o deveria ter feito, julguei como se fosse o dono e senhor da eterna razão, palavras “desmedidas” do meu signo, é nessa estranheza que senti no momento seguinte que percebi da imensidão da minha brutalidade quando me sinto magoado, e nessa imensidão torno simplesmente um ser irracional, um ser de curto raciocínio lógico, e expludo com todas as sinceras palavras que se mantiveram presas dentro de mim, que se enclausuraram no meu medíocre ser! A quem nunca aconteceu? A mim torna-se um hábito, nesse aspecto sou um “monge”, ou não fossem os monges feitos de hábitos!
Sem saber a tua verdade julguei-te com a minha, fiz do meu julgamento a decisão final, não ouvi a tua defesa e condenei-te… Desculpa! Por vezes as verdades são dúbias, e têm duas versões, mas a mediocridade do ser humano, do ser irracionalmente humano, faz com que só se consiga ver uma das verdades paralelas, e faz-se sentir na obrigação de se viver incondicionalmente essa mesma ordem de razão inexistente!
E então, em que ponto de situação ficamos, quem tem a maior verdade, ou melhor, a verdade mais verdadeira? Depende do ponto de vista, mas, mas sobreviverá quem souber ou conseguir ver as duas verdades e aceitá-las… Sem juízos de valor, nem juízos vulgarmente enganosos… Da palavra séria da minha verdade de onde pressuponho que sai do meu signo “carneiro”, e da vontade de ser frontal, de tal frontalidade que machuca por vezes só pela maneira de querer dizer o que sente e a quem sente “amizade”… Do meu signo vem nascer a palavra “directo”, no sentido de não utilizar meias palavras, penso, e ajo, não meço medidas nos seu prós e contras…
Seja qual for o motivo de uma decisão sinto que infelizmente a minha sinceridade machuca… E por isso peço desculpa a todas as pessoas que machuquei com a sinceridade que me foi implícita pela vontade de um signo, um signo que simplesmente me descreve na perfeição ou não fosse o meu signo “Carneiro”

sábado, 26 de setembro de 2009

Sem palavras para dizer

E parece algo de impossivel em mim... Não tenho palavras, simplesmente não as tenho! E o melhor, o melhor é que consigo sorrir com muita vontade, eis que o ego se eleva e se desmancha na tentativa de se superar a si mesmo, somente isso, superar! Já mais nada importa, já superei sozinho o meu eterno e irreconhecivel destino... Qual destino? Palavras? Hoje não as tenho, hoje sonhei em ser outra vez eu... E não é que consegui?

Por isso deixo a minha definição...


Vive a vida a cem por cento. É obstinado, corajoso e nunca se dá por vencido
É um líder por natureza. Sabe o que quer e faz tudo para o alcançar, não precisa de ajuda para o conseguir, até porque é um individualista. Vive a vida a cem por cento. É obstinado, corajoso e nunca se declara vencido. Convive mal com a mentira e com a astúcia. É directo e frontal e não gosta de jogos de bastidores ou de se sentir manipulado. Quando é contrariado ou sempre que o obrigam a fazer alguma coisa contra a sua vontade, provoca tanta confusão, que os seus opositores acabam por ceder para terem o sossego de volta. É um idealista. Está sempre na linha de frente para lutar ou para se manifestar contra uma injustiça. No amor é muito possessivo e ciumento. Sujeito a paixões fulminantes. Sente-se atraído pelo signo que lhe é oposto – Balança (Libra) . Aprecia nele o que lhe falta: harmonia e equilíbrio. Entende-se bem com Sagitário e com Leão. Dá-se menos bem com os signos de água (Aquário, Caranguejo (Cancêr) e Peixes), porque apagam o seu fogo.


(ok..esta muito resumido, mas também não queiras saber mais do que eu)


Eu, eu sem palavras, sem palavras sou pó!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mentiras são Verdades depois de se realizar!

Mais um dia em claro, mais um dia que passa sem eu próprio saber o que pensar, o que dizer, ou até mesmo como agir! Somente mais um dia, um dia como tantos outros, um dia que se não disser, é somente uma imagem igual ao de ontem, ao do mês passado, ou até mesmo quem sabe, o do ano passado! Dias, são dias em que oiço e continuo a ouvir as palavras mais doces que nunca se desvendaram, que nunca foram ditas no seu mais sentido literário… Ouvi as verdades que nunca se concretizaram e ouvi mentiras que foram verdades!
As mentiras, o que são as mentiras se poderão mais tarde se concretizar, mentiras são verdades ainda não concretizadas, verdades que ainda não se realizaram, e ouvir palavras doces de bocas amargas, são verdades que nunca se poderão confirmar!
Vivo de verdades não concretizáveis, verdades que serão somente palavras soltas numa determinada conversa, numa determinada tarde de verão numa esplanada qualquer… Vivo de verdade que se pintam, que se camuflam ou até mesmo na palavra simples, que se escondem! Escondem-se de serem um dia mentiras, mas poderão até mesmo se esconder das verdades concretizáveis, das verdades que poderão vir a ser reais!
O meu mundo pinto-o de mentiras coloridas, mentiras que me esforço para serem verdades, mentiras que serão verdades de amanhã, dessas mentiras sou visionário, leio na palma da minha mão essas mentiras que serão concretizáveis, tornando-se nas verdades do amanhã!
As palavras que da tua boca ouvi, por mais juradas e sentidas como verdades, sempre foram mentiras, hoje sei distinguir essa sensação de decisão, essa sensação de absorver as tuas verdades imaginárias, essas verdades que sempre foram mentiras, tornando as minhas mentiras uma verdade que se realizou, os meus porquês, o meus “e se”, até os meus “mas”, fizeram-me aperceber da necessidade que sentias em utilizar essas “inverdades”, hoje apercebi todo o seu sentido lógico, de uma lógica sem sentido, mas com orientação para se tornar apenas uma verdade momentânea, uma verdade de curta duração… Mas sim, das minhas palavras amargas de juras eloquentes de tentar sempre perceber, das minhas eloquentes mentiras, soltei mentiras que seriam concretizáveis, mentiras que seriam as verdades do meu futuro… E nisto, perco-me no meu próprio raciocínio, perco-me na solidão de uma verdade esquecida, de uma verdade fictícia, de uma verdade somente imaginada, e guardo, guardo a solidão das minhas palavras das mentiras, destas minhas mentiras que são verdades depois de se realizarem!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Shiu!

Não tenho palavras, prefiro manter-me no silencio do meu abstracto do que na certeza das conversas idiotas!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tic-Tac's

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, o relógio que me avisa com antecedência que o tempo se mantém no seu caminho, indiferente ao desejo de seja de quem for, mantém o caminho de simplesmente seguir em frente, segue, segue sem sequer se desviar um milímetro que seja, segue o seu caminho por entre os passados que se lembram, os passados que se esquecem, entre os presentes inesperados, presentes irritantes e presentes demolidores, segue em direcção ao seu futuro, futuro incerto, futuro… simplesmente futuro, sem leitura de qualquer conclusão do que se possa tirar da palavra “futuro”!

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, soa como que mostrando a sua força em se manter inalterável às suas convicções, em me mostrar que o amanha ainda será melhor que o presente e o passado juntos, que o futuro, se lá chegarmos será o maior presente que o tempo nos pode oferecer, a possibilidade de remediar acções de que nos possamos arrepender, acções que nos levam a rezingar no nosso canto contra nós mesmos! Mas… Remediar? Nada se remedeia, creio que a escolha da palavra certa seria… Não seria nenhuma, simplesmente nenhuma, não como escolha de palavras mas como escolha de acções, não tenho necessidade de remediar nada do que possa efectuar, ter efectuado ou até mesmo vir a fazer, não preciso de me sentir impossibilitado de achar que o que fiz, fiz bem, fiz de consciência tranquila e melhor, que ainda o acho, e que sempre acharei… O “futuro” não me pode mudar a imagem do meu passado, o futuro não consegue limpar o meu crescimento nem moldá-lo á sua vontade própria…

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, eis que surge a vontade de sorrir, chorar, odiar e amar, eis que surge a necessidade simples de simplesmente ter “vontade de…”, uma vontade sem qualquer explicação lógica ou sequer explicação qualquer… Apenas uma vontade!

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, o som do futuro que se aproxima, mas, que futuro? Como chegarei ao futuro se apenas me sinto a viver eternamente no presente… Como viverei no futuro? Lembro-me de ouvir um simples história, uma história que será imortalizada entre de quem vive no meu círculo familiar, uma história que me eleva ao pensamento do futuro…

*Num dia simples, numa tarde ainda mais simples, passeavam pelas ruas duas irmãs e respectivas filhas, ao passar numa loja eis que surge a vontade de uma das meninas pedir o tão “importante” chupa, os tempos eram difíceis e como tal, uma das irmãs, tenta não dizer que não dizendo:
-Amanhã a tia dá, está bem?
Os dias passavam em tardes simples de dias ainda mais simples e a “história” repetia-se a cada vez que a menina passava junto do tão desejado chupa.
Nisto numa dessas tardes simples, a menina após a frase cuidada de não fazer a menina triste, “Amanhã a tia dá, está bem?”, eis que a surge a resposta “Oh tia, quando é que é o amanhã?”*

O amanhã equiparado ao futuro, é um tempo indeterminado que será sempre afastado pelos Tic-Tac’s do meu relógio, e esse futuro, bem esse futuro apenas me afasta de viver o meu presente, um presente que tanto anseio que seja futuro mas que é simplesmente presente.

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, os sons da solidão misturados com o som do teclado do computador enquanto escrevo na perspectiva de poder dizer as palavras menos cuidadas que possam existir, dizer simplesmente por dizer… Dizer o que sinto, mesmo que seja ao som dos Tic-Tac´s do meu relógio, ou até mesmo do teu… E oiço, oiço-os como que crescendo dentro do meu consciente, como me pressionando pela necessidade de se ouvirem no tempo e no espaço de cada um de nós, como que cumprindo tempos necessários á sua necessidade de vivência…

Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac, o tempo não esperou por nós, o tempo esvoaçou fazendo com que crescesse-mos, e ambos crescemos na necessidade de deixar o tempo passar… Por isso os meus Tic-Tac’s vão continuar a cada dia, em cada noite e em cada pensamento, porque mesmo que mude de pensar, o meu tempo não mudará os seus eternos Tic-Tac’s

Porque ainda oiço Tic-Tac Tic-Tac Tic-Tac mesmo que seja as 07h40m…

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Na tua sombra vive o sonho de te amar…


Queria dizer mil e uma palavras, floreadas, inesquecíveis e boquiabertas, queria dizer tudo e tudo seria pouco, então não vou dizer nada disso… Direi apenas o que deve ser dito…
Tive uma mulher que foi a mulher da minha vida, disse-o sempre quanto pude, e na sua viagem em que não pudemos acompanhar, senti que o meu mundo se tivesse perdido para sempre, tornei-me no capitão que figura uma imagem de força e de confiança mas que no fundo se perdeu algures pelo caminho que deveria ter escolhido… Transformei o sorriso que esboçava no meu rosto numa lágrima seca que nunca se evidenciou na companhia de quem me trazia o seu sorriso, fui-te incompreensível e egoísta, disse as coisas que nunca quis dizer e certamente te magoei mais que qualquer pessoa, explodi quando não devia, e sorri quando tu não precisavas, andei trocado na perspicácia de te poder ajudar… Fui o que nunca desejei ter sido, e no fundo, no fundo sempre me apoiaste nas alturas em que desejei também eu viajar na tão eterna viagem… E agora a esta data que jamais poderei esquecer eis que mais uma vez és tu quem me alegra, com duas pedras preciosas, com duas princesinhas que certamente trarão sorrisos a esta casa que se encontra ainda em reconstrução… Perdi a mulher da minha vida, uma mulher que jamais encontrarei igual, moí-me por dentro pensando em toda a destruição da minha vida, e esqueci-me de olhar em volta, esqueci-me de ver que ainda estavas lá, não como a mulher da minha vida que perdi, mas como um grande alicerce que sempre me apoiou, que sempre esteve no local certo, na hora certa, e momento exacto quando precisei… Quereria escrever que te desejo as maiores felicidades e que tudo se concretize mas isso, isso não seria o que de mais sincero preciso de dizer, e neste momento mais uma vez egoísta, mais uma vez pensando em mim e não no que me rodeia, preciso de te pedir desculpa… Desculpa por ter sido um furacão quando precisavas de um dia de sol, por dizer as palavras ásperas quando no fundo precisavas apenas de um abraço, de, de, de… Não quero utilizar as palavras “e se…”, porque certamente teria sido o mesmo irresponsável como sempre fui! Mas hoje senti, um frio que me apoderava quando soube que nada era tão fácil como parecia, que o simples se tornara complicado, e aí, aí percebi que também tu eras uma mulher da minha vida, e que não podia perder novamente essa imagem, esse alicerce… Pois sem saber sempre foste num dos meus alicerces, e perder-te seria como sentir novamente um abanão que desmoronaria todo o meu ser, por isso, peço-te as minhas sinceras desculpas, peço-te desculpas ao mesmo tempo que te agradeço pelas duas princesinhas com que me presenteaste… E porque serás sempre a minha “Pequena menina”, a minha “maninha” e a rabugenta com quem nunca conseguirei deixar de viver!


Obrigado e desculpa!






Na certeza das minhas indecisões

Terminei o dia com um sorriso, um lágrima que escorria, mas com um sorriso… Chorei, derramei a lágrima de saudade por sentir o sorriso que esboçarias hoje ao ouvir “Já Nasceram, está tudo bem!”, derramei a lágrima ao pressentir o teu abraço carinhoso, um abraço que não tive, mas que mesmo assim o senti… Chorei porque não podia agarrar-me a ti, a afastar os meus medos junto dos teus poderes heróicos de quem me conhece tão bem… Chorei… Chorei… Chorei mas com um sorriso, um sorriso de quem ouviu “Já Nasceram, está tudo bem!”, sorri, sorri pulei gritei, e sorri novamente! Sorri porque desceram mais duas princesinhas, mais dois rebentos de um rosto que hoje se torna na única parecença por quem hoje derramei a lágrima, mas sorri, sorri com a certeza da minha indecisão, mas a decisão de sorrir levou-me à incerteza de poder também chorar!
Dois corpos celestes de quem eu comuniquei ao mundo, gritei aos setes ventos, escrevi mil palavras transcritas em apenas “Sou oficialmente tio!”… O mundo percebeu no seu momento, que a partir daquele instante a magia estava só no meu momento, não valeria o esforço a possível tentativa de competir com a minha felicidade, nem com a angustia ou o desamparo amoroso… Não, naquele instante a minha felicidade transbordava para lá do Universo, melhor, naquele momento elas tornam-se no meu Universo, num corpo celeste, num desejo de protecção e carinho! Elas transformaram-se na minha felicidade mesmo quando escorria pelo meu rosto a lágrima de saudade e desamparo!
Na certeza das minhas indecisões, surge quem me decida com a certeza absoluta de querer mais e mais, de mim apagaram-se as histórias infelizes de que me sustentava e alimentava o pensamento, já nada fazia o mesmo significado, o mau que sofria limpou-se como que levado pela lágrima, renasci pelo sorriso que esbocei por vocês… Duas, a cara e a coroa da minha moeda, a cara e rosto da vossa mãe e o desejo absoluto de felicidade que trazem a um lar esmiuçado pelo sofrimento inglório de desejos não concluídos. São a certeza das indecisões de uma família inteira, sim uma família, vocês uniram dois mundos em um só, vocês tiveram o poder da fusão inseparável de dois nomes e essa fusão será certamente na eterna certeza da nossa realidade, selaram o império, selaram o desejo, e selaram a certeza dos sorrisos estampados no rosto de uma inteira família que vos verá a crescer, correndo nos campos verdes e assobiando na vasta certeza da decisão da vossa felicidade.
De mim terão acesso ao meu mundo, ao meu mundo encantado, à minha terra do nunca, à minha vida. Levar-vos-ei pelos meus sonhos, não vos vou dar, mas vou-vos levar comigo, sonharemos juntos, deitados numa tarde de sol numa esverdeada relva, os meus sonhos serão a vossa terra encantada e viveremos juntos cada experiencia por nós proporcionada, cada aventura, cada viagem ao desconhecido…
Porque me trouxeram um sorriso sincero, espontâneo e eterno, porque serão as minhas eternas princesinhas da certeza de todas as minhas indecisões!

domingo, 20 de setembro de 2009

Esquecer-me de ti é algo tão fácil de me conseguir esquecer!

Porque é tão difícil de me esquecer de ti, com que feitiços me banhaste o corpo no meu eterno suicido, num aprisionamento à morte quando troquei suspiros junto ao teu corpo, que magias foram essas ao ponto de apesar de esforços transcendentes ainda me conseguires chamar a atenção? Explica-me… Dá-me o elixir, liberta-me do cativeiro que tu própria montaste no teu momento de eterna demência, no teu momento de libertação condicionada! A quem tento eu enganar… A quem tento eu desmantelar a consciência eterna da palavra “amor”… A quem é que eu tento chamar novamente para o meu mundo…

Afasta-te… Melhor… Vêm comigo, eu mostro-te novos mundos, eu mostro-te sentimentos que nunca sentiste, luas que nunca viste brilhar, e brisas que nunca outrora te tocaram, mostro-te tudo o que sei, ama-me, amo-te, sim… Sim amo-te mas por agora afasta-te…

Esquece-me… Consegues não o fazer?... Já o fizeste? A tua demência levou-me à loucura de tentar prejudicar-me a mim mesmo… Afasta-te, e se é para esquecer então força…

Palavras trocadas, sentidas de forma contrária ao que quero dizer, palavras ditas da boca para fora fazem do seu som um infortúnio recanto seguro, um porto de abrigo que na verdade nunca abrigou… Um desejo que nunca se deseja e um amor que nunca soube o que seria amar… É nesse recanto da veracidade que solto a minha mentira, a minha loucura e autoritarismo, deixo que tudo e todos se sintam na infelicidade da minha angustia, na angustia que tu mesma trouxeste… na angustia que eu aceitei, na mesma angustia que pensei que poderia mudar para um sorriso!
Hoje oiço tudo á minha volta, foi preciso perceber esse significado, não existem casos rápidos, existem casos pensados e planeados… E hoje acordei para essa verdade, eu já não sei viver de casos rápidos ou planeados, hoje quero viver de casos sérios, de chegar e ver-te, olhar-te e poder saborear cada pedaço do teu lábio num eterno e rápido segundo do “para sempre”!
Pensativo e distante, deixo que me tirem as gotas de chuva que me tentaram acordar do meu sono, um sono eterno de vida banhada por “nadas”, por coisas que se tornavam simplesmente passageiras, e nesse mundo de irrealidades reais dos sonhos eis que toca o sino que me fez automaticamente acordar, e nesse instante levo-me a pensar na felicidade que foi ao sonhar contigo, mas principalmente a felicidade que será ao saber que hoje consigo ser melhor do que fui, e que cada vez mais serei melhor e melhor… Hoje ninguém me rouba as gotas de chuva que me vão acordar, pois essas gotas são as que me vão levar a dizer o “para sempre” com quem me aceitou como sempre fui…

Um filme chamado "VIDA"

Hoje quero explicar o inexplicável, quero que as palavras sejam sentidas no sentido nato da própria palavra. Hoje escrevo como que provocando a própria provocação, uma provocação em desprezo, de um desprezo simplesmente provocador.
A vida é apenas uma reviravolta, um revirar de imagens, a vida torna-se numa longa curta-metragem. Cada personagem tem o seu papel e o seu diálogo, tem um guião por onde tem de se seguir, não vale a pena tentar mudar, “todos os caminhos vão dar a Roma” certo? Logo, todos os meus pensamentos vão dar a ti, o conceito é o mesmo, apenas não sei dizer se será felizmente ou infelizmente! Isso é a minha eterna dúvida… A vida é feita de aparecimentos constantes, flashes de pessoas que vão entrando e saindo das nossas vidas sem deixar a sua marca, a deixar apenas o seu lugar uma simples imagem de passagem, um “eu estive aqui”! Noutras alturas surge quem ouse pousar e não mais sair, e quando sai, além de deixar um bocado seu teima em levar um bocado de onde esteve. Assume-se como que querendo o que não lhe é possível ter ou poder… A simples serenidade do prazer transforma-se em demência, transformando a personagem no simples louco da esquina que todos conhecem mas que ninguém fala!
A vida é como um filme, um filme de vários cenários, de vários temas, de várias vontade e personagens, tudo se multiplica á mesma passagem, mas no seu intimo de mudança torna-se num filme de terror, daqueles filmes em que não existe um final feliz, ou será que pode existir esse final?
A vida é por vezes um filme de Bollywood quando acordo, cheio de cor e alegria, cheio de sentimento e esperança, talvez até cheio de musicais incorporados em si mesmo, mas rapidamente esse filme muda para outra forma, um outro género, transforma-se num filme sem forma e sem sabor, torna-se no filme em que não se pode cortar as falhas, em que não se pode repetir quando um dos actores se engana… O erro torna-se crucial e o medo de errar serve de suficiente para que não se haja com a sinceridade com que nos presenteia o melhor dos melhores actores! Agora transforma, melhor, transporta essa imagem para a vida, nua e crua e repara que na verdade todos teimam em viver nesse mesmo drama, sem margem de erro, um que ninguém pode cometer.
Da transparência da minha parede, vejo milhares de rostos novos, declaro-os como “figurantes” do meu filme, estão lá mas são nulos, não pertencem ao filme, apenas pertencem ao cenário onde se vai passar o respectivo capitulo, vejo-os a falar mas não oiço o que dizem, vejo-os a andar mas não sei para onde vão, são-me simplesmente e momentaneamente insignificantes, não dependo deles para terminar a minha história. Por outro lado, tenho a personagem que entra, impõem-se e sai! Deixando no ar um gosto de saudade, de tormento e de vontade de ser vista novamente.
A vida é um filme, um filme complicado e incrédulo, um filme em que todos entram, muitos saiem, mas poucos permanecem. Um filme de cor tornado a preto e branco, de drama e comédia, um filme de longas cenas e maiores capítulos mas de curta duração.
Um filme sem necessidade de “Óscares” mas sim de personagens que façam com que o filme prossiga até ao seu eterno “THE END”.

Esquecer de me lembrar...

O “Coração” funciona como um tribunal, ordena no tempo e no espaço a sentença do sentimento, decide a intensidade da vontade de se lembrar ou esquecer de alguém ou de algo! O “coração” tem o poder de se atenuar a si mesmo quando se sente deliberadamente magoado. Assume por si só opções, escolhas, escolhe o que entende como correcto.
O “Coração” lembra-me de me esquecer de “ti”, assume esse papel crucial, esse papel de carrasco, assume-se como único mandatário das vontades!
“O esquecimento da lembrança”, parece a teoria do “nada”, uma teoria sem sentido e sem qualquer nexo, mas é nesta teoria em que hoje me enquadro, é nela que sinto a forma como o mundo gira em torno da eloquência e demência absoluta da minha realidade.
Hoje quase que solto a pergunta… “Quem és tu?”, doer-te-ia se te fizesse essa pergunta cara a cara? Possivelmente não, possivelmente sim, mas também me doeu a mim o teres-te esquecido que eu existo… Vivo o enigma da vingança transformada em esquecimento, prefiro esquecer a viver dorido com todo o enredo de algo que ninguém tão pouco controla! Lembra-me tu de me esquecer de ti, de me querer esquecer de ti, consegues? Todos nós conseguimos, basta não editar qualquer sentimento, basta apenas evaporar o nosso ser da vida de quem nos espera!
“Esqueço-me de ti a cada dia que passa…” mas se fosse verdade nunca que diria tal frase, nunca que me iria dirigir a ti, mas posso dize-la, posso dizer que “esqueço-me de ti a cada dia que passa”, esqueço-me sempre mais um bocado e por muito pequeno que seja, é sempre mais um bocado que me esqueço, e por muito pequeno que seja não me importo pois um dia esse pequeno bocado transformar-se-á em tudo!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Homem não sabe esperar!

E num acto de reflexão, eis que dou por mim deitado na minha verde cama a pensar em torno da minha vida e deparo-me com um problema que se transcende a ele mesmo face aos anos a que habitamos a terra… O Homem não sabe esperar! (e contra mim falo) … O Homem é o animal mais hormonal e irracional que possa existir, a espera não pode nunca fazer parte do seu quotidiano, é contra a natureza natural das coisas! O Homem tende em apressar a sua vontade, sempre que deseja algo tem que o ter, até pode ser de dificuldade máxima, mas as dificuldades são ultrapassáveis, e pode esperar pela racionalidade de “ter que” mas nunca pelo simples facto de esperar por esperar. O Homem foi feito em “guerrilha” criado pelo suor do seu corpo e nunca feito pelo tempo de vida que tem, o tempo de vida é apenas o apimentar do cozinhado! O Homem anseia mas não espera, se tiver que esperar, desiste! É a realidade absoluta, qualquer um de nós “Homens” tendem em atravessar rapidamente qualquer obstáculo, qualquer fase, o Homem não se atormenta por algo de ruim, o Homem tenta automaticamente avançar para a outra margem, a “Mulher” já não… A Mulher teima em remoer cada segundo tempestuoso que sentiu, cada amarga e dolorosa trincadela que teve que dar, ou por cada sapo que engoliu. A Mulher machuca-se a si mesma sem qualquer explicação, prende-se e vive demasiado o seu passado!
O “Homem” aguenta uns segundo preliminares á desistência, mas certamente desistirá se o obrigarem a esperar demasiado tempo, o Homem não sabe esperar, o Homem simplesmente desespera e isso torna-se tempestuoso ate para ele mesmo! A Mulher aguenta esse rodeio de circunstância e por esse facto impõe no Homem a obrigatoriedade de ele próprio também ter de o conseguir (como tudo na vida, se a mulher consegue o homem por mais que não queira ou não consiga só não o faz porque simplesmente é molengão), e é essa imposição ideológica que faz com que o Homem simplesmente se canse e como tal, desista de tudo!
A explicação torna-se abrupta no sentido em que simplesmente parece uma justificação para algo irracional como o não saber esperar, mas não, o Homem realmente não sabe esperar, se algum porto lhe escapa, torna-se automaticamente altura de procurar outro, e isso, faz-se automaticamente e sem que ninguém consiga explicar ou impedir.
Saber esperar é uma virtude, sim certamente o é, mas e Viver? Será necessário o Homem saber esperar para que possa viver? Ou viverá melhor o Homem por não esperar e prosseguir uma viajem interminável?
Questões e mais questões que se prendem pela espera inglória do Homem, ou será pela frustrante tentativa de domesticação de algo tão impossível de domesticar como o Homem!
O “Homem” não espera, o “Homem” vive!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A mente e os sentimentos só se comunicam por carta registada!

O ser humano é um ser de oposições próprias, oprime-se a si mesmo, contradiz-se nas suas próprias vontades e afoga as suas próprias disposições sentimentais. O conjunto “humano” não se consegue conjugar, existem paralelamente duas opiniões e verdades, duas vontades e desejos… A mente não condiz em verdade nenhuma com o “coração”, não o musculo mas o sentimento, a mente teima em optar pelo lógico da realidade, o necessário para a sobrevivência, o que lhe permite vingar no quotidiano que lhe mata a cada dia que passa… O coração por seu lado, joga com os impulsos, joga com os desejos e as vontades. Se ambos se completassem tudo fazia sentido, mas a verdade é que esse sentido nunca será verdadeiro, uma vez que o sentimento pode nunca corresponder às necessidades… O coração escolhe “em prazer”, as suas escolhas são baseadas em momentos de loucura e adrenalina, em momentos de um “brilhozinho nos olhos” e talvez até do momento mágico do simples tocar de lábios, num tocar que fará estremecer o planeta. A mente não, a mente não precisa de explosões de sentimentos, de coraçõezinhos vermelhos espalhadas e estampados na testa, a mente precisa mesmo é de garantias, poderíamos até dizer que a mente é a “Banca” dos resultados de escolhas do nosso corpo, ou seja, as decisões são sempre tomadas face ao risco do resultado em si, esquecendo totalmente o “investimento” em terreno que não reconhece o perigo!
Cada pessoa, cada um de nós, tem a sua faísca pronta a eclodir num fio de pólvora que se encontra em posição de rastilho, e a responsabilidade da possibilidade da explosão suceder ou não parte somente da mente vs coração. A mente é como um cubo de gelo, gélida, sem cor e sem sabor, e ao passar no rastilho de pólvora certamente não atearia a chama e como tal a explosão seria um fracasso, contudo, e com toda a certeza chegaria ao seu destino… O coração por seu lado, é fogo, tem cor, arde no corpo de quem o sente e com todo esse ardor ao passar no rastilho a explosão não demoraria muito tempo a dar-se mas o certo é possivelmente nunca chegar ao destino demarcado… E reparem no “possivelmente”, utilizado como uma grande possibilidade, e como possibilidade não significa que seja 100% certa, existirá sempre a outra parte, que mesmo muito pequena que seja pode sempre ser concretizada! Ao nos depararmos com este enigma, o nosso corpo actua em modo de segurança, e decide por si só a escolha mais fácil, decide nunca atear o rastilho que o leva á explosão! E é neste momento que surge a questão mais pensada alguma vez na história da humanidade, “Quem escolher?”, o que nos faz levitar? Ou o que nos faz estar calmo e seguro? A dependência de segurança, certamente obrigará a uma escolha pausada, sensata, pensada mas não acertada… A ideia de amor, o amor é o que cada um quiser, é o jogo de conquista, é a adrenalina, é o medo de perder quem se quer, mas isso é somente o meu significado, o qual poderá mudar de pessoa para pessoa… Agora a escolha do coração incide sobre todos estes conceitos, o da mente simplesmente anula-os, não faz viver os medos porque isso assusta, isso não transmite a segurança necessária, então faz com que a escolha incide no inverso a todos estes sentimentos e de que valerá viver sobre as escolhas de algo que não nos deixa viver? Isso é uma resposta individual, eu prefiro a aventura e adrenalina de sonhos á descida das escadas até á segurança da realidade. Mas isso sou apenas eu!

Príncipes Encantados? Onde?

O tempo passa, as pessoas crescem mas o desejo mantém-se, o desejo de encontrar alguém que simplesmente nos complete, que nos faça sentir como que flutuando, a esses(as) vou chamar de Príncipes Encantados ou de Princesas Encantadas. Ultimamente a minha cabeça não para de ouvir essa expressão, a expressão de Princesa Encantada, de é o destino… Mas eu nego qualquer envolvimento do destino no aparecimento da suposta Princesa Encantada, nego porque somos nós que fabricamos essas mesmas personagens de encantar. O Príncipe Encantado só poderá existir com a Princesa Encantada, ou não fossem eles feitos um para o outro! O príncipe nunca que ficará com a bruxa nos contos da Disney, e na vida real, o príncipe só será príncipe se houver alguém que corresponda a toda essa entrega pois o encanto do príncipe também se poderá evaporar, poderá esgotar se não existir um receptor que também seja encantado… Os príncipes e as princesas encantadas somos todos nós, nós somos e temos esses encantos guardados dentro de cada um, o seu potencial é equacionado e valorizado por alguém que compreenda principalmente todos os defeitos do respectivo príncipe, nessa altura e com os defeitos todos compreendidos, o príncipe só poderá ter mais-valias, e tudo o que vier será certamente “Bom”.
O desejo de achar alguém que não existe, leva ao sofrimento constante que teima em não cessar, não termina, tem efeito duradouro que será eternamente constante, ou não fosse impossível achar a perfeição em forma de pessoa! Ninguém é perfeito, e por esse motivo nunca que existirá Príncipes Encantados, não é uma questão de “Vias de Extinção” mas sim uma questão de realidade lógica da vida!
Quem espera a perfeição perde o momento certo, o momento de encontrar o “sapo” que se vai transformar em príncipe, aí sim eu acredito, qualquer um pode ser príncipe, mas primeiro tem de passar por “sapo”, existe sempre a realidade ilógica de só tomarmos conta do “prejuízo” quando e depois de se afastar de nós… Porque? Nesse sentido creio ser a questão de apenas procurar mais e melhor, querer sempre algo mais “valioso” do que o que por nós passou…

“Ui que Homem/Mulher, mas não, para mim não serve!”

Conseguimos decifrar inteiramente a leitura quando efectuamos um pequeno elogio, contudo, e pelo facto de estarmos em constante busca, uma busca incessante, eis que, “para mim não serve”… Uma simples sobrevalorização pessoal que faz negar que qualquer sapo possa ser príncipe!
Então resta não procurar, resta aceitar o destino e moldar o simples e gorduroso sapo, no eterno sentido e mágico príncipe!
Isto não quer dizer que não possam existir somente sapos que nunca chegarão a mais imagem nenhuma a não ser a de simples sapos… Mas esses, esses são os que nunca quererão moldar-se, esses sim são o desperdício que leva a que todos os restantes não possam ser conectados de príncipes encantados…
Por isso digo, não existe tal coisa como Príncipes Encantados, existem sim homens/mulheres que esperam ansiosamente por um receptor de todo o sentimento que tentam entregar!
Sapos? Sapos todos somos, precisamos sim é de princesas que nos façam transformar nos seus Príncipes Encantados…

Eu… Eu continua a ser o Sapo que espera a sua princesa!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Negação da credibilidade lógica do enigma!

Hoje após um belíssimo jantar em casa da minha irmã, surgiu para não variar, o magnifico jogo “da Agulha”, um jogo que simplesmente e de forma enigmática, diz com toda a certeza, o número de filhos e o sexo dos mesmos… Impossível? Pois, também eu penso que sim, ou não fosse o facto de a mágica agulha indicar com precisão os filhos que se geraram em torno da minha família, e o pior, ainda não vi a agulha falhar! Mas não deixa de ser um enigma, como? Porque? Quando? E é aí que surge a negação lógica, negamos o facto de não compreendermos o porquê de aquele simples pedaço de metal com o simples fio com que se remenda as meias acerte… Possivelmente, negamos pelo sentimento de medo, ou sentimento de incompreensão que por sua vez levará ao medo novamente…

Tudo o que não é perceptível ou que possa criar dúvidas invoca automaticamente o sentimento da negação, e quando digo tudo quero mesmo dizer tudo! Os medos que são transportados por sentimentos são os que mais negações auferem, o amar no momento errado, o querer numa altura imprópria, o desejo por quem não merece (até poderá um dia vir a merecer, mas por algum motivo naquela altura certamente não mereceu) ou até mesmo a ansiedade da própria negação.

Conseguimos sempre negar qualquer acto credível, por exemplo, alguém que nos faça sentir bem, alguém que nos ame ou mesmo deseje, se esse alguém chegar num momento frágil da nossa vida, num momento em que estamos com as nossas defesas em baixo, por muito bem que ele(a) nos faça nós simplesmente vamos negar por motivos de defesa, simplesmente porque temos medo de sofrer novamente… Neste caso, e a meu ver, estamos perante uma negação da credibilidade lógica do enigma, “Negação” porque simplesmente afastamos o que queremos, “Credibilidade” Porque sabemos que queremos sabemos que nos faz sentir bem, “Lógica” porque torna-se simplesmente perceptível esses sentimentos, “enigma” bem, aqui o enigma é simplesmente o enigma, o porquê de não conseguir-mos diferenciar os “peões” do jogo de xadrez, o enigma de simplesmente não conseguirmos agarrar o que nos faz bem para proteger do que nos fez mal, mas isso é humanamente real e vivido, porque nos tornámos assim defensivamente vivos!
Já presenciei de tudo um pouco e normalmente sempre em oposição à forma que tento seguir, torno-me aventureiro de mais, o meu signo diz que sou “fogo”, bem se sou fogo sou paixão e isso é bem verdade ou não fosse a paixão a maior aventura de toda a história… Apaixono-me facilmente pelas pessoas, pelos seus aspectos positivos e isso leva-me bastante a viver de uma forma positiva pelos estados lógicos do dia-a-dia… Por outro lado, o meu signo refere que sou a “verdade”, bem isso torna-se estranho, torna-se pelo facto de a vida ser uma eterna mentira, nada existe no seu quotidiano, tudo é uma fase paralela… Apenas se tornaria verdade no caso de o destino se concretizar, e se isso do destino for verdade, então é como esperar para que esse algo aconteça, sentamo-nos e esperamos o destino aparecer, e isso certamente não é viver! Logo o destino, torna-se também numa negação da credibilidade lógica do enigma, da enigmática vida que nos vamos proporcionando a nós mesmos, e se a vida é um enigma, um jogo de charadas então simplesmente teremos que arranjar respostas para esses enigmas, e teremos que ser aventureiros e deixar de pensar nos “e se…” da vida! Mas, por algum motivo não lógico, tentamos sempre o refúgio do nosso aconchego, num refúgio que mesmo que diferente do que procuramos seja o suficiente para que possamos esquecer qualquer enigma da vida, qualquer enigma que nos possa surgir, sendo que este refugio torna-se muito usado para fins sentimentais, para necessidades “amorosas” de negação, e aí, aí voltamos á nossa negação da credibilidade lógica do enigma! Á simples vontade de negar o que o destino nos trás!