segunda-feira, 31 de agosto de 2009

P.S. - Gosto de ti...



Hoje tirei o dia para mim, tentei esquecer tudo e todos, hoje queria apenas lembrar-me que eu existo e fazer algo de bom comigo… Hoje, hoje, hoje… Tentei não me lembrar de ti, então fiz tudo quanto podia, tentei esquecer o teu nome por forma a que não me lembrasse de ti provisoriamente, tentei pensar na bolsa, nos mercados internacionais, ginásio e desportos de combate, mas tu, tu permanecias no sitio de onde não me conseguia esconder, permanecias na minha cabeça! Não te consegui tirar, não consegui pensar noutra coisa a não ser em ti! Jurei a mim mesmo que não escreveria mais nada para ti, mas infelizmente não consigo… Tu pedes-me que te entenda e eu possivelmente não entendo, é justo que o digas, fiz-te sentir mal e fui injusto nas palavras por mim proferidas em prol de um desejo que sinto e que não sei transmitir, sim é possível! Mas a verdade é que o medo que me fazes sentir, é mais forte que as palavras que eu tento dizer, então e em prol da minha negativa felicidade eu digo o que não sinto, digo-o pensando que um dia vou acreditar nessas palavras, digo-o porque simplesmente não sei dizer que te quero, ou que te desejo… Tomei o bálsamo dos deuses através dos teus lábios, os teus olhos enfeitiçaram-me, viciei-me no timbre da tua voz, perdi-me nos contornos do teu corpo, perdi-me inteiramente só de olhar para ti, só de ver a maravilhosa pessoa que és! E nisto tudo, no mundo em que não me querias colocar, sinto que já estou colocado, sinto que esse mundo ganhou mais uma personagem… EU! E desculpa-me se disser que tu fazes disto um jogo, desculpa-me se disser que não sabes o que queres, desculpa-me se disser mil e uma desculpas sobre o que se passou e poderia ou não passar, desculpa-me porque simplesmente é o meu lado humano a dizer que tenho medo de te perder e que tudo não passou somente de uma ilusão. E é esse mesmo medo que me faz dizer tudo o qual eu peço desculpa… É este medo que me prende, este medo que me faz sofrer por antecipação tudo o que eu apenas penso e que nunca foi! Gosto de ti e sei que tu gostas de mim e isso é suficiente para tudo, para este desejo louco e infantil de arranjar desculpas. Hoje, hoje é o dia em que te peço desculpas por algo que não consigo dizer, porque não consigo dizer tudo o que sinto, porque não consigo dizer aquilo que merecias ouvir!



E agora que sabes que gosto de ti????







sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Roleta


Noite negra, escurecida por entre a brisa que pairava diante dos prédios, vertia um dilúvio de gotas por si já secas, chuva? Não, chuva não era, era algo bem mais possante, algo que fazia suspirar as almas cansadas de esperar. Jovem, intenso guerreiro que ouvira as palavras mais doces antes da batalha final, um jovem que receava o seu pior inimigo, ele mesmo! Quem não sonha não vive, um sonho em demasia torna-se em obsessão, e isso faz-nos tornar pessoas sem escrúpulos e sem coerência! Faço o clique, o clique tal qual o reset de qualquer sistema informático, faço-o porque mecanizei-me a mim mesmo que assim o faria, que assim me tornaria mais forte. Ouvem-se os grilos, ouve-se o vento e o automóveis que passam a beira da janela, sinto-me outro, um outro ser que mudou os últimos 4 meses de vida, e que voltou a ser o que era a 4 meses atrás… Santos são de altar e os homens lá não pertencem! Os rostos que pintaram o meu passado, voltaram a pintar novas telas, já não se encontra a pureza do sentimento, agora encontra-se o embrulho do presente. Indecisões e decisões tornam as opções delimitadas e isso faz com que tudo se torne no jogo da roleta, no preto ou vermelho… Então faz-se a aposta, uma aposta alta, uma aposta de real jogador, de jogador que não sabe o que fazer, aposta-se a si mesmo, aposta-se a felicidade que lhe foi oferecida… Mas e se a aposta for na cor errada? Bem, isso já é tudo uma questão de opções, certo? E nesse caso a “Banca” não tem qualquer responsabilidade, mas sim, as escolhas são simples, são só duas como em tudo na vida, vermelho ou preto… E é esse o risco de se apostar, ou se ganha tudo, ou simplesmente se perde tudo… Mas a vida de um jogador é essa mesma, é o correr riscos desmedidos, é o pensar que é imune e indiferente ao risco! Mas como tudo na vida, os riscos existem e riscos são corridos… Agora nesta noite escura, nesta noite negra e pesada escolhe a tua cor!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nada muda quando começa igual

Antes de começar a escrever mais uma página no meu diário, tinha um texto completamente diferente para escrever, nesse mesmo instante recebi uma mensagem tua, uma mensagem que para “variar” mudava todo o enredo de algo que nunca sequer começou a acontecer… Tinha algo de puro e belo, algo mágico, algo que dito por mim muito pouca gente o conseguiria ouvir ou ler, algo que saberias de antemão que seria para ti, sem sequer usar nomes tu perceberias… Mas tu conseguiste mudar essa página, essa escrita e essa vontade… Parei, sentei-me e fumei um cigarro atrás de outro, fiquei sem querer continuar uma história, uma verdade que nunca se concretizou…

“Pediste-me para te mandar uma mensagem… Nada mudou mas neste momento quero ficar sozinha. É melhor eu saber estar sozinha. Sexta vou para a costa e não vou á tua festa. Desculpa. Gosto de ti e continuo com saudades. Mas preciso de estar sozinha. Beijos”
Simples…
Eficaz…
Naturalmente natural vindo de ti…
Não consigo mais estar no meio de algo que nem eu percebo, permaneço num céu negro, num céu que não me dá qualquer esperança, simplesmente permaneço onde sempre estive, no meio. No meio de nada, no meio de algo que nem eu sei o que é, permaneço num meio sem saber onde é o inicio ou onde fica o fim… Durmo debaixo de um céu negro, um céu com duas estrelas que brilham para chegar a algum lugar… Uma estrela que brilha quando lhe apetece, quando quer ser vista, quando acha que tudo pode acontecer, e outra, outra que simplesmente brilha e brilha por si mesma… Mas nem tudo o que brilha é bom, e neste momento só consigo dizer “Obrigado”, de quê? Boa pergunta, isso nem eu sei, mas agradeço, agradeço porque tudo se agradece, porque tudo me faz crescer e ser mais Homem, um homem que cada vez mais tem um H grande, e sim sou um grande Homem, um grande ser, uma grande pessoa! Pena de quem não vê! Juro que tentei, tentei mais do que é habitual em mim, mas isso é a história da minha vida… Dizer que te quero muito é banal, por isso não o vou dizer, mas também não vou esperar por nenhuma estrela que brilhe consoante e somente quer… Isso não, isso já não faz parte de mim… Não vou ser eu que te vai desapontar, não vou ser eu que vai levar as lágrimas a escorrerem por entre o teu rosto, isto não é um jogo, já te tinha dito que não jogo estes jogos, não concorro por ninguém, acho uma falta de educação por qualquer pessoa, mas se isto fosse eu estava a ganhar, eu sei que sim, só pelo simples facto de eu ser um vencedor e de ser o Homem que sou!
“Faz o favor de ser feliz”
É só que eu te desejo, agora tu tens é de trabalhar para isso… E como vez, a palavra que eu nunca disse, parece que também não vai ser dita ao teu ouvido (infelizmente)… Estranho, parece que escrevo como se tudo fosse real, uma realidade que nunca existiu, uma realidade que eu próprio desconheço!
E para perceberes o que quero dizer… ouve… escuta… Pois voltei a ser apenas o David, o filho da Maria João e do Augusto!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sonho em queda livre...



Até o universo se engana de vez em quando, desta vez foi um engano doce e mágico, foi um engano nos seus tons das mais belas cores, das mais belas melodias… O meio da magia tem o seu encanto, mas é no final que a plateia se deslumbra, que a plateia aplaude de pé como um acto de pura intensidade e felicidade, é no final que os sorrisos se estendem por entre milhares de rostos e cidades… O meio, esse apenas permanece como uma simples imagem do que o ilusionismo por vezes trás, e é nesse mesmo meio em que me encontro… Não me quero manter mais no meio, não quero ser a ponte para os sorrisos da plateia, eu quero ser esse final, o final que levas os sorrisos… Quero cair em queda livre, sem medo do que poderia um dia sentir, sem que nunca precise de olhar para trás das costas! Vou fechar os olhos, envelhecer, e sonhar pelo longo dia em que tudo se transformou numa simples página de um livro encantado, cheio de magia e de felicidade, mesmo que por muito curta que fosse, foi uma história com a qual vou querer sonhar até amanhecer, e aí, quando acordar, vou tentar ser novamente eu, o jovem que adormecia tranquilamente á espera do que nunca conheceu antes!

E dessa forma voltaria a sonhar, sonhar por algo que desejava e pensava ser o que me faria feliz, pois nunca o teria vivido, pois nunca o teria partilhado tão vivamente contigo, sem sequer me conseguir tão pouco arrepender disso mesmo!

O sonho contínua inteiro, um sonho de uma rapariga em que um dia conheci, a quem eu um dia queria voltar a reencontrar….


http://www.youtube.com/watch?v=7wJ-VPqFzy0&feature=related

P.S
"Faz-me um favor... Como Amigo...Sê inteiramente Feliz, Sorri, Sorri como só uma pequena Grande PIncesa sabe sorrir!"

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Amores de verão enterram-se na areia"




“Amores de verão enterram-se na areia!”, mas e se este amor não tiver sido um amor de verão mas um amor de uma vida? O culminar de dois mundos tão próximos e tão distantes, o desejo de um universo que se esforçou para nos juntar, para nos aproximar!



Amores de verão enterram-se na areia, eu não o quero enterrar, eu não o quero perder, eu não quero tão pouco desistir dele!


Amores de verão enterram-se na areia, este não é um amor normal e igual a tantos outros, este é a história de papel de uma vida inteira escrita com tinta branca…


Amores de verão enterram-se na areia, se for essa a realidade enterra também os meus sonhos, enterra o meu sorriso e o nosso beijo, enterra o que ousaste dizer e o que simplesmente não disseste, enterra tudo porque eu não quero enterrar nada do que o passada fez para construir este presente de te esperar!


Amores de verão enterram-se na areia, eu mudo a frase, amores de verão mudam uma vida, mudam um sorriso, desenterram da areia paixões que podem ser vividas, que podem ser ditas e pintadas, que podem ser escritas para que possam permanecer por toda a eternidade, uma eternidade de sorrisos estampados no rosto!


Amores de verão… Amores de verão têm de ser vividos e explorados, e se forem amores de verão como o nosso, então têm de ser simplesmente apaixonados!


Amores de verão não se enterram, desfrutam-se…


E mesmo que este amor de verão não continue, não tenha forma de sobreviver, lembrar-me-ei sempre dele como o amor de uma vida, como o reencontro de duas crianças hoje adultas, e dos sentimentos puros e fantasiosos, e se não existir nem mais um dia de amor, nem mais um dia de paixão, lembrar-me-ei de ti, do teu sorriso e do teu rosto que se mantém inalteravelmente belo desde os dias em que o mundo podia ser pintado de todas as cores que nos apetecesse!

domingo, 23 de agosto de 2009




É verão…
Tudo é mais belo e imperdível…

O sol aquece as almas de quem vive momentaneamente no paraíso…
Os olhos trespassam-se não deixando ficar qualquer vestígio…

Os lábios chamam-se…
Os rostos encontram-se…

Os cheiros fundem-se…

As mãos tocam-se…
O beijo acontece…

Tudo começa…

As palavras voam…

Os desejos começam…

As loucuras explodem…

A Praia funde os corpos expostos e nus…

As férias acabam…

E na areia da praia, na areia que saboreia cada momento apaixonado enterra-se uma história, uma história vivida e revivida, uma história igual a todos os anos, uma história que desta vez foi diferente, uma história que nunca terá fim, uma história que será para sempre interminável, uma história que será o meu conto de fadas!

Arrisca comigo ao teu lado!



Queria pausar o tempo em que os nossos olhos se fixaram…


Queria congelar o vento…

Queria que a lua brilhasse no momento em que estávamos só nós os dois…

Queria que nada a nossa volta existisse…

Queria dizer o que sinto sem medo de te perder…

Queria beijar-te e dormir ao teu lado no sono mais profundo…

Queria apaixonar-me por ti…

Queria que tudo fosse simples…

Queria-te a ti…


Só tu bastas para que eu seja feliz, senti a felicidade ao teu lado, senti que os nossos nós se união em perfeita harmonia, senti que o universo conspirou para que nós nos víssemos, tudo a nossa volta nos uniu… Fiquei a pensar o como foi bom recordar-te, fiquei a pensar no quanto estou a sentir a tua falta, o quanta falta já me fazes… Aguardo e espero por ti, tudo o que aconteceu não pode ter sido só uma coisa passageira, não pode, coisas passageiras não são tão intensas, não são tão verdadeiramente puras…


“Acho que estou a ficar apaixonada por ti”


Eu não acho nada sobre mim, eu tenho todas as minhas certezas, largo a minha vida inteira para que a vida não nos separe novamente, ambos crescemos, ambos vivemos vidas diferentes, mas ambos também gostamos um do outro… desmente-me, consegues?
Eu percebi que o que quero é alguém como tu, alguém que me conheça por dentro e por fora, sem juízos de valores ou de personalidades, alguém que me abrace e eu sinta o calor do seu corpo a ser transmitido para o meu, alguém que receba o meu calor e o receba carinhosamente, o que eu preciso hoje, é simplesmente de alguém como tu, o que eu preciso é somente de ti ao meu lado!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Amor de criança - Primeiro Amor



Quando um passado é passado sem nunca ter sido vivido, e se reaparece, torna-se um presente com o perfume delicado de um passado cheio de cheiro e cor. Toda a história envolta de algo tão frágil como o pesar dos sentimentos que se despertam por si mesmo por uma mera atracção recheada de passado, faz com que as certezas do presente se sintam tão frágeis como toda a história do presente envenenado que ali foi vivido!
Tudo á sua volta é confuso, e todas as certezas que podiam ter existido no presente mais certo, tornam-se distúrbios de certezas, tornando-se logo á partida num remoinho de incertezas que passam a coabitar no cerne da questão que outrora foi afirmação.
Contudo, e no mais puro dos presentes que se vivem, existem e existirão sempre as controvérsias que foram acumuladas pelo passado, controvérsias essas que terão sempre de ser ultrapassadas e nunca esquecidas.
Esquecer uma controvérsia é o pior erro de qualquer acto de sentimento repentino, é um erro crucial para quem tenta uma mudança ou um retornar a um passado que por algum motivo inesperado nunca foi terminado correctamente.
Por vezes o passado é um mero sonho de criança, um sonho que poucos podem viver e que quem o vive, pode sem duvida gabar-se disso mesmo, gabar-se de poder tornar um sonho um acto de realidade, um acto mesmo que por segundos únicos possa ter sido tornado real.
Por isso, desejar um passado sem limar as arestas dos conflitos emocionais que possam existir num universo paralelo a esse mesmo desejo, poderia não só criar um acto de ilusão enganoso, como também o acabar de algo muito maior que esse sonho de criança.
Maior que qualquer desejo é a história que pode existir nessas duas pessoas, e essa história será sempre gravada nos corações e nos caminhos que ambos possam percorrer. Porque sonhos de criança serão sempre eternos e puros, e não necessariamente prisões de sentimentos.
Porque tudo acontece por algum motivo, um motivo que só o próprio Universo conhece, e se o Universo quiser que esse motivo seja a razão da existência de dois corpos, então o Universo fará de tudo para que os mesmos se voltem a encontrar. Até lá, apenas resta esperar que sejamos felizes à nossa própria maneira, pois o que tiver de ser será, “e o que tem de ser tem muita força”…

domingo, 16 de agosto de 2009

Carta de despedida




Se eu quisesse me despedir do mundo, não conseguiria nunca me despedir pessoalmente, não tinha estofo para isso, o meu estômago nunca que iria aguentar. Se eu me estivesse para despedir do mundo certamente escreveria uma carta, uma carta sentida, uma carta que nunca invocaria os motivos mas sim as belezas destes vinte e cinco anos que eu vivi…


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Lisboa, 16 de Agosto de 2009-08-16



São 22h37m, pousei no meu mundo para que possa reflectir, entrei no meu estado “Zen” e descobri-me a mim mesmo. Não sei como poderia algum dia classificar a minha vida, nem dar qualquer nota, simplesmente não sei!
Na minha vida, curta vida, fui feliz, infeliz e até mesmo tive momentos de super loucura. Amei e fui amado, mas também senti o ódio e senti que me odiaram também. Vi os olhos de quem sempre me amou e de quem me continua a amar! Senti o vento a soprar-me na cara, senti o calor estrondoso de um mês de verão. Senti a Neve! Senti raiva por Deus e senti que só ele me entendia, senti até que ele nunca me percebeu na vida! Tive uma mãe, a melhor mãe do mundo, uma mãe que sempre me apoiou e sempre soube educar-me, sabia dar-me um puxão de orelhas sem nunca utilizar qualquer dedo da sua mão… Lutei, bati e fui agredido. Sonhei, tive pesadelos, daqueles que nunca os conseguimos compreender! Tive o meu primeiro beijo, e não foi qualquer beijo, foi o primeiro beijo do meu primeiro amor, do primeiro amor que fugiu mas que regressou á minha vida. Tenho um Pai, super protector mas eficaz, um Pai que foi o Homem de quem mais raiva tive mas que se tornou no meu melhor amigo, que me ensinou a ser o que sou, o homem que me tornei, a poder dizer de boca cheia que ele é a imagem de homem que eu quereria ser. Senti os “15 segundo” de alívio em cima de uma onda, magoei-me ao cair dela, mas voltei a querer sentir novamente esses “15 segundos”. Tenho a maior Irmã do mundo, sim tenho, a irmã que me deu a maior alegria da minha vida á data de hoje, o saber que virão duas meninas, a Beatriz e a Maria João, as meninas que serão sem dúvidas os olhos da mãe. Uma irmã ciumenta e sincera… Sempre fomos como o cão e o gato, mas isso é só connosco, mais ninguém se pode intrometer, porque acima de tudo eu sempre a amei. Tive o prazer de conhecer os meus avôs e a minha avó, que apesar de todos os defeitos humanos que possam ter nunca tive qualquer razão de queixa…A minha avó que por muito complicada que possa ser sempre nos ajudou em tudo e sei que sempre me amou bastante. Tenho centenas de tios e tias, uns melhores outros piores mas quem está está, quem não quer estar que faça o seu real proveito da vida! Tenho o meu padrinho e a minha madrinha, adoro-os bastante apesar do feitio da minha madrinha ser bastante complicado por vezes mas no fundo adoro-a… Tenho a minha tia Xana e o meu tio João, para mim como os meus segundos padrinhos. (acho que não preciso dizer mais nada!) Tenho o meu primo que será sempre como o meu irmão mais velho na versão homem, que me deu o enorme prazer de conhecer a minha prima e afilhada Leonor! Tenho a Rita, ou a Frita de quem gosto imenso e a Joaninha a minha cúmplice desde sempre! Tenho amigos, amigos de verdade como também tenho os amigos apenas do “Bom Dia e do Boa Tarde”, aos amigos verdadeiros não pretendo enumerar nomes, não é preciso porque eles sabem quem são e o que sempre fizeram por mim. Tive namoradas, namoradas de quem gostei muito e namoradas de quem gostei pouco, das que sempre tratei bem e das que por algum motivo as fiz sofrer (a essas peço desculpa, apesar de ser contra a minha natureza pois as desculpas evitam-se não se pedem!), tenho a Patrícia Bacelar, o meu primeiro amor, a minha paixão de infância de quem hoje ainda tenho o prazer de a ter como amiga! Tive um melhor amigo, melhor até acho que tive dois, o Paulinho e o Tiaguinho (de quem tenho muitas saudades!), nunca me poderia esquecer da D. Paula, de quem tenho o maior prazer de ter conhecido, uma vez que me aturou bastante durante a minha infância em centenas de tardes inesquecíveis. Tenho o meu amigo e cunhado, o “Shor Peralta”, que apesar de tudo creio que conhece e compreende! A vida deu-me um mestre, o amigo e insubstituível Monge que trouxe consigo o D.Carlone, os dois maiores malucos de St. André!
Não quero que esta carta seja tida como uma despedida, algo de quem tenta deixar tudo em vão, não pelo contrário, apenas sinto que o meu caminho está a chegar ao fim, e que por isso mesmo preferi relembrar todos os bons momentos de que me lembro.
Quero me lembrar dos tempos de criança, em que brincava sem qualquer sentimento de revolta, em que tudo era puro e sincero, quero me lembrar do meu primeiro beijo, debaixo dos lençóis, que pelo que descobri fui apanhado pela minha irmã, que fez o favor de contar a todo o mundo ali presente! Das tarde em que brincávamos na mata, a tudo o que pudesse ser imaginado, do buraco na serra que foi uma casa de família durante várias anos da nossa infância, da quadrilha imparável a quem mais tarde se juntou a joaninha a fazer um quinteto! Quero me lembrar dos verões em que passei nos Olivais na casa do meus avós, das tardes de calções de banho em pleno jardim á frente do prédio a tomar banho através dos regadores automáticos! Das chinchadas durante as tardes com o meu primo, de representar as equipas de bairro como quem representa uma Selecção Nacional. Quero me lembrar do meu sorriso ao receber a minha primeira bola de futebol oferecida pelo meu padrinho, de sorrir por ir á escola e de querer fazer tudo quanto o meu primo mais velho fazia! Gostava de ter passado mais tempo da minha infância ao lado do meu pai, mas sei que não poderia ter sido assim… Lembro-me do seu chuto na bola em direcção ao céu azul numa tarde, em que parecia que eu a perdia de vista… Quero recordar a minha cadela, a minha pantufa, quero me lembrar do seu corpo rechonchudo aquando acabava de entrar pela porta da minha casa a dentro… Gostava de me lembrar do meu primeiro mergulho, do meu primeiro dia de praia e de saber o motivo do meu primeiro sorriso. Recordo-me mas queria voltar a sentir o abraço profundo da minha mãe. Quero voltar a sentir o prazer de crescer, da alegria de poder tirar a carta de condução e da primeira vez que conduzi. Quero recordar do meu sorriso ao receber o primeiro ordenado e da festa que fiz, da primeira vez que me senti um Homem crescido com dinheiro no bolso que não tivesse sido dado pelos meus Pais. Tudo isto foram bons momentos, momentos de quem eu me orgulho muito de ter partilhado com alguém. Agora em adulto, num projecto inacabado de crescimento, de auto-conhecimento sinto que muito do que eu pensava que fosse possível de me acontecer não mais acontecerá, sinto que as forças que tinha dantes desvaneceram por entre a fumaça de nevoeiros que se puseram na minha vida e que nunca mais saíram, das sombras que se apoderaram de mim! Gostava de ser recordado pelo meu sorriso, pela minha alegria, pelas tardes em que sentados na mesa éramos todos felizes. Possivelmente desde há dois anos que não sei o que é ser realmente feliz, que não sei o que é ter o prazer de sorrir e rir com gargalhadas que parecem que nunca mais vão acabar… Este fim-de-semana, que hoje termina, foi um fim-de-semana intensivo, um fim-de-semana que simplesmente voltei à minha infância e sempre com a alegria de quem gosta de mim!
Quereria muito voltar a ser criança, a ser inocente, a querer descobrir toda a essência da vida. Não me arrependo em nada, voltaria a fazer tudo como sempre fiz, e voltaria a fazer muita coisa da mesma maneira que sempre fiz, pois isso foi o que fez de mim o Álvaro David que todos conheceram! Este homem sincero, divertido, protector, mimado mas acima de tudo honesto nos seus sentimentos para com as pessoas que me rodeiam. Como disse inicialmente não quero que esta carta seja de despedida, contudo sei que a mesma corresponde a isso mesmo, a uma despedida provisória… Mas queria que tudo fosse melhor em mim mesmo, e como isso não é possível, não poderei nunca atrasar o comboio que segue no seu rumo.
Vou com a felicidade de que tudo correu pelo melhor e que se não houve melhores situações/vivencias foi porque a vida assim não permitiu… Tenho pena se de algum modo não verei as minhas sobrinhas, mas sei que elas ouvirão falar muito de mim, do tio que não conheceram… Que ouvirão falar das minhas histórias e das minhas doidices, dos meus sonhos e dos meus quereres… Gostava imenso de que viessem com apenas uma coisa minha, a minha força de vontade!



Bem-haja a todos os que na minha vida fizeram sentido, o meu sorriso brilhara sempre só para vós!

Primeiro Amor



Existe um universo que nos rodeia, um universo que se mantém fiel a si mesmo como um caminho que se tem de percorrer, um caminho que se tem de viver. Nada é novo aos olhos de quem um dia o viveu, é metódico e inquestionável, mas é verdadeiro e a verdade é algo que não se nega aos seus próprios olhos. Existem três tipos de amores, o primeiro, o grande e todos os outros. É nesta certeza que eu me compreendi durante este tempo de reflexão que está a chegar ao fim mas que ainda agora começou. São três tipos que não se misturam, nem se substituem. Prefiro falar do primeiro, esse amor que é único na vida de qualquer Homem, de qualquer ser que incondicionalmente vive o sentimento com o sorriso que a vida pretende. O primeiro amor é como uma história de encantar, tudo é puro, os olhos brilham e de certo os corações apertam, mas nunca de forma igual ao apertar do coração do Grande amor. São coisas distintas mas mesmo assim intensas e belas. Tudo começa com o beijo inocente de quem se descobre a si próprio, de quem descobre sentimentos novos, tudo começou aos meus três anos, o primeiro olhar, o primeiro sorriso, o único e inesquecível primeiro beijo. Aquele beijo doce e inocente de duas crianças que naquele momento se tornaram inseparáveis para o resto da vida. Como qualquer história de contos infantis, de princesas e príncipes nos castelos encantados, a vida tentou-nos separar. Nos tempos cinzentos do rosto inocente de quem ainda não percebe a frieza da vida, de quem não conhece que a vida pode ser dura, a vida tirou-te do meu caminho, do caminho de um amigo, de alguém mais que amigo, num patamar que nem a própria amizade consegue classificar de tão grande que é. Caminhos novos, estradas novas a percorrer, vidas separadas... Anos passaram, as crianças cresceram, a inocência já não existia mais... Os jovens inocentes tornaram-se adultos. Mas como todos os caminhos têm de ser percorridos, no momento mais cinzento da minha vida, hoje homem outrora criança, apareceste, o teu sorriso era igual com o qual eu me lembrava desde os tempos de criança, o teu rosto não mudará em nada, estavas a mesma inocente e incrível Paty... A vida voltou a colocar-nos no caminho um do outro, voltou a florir a vida com os desejos de duas crianças que se conhecem desde sempre. O primeiro amor voltou a ser vivido e sentido, mas sempre como primeiro amor, aquele amor que nunca se esquece, aquele amor que muito pouca gente tem o prazer ou a felicidade de o viver como nós o conseguimos viver, aquele amor que não existe, que só existe nos filmes! O Primeiro e único amor, o amor de infância o amor mais sincero.Por instantes pensei que o mundo podia parar, deitar tudo para trás das costas e deixar o vento levar as mágoas que o próprio tempo trouxera... Impossível, o passado não se apaga e o presente é escrito nas palavras que o passado te dá como inspiração. Desta vez o nosso caminho cruzou-se como o destino pretendia, mas não finalizou, outros caminhos vão iniciar e histórias para contar. Os beijos inocente voltaram a ser possíveis e tudo se mostrava guiado e inesquecível, porque tudo o que temos por muito que seja impossível torna-se inesquecível, e isso é o bom de ser sempre o primeiro e único amor, e de ter provado o sabor do beijo como a experiencia que se procurava.Porque o primeiro amor nunca se esquece, porque tudo é puro e porque a amizade que se vive é superior ao que de negativo o universo nos dá!O primeiro amor é e sempre será o primeiro amor, nunca será o grande, nem nunca será como os outros, é simplesmente o Primeiro e inesquecível amor da vida de quem o vive.Mas isso é a beleza do sentimento que o rodeia, e é esse amor que um dia se vai contar aos netos, numa forma de história de encantar, com príncipes e princesas, com aventuras e tristezas, com brincadeiras e travessuras, e é essa história que nos unirá para sempre, independentemente de quão longe possamos estar um do outro. Porque somos e seremos sempre o nosso “primeiro amor”.

Angustia



Escrevo palavras que não sei o significado, palavras que por si só não têm qualquer sentido ou lógica. Escrevo palavras que só a mim me causam tormento, palavras que juntas se tornam sempre na carta de despedida. Aguardo com a calma natural de quem não tem nada a perder pela visita da velha senhora, aguardo porque sei que qualquer dia ela vai aparecer, ela vai me visitar. É uma visita inevitável, só tenho que aguardar pela sua chegada e aguardar de braços abertos, aguardo porque sei que o meu sufoco será eliminado, como que uma cura para todos os males. O vento sopra, o sol aquece como á muito não aquecia, a noite demora a aparecer e os fantasmas de ontem tornam-se os fantasmas de amanhã. Em toda uma vida os fantasmas são aos mesmos, são aqueles que me assombram mesmo acordado, mesmo quando tudo parece finalmente fazer sentido... sentido? Mas que sentido é esse que me ofusca o sorriso por que tanto anseio, não sei como corresponder a uma vida de pesadelos constantes e reais, pesadelos que me levam a ter as ideias mais fúteis de uma viravolta certa no genocídio de uma alma aprisionada pela incerteza da sua própria certeza. Escrevo palavras, palavras soltas, o medo torna-se num presente passado, um presente envenenado pela desconfiança de sentimentos que outrora desejei possuir! Quem ousou vestir o sorriso não sentido, ousou também sentir um sentimento que não conhece, que não sabe decifrar ou explicar, nada faz sentido! Alma de quem chora o choro seco, um choro de lágrimas límpidas e claras como as águas do rio mais natural, do rio oriundo da fonte dos deuses, da fonte dos sentimentos nobres e inexplicáveis... Oh que sentimento eu sinto, este sentimento que me prende o rosto e que não me deixa viver... Soa o apito da vida, um apito que dá o sopro final, o sopro que define o términos dos segundos que ainda me sobram para suspirar! Quero mais, quero sorrir mais uma vez, um sorriso puro no bater do coração, um coração cansado de bater numa vida de incansável solidão. Chove, chove como se chovesse gotas de sangue, um sangramento de eterna euforia pela solidão do ser que chora rios de lágrimas secas pela exactidão do desespero de quem não tem motivos para prosseguir, para prosseguir esse tão desejado caminho que todos querem caminhar mas que são raros os que realmente desfrutam. Então deixem-me, deixem-me suspirar baixinho pelo deambular do sono eterno, deixem-me sossegado, sozinho, no mais calmo sentimento de quem espera e esperará pela velha senhora.

Mudanças



Hoje sou diferente do que era há dois anos atrás, não sei se melhor ou pior, apenas sei que me sinto diferente, que me sinto como se houvesse outro eu a morar dentro do mesmo corpo que o meu eu anterior habita. Solta-se o hábito que outrora nunca pensei um dia vir a ter, tal como os sentimentos que crescem como que ervas daninhas, como se não fosse possível travar a sua evolução, parecendo que têm vida própria, que crescem e multiplicam-se por si mesmo! Sinto que mudei os sentimentos e os simples prazeres que dantes me faziam sorrir, hoje não sorrio com tanta facilidade como sorria anteriormente, como se quisessem que eu como Homem me torna-se naquilo que odiava, naquilo que sempre pensei em não me tornar... Perdi o tesouro que me enriquecia a vida, um tesouro inigualável, um tesouro que me levava todo o prazer e que me fazia sorrir somente ao ver o seu rosto ao acordar... Agora, agora é a estrela que me guia, talvez por isso mesmo me tenha tornado um noctívago, talvez por esse facto consiga olhar o mundo somente à noite... Mas a perda de um ser, de um sentimento, de um prazer egoísta leva a perda de muito mais, leva a perda de quem ao nosso lado se vai afastando, de quem vai recriando um novo mundo, um mundo ao qual não quero pertencer, a um mundo que simplesmente me machuca e que ninguém percebe bem a razão. Sinto que me mudo, que estou em constante mudança, não sei se para melhor ou pior, apenas que me tenho mudado a cada segundo. Já nada me seduz, e o que me seduz torna-se no pecado que mora ao lado, no pecado que nunca outrora pensei que me fosse seduzir! A falta que me faz a palavra que prenunciavas, a falta do teu bom senso e do teu simples e caloroso olhar, esse olhar que me mantinha como que protegido pelo teu escudo, por esse escudo que hoje procuro, esse escudo que já não tenho mais, ontem, hoje e para sempre, cada sofrimento é escondido, não tenho forças para sofrer mais, as lágrimas já não correm... Mas um Homem não chora, um Homem é o guerreiro que se deita pronto a morrer...Morrer... Que sentimento tão nobre na hora da angustia, na hora do desespero! Mudanças... Sinto-me a mudar, a mudar de uma forma abrutada, de uma forma repentinamente fútil e rápida! Pára, acalma essa rapidez de mudança, faz com que consiga amar novamente quem eu amei na tua perda, faz com que ele volte, com que ele me sinta como me sentia dantes... Deixa-me ser egoísta a esse ponto! Egoísta... Não, prefiro morrer, quero que a velha senhora me leve, me dê a guarida necessária para uma mudança em definitivo, uma mudança séria e sem volta, como um golpe profundo na mente de quem sofre todos os dias no seu silêncio sorridente, com aquele sorriso muito próprio e muito complicado de gerir. Tudo muda, umas coisas para melhor outras para pior, eu mudei, tornei-me mais frio, gelei! Muda-me se puderes, mas muda-me agora neste instante... Quero voltar a ser quem era com quem era, e isso é impossível... Então prefiro morrer, sem mais falta ou prejuízo para quem hoje consegue viver novamente no seu doce e ternurento sono... Porque eu, eu não durmo esse sono desde que um dia a vida me quis mudar pela força do crescimento, pela força determinada por si mesma como de destino! Eu cresci, mas mudei, mudei para um ser que eu próprio não consigo decifrar nem confiar...Para um homem que prefere morrer e dormir o sono dos justos, pelo menos só por mais uma vez...

Sonha comigo



Fecha os olhos, viaja comigo, a noite que caiu passou a ser só nossa, demais ninguém, só nós temos o poder de a contemplar... Vem comigo, dá-me a mão, não temas que o sentimento que transborda do nosso mais profundo ser será o suficiente para que se semeiem sorrisos, para que nasçam os maiores e sinceros prazeres... Um olhar de olhos de fechados, um brilho de diamante quando dizes o que raramente ousas dizer, o desejar de uma espera angustiante para que permaneças naquele eterno segundo, naquele segundo que se esconde da noite em que o teu corpo completou o meu, o desejo, um desejo efémero de que ninguém ousa desejar, eu, eu desejo-o... preciso do teu ser, cada segundo, cada minuto, cada passagem ou soprar de vento, em cada grão de areia por cada passo que eu dou quando penso em ti, o mar liberta-me o pensamento, liberta mas não o apaga, um sentimento que se alimenta de cada vez que te vejo, de cada vez que o teu ser emana todo o elixir da razão de eu me sentir assim! Porque dar nomes a algo que não consigo descrever, jamais quererei catalogar o que me fazes sentir, sinto-me perdido na imensidão do teu próprio ser... Condena-me, crucifica-me caso seja isso o que pensas sobre o que o meu minúsculo ser pensa ao te querer, leva o meu barco ao teu rumo, faz atracar a nau que me levou até ti, não a deixes á deriva... não a percas de vista, guarda-a, conserva cada lugar, cada sílaba, cada querer... Quem ousa ir ao teu encontro encontra as maiores tempestades e adversidades, tal qual um navegador que ousa passar o Cabo Bojador, eu ousei, eu quis e quereria novamente, encontrei o maior dos meus tesouros, e ouvir-te dizer as palavras certas nas alturas certas faz-me levitar e permanecer o maior conquistador de todos os tempos, faz-me acreditar que encontrei o tesouro que há muito se encontrava perdido! Leva a cabo cada frase tua, cada desejo... concretizarei cada pedido teu, tal qual musa, tal qual deusa ou mulher, entraste na minha vida como o raio de luz que trespassa as trevas de longas e espessas Heras... Chora a lágrima que eu não deixo escorrer, vem, fecha os olhos, tens um mundo novo inteiro para o descobrires, aventura-te, ampararei cada queda tua... Abraça-me, sonha, vive... Tudo está bem... Deita-te, fecha os olhos, vês? Vês todo o mundo que sempre sonhaste? Vês todos os desejos que sempre desejaste? Vês o mundo da maneira que sempre o pintaste? Então vive-o, eu estarei sempre aqui para te levar a esse mundo que eu encontrei, a esse mundo em que tudo volta a ser puro, tão puro como a vida aos olhos de uma criança... Então vem e volta a ser a criança de sonhos e fantasias, de princesas e príncipes, de cavaleiros e donzelas... Vem e vive todo este sonho comigo, vive-o porque te protegerei sempre, porque ao acordares eu estarei aqui ao teu lado, não vestido de príncipe nem de cavaleiro, mas com os mesmos sentimentos que teria caso estivesse vestido dessa forma, porque mesmo acordado, mesmo que desperto continuas a ser a minha donzela, a minha princesa, a minha boneca de porcelana!

Estrelas



Quero abraçar-te, esperar que o tempo pare em torno do nosso presente, em torno do culminar dos nossos lábios em colisão. Desejo-te, anseio por cada segundo ao teu lado como uma eterna criança à espera da meia-noite na véspera de natal; ao teu lado eu sei que as estrelas brilharão sempre e para sempre, por mais que o céu se encontre cinzento e nublado... Os defeitos tornam-se virtudes como que por actos de magia, de pura e simples magia. As estrelas, essas mostram algo nos teus olhos que me mantém preso a cada suspiro teu, que me mantém á tua mercê a cada segundo mais que passa... A cada hora, minuto ou segundo, anseio por gritar aos sete ventos toda a nossa verdade, toda a nossa história, o tudo ou nada que sentimos porque simplesmente sinto-o, e sinto algo diferente ao teu lado... Quero navegar pela imensidão do teu corpo, perder-me no suspiro mais profundo que me possas dar, afogar-me numa troca de suores de quem se quer, de quem se deseja... A incerteza de todas as certezas machuca, mas quando o dizes com toda a clareza a palavra mais amável, então toda a incerteza torna-se no maior prazer que algum dia poderia ter, contigo o tempo não tem meio-termo, avança como que perdido pela imensidão do seu próprio tamanho, és o vicio ao qual não me quero curar, és a minha onda, és com quem me quero perder. Fecha os olhos, viaja comigo pelos caminhos que tu queres viajar, dá-me a tua mão, sente-a, sente o bater do meu peito quando as nossas bocas se aproximam? Não procures razões ás quais as próprias estrelas desconhecem, esquece tudo o que poderia ser real ou planeado, desfruta apenas da sensação de que tudo aconteceu, e se aconteceu foi porque teve o seu motivo, nada acontece por acaso, nada é escrito em vão, tu não tens uma página, tu já és o meu diário, o meu livro, a minha musa! Eu encontro-me perdido á tua espera, eternamente aguardo pela perspectiva de um tempo que não passa para te ver, o tempo finta-me como que se tudo se tratasse de um mero jogo, doloroso até á tua chegada, mas não deixando tempo suficiente para tudo o que te queria dizer na tua permanência... Deixa que a noite te guie até mim, as estrelas irão mostrar-te o caminho e eu estarei aqui á tua espera, calmo e angustiado, como que contando cada segundo para te ver! Já te disse o quanto te quero? Raramente o direi, contigo quero declamar prosas, versos e quadras, quero amar-te, deixas-me? Beija-me mais uma vez, ama-me mais uma noite, esta noite será nossa e o dia em que os nossos corpos se uniram, de uma forma inesperada e nada conscienciosa, demonstra que simplesmente o nosso cruzar de caminhos fez as estrelas brilharem ainda mais nessa noite... Cada dia que passa aumento tudo o que sinto por ti, cada sentimento, cada vontade e desejo! Deixa-me agradecer a quem te pôs no meu caminho e principalmente pelos nossos caminhos se terem cruzado... Sinto que me completas, que preenches o meu espaço, e que contigo consigo brilhar como uma estrela numa noite de luar em plena praia!

Esse sentimento eu dispenso, obrigado!



Pela primeira vez senti raiva, uma raiva que me consumia a alma, nunca senti nada igual desde que estou contigo! Este sentimento dispenso, posso perceber muita coisa, fechar os olhos á verdade e até aguentar as saudades que sinto em não te ver, mas o sentimento de impotência, esse dispenso, esse não o quero voltar a sentir, as decisões são tomadas, precipitações essas devem ser corrigidas e não alimentadas, Adoro-te, mas dispenso a sensação que tive hoje!“O amor é o sentimento mais estranho que existe, é um sentimento que nos entranha na alma como que construindo caminhos para que sozinho consiga sobreviver, constrói barragens de outros sentimentos e isola-se dentro de nós para que mais ninguém o tire. O amor é complicado, difícil de entender, difícil até de o compreender, se tudo fosse fácil não era amor, era amizade! O amor cria em nós coisas que nunca antes o poderíamos ter sentido, como o ciúme... Esse sentimento dispenso, faz-nos parecer algo imaturos e pouco sensatos, mas o amor cria-o, faz com que ele apareça, e sim, eu hoje senti-o! Jurei a mim mesmo nunca o sentir, mas quebrei essa promessa, quebrei-a porque sei o que supostamente nunca quis saber, nunca desejei acreditar! Existe uma história que me impossibilita de te ter a cem por cento, que impossibilita a tua vontade e a minha de estarmos juntos... Porque? Bem isso não consigo responder, ninguém que ame poderá responder a questões de ciúmes, porque esse sentimento cega quem vê e quem nunca quis ver! O amor é estranho, o amor é como um despertar de várias sensações, é como uma refeição que necessita dos condimentos certos, em doses q.b., em formas a que o mundo se pinte de cores que nunca foi pintado, que tudo seja reluzente como o ouro, ou como o raio de sol a bater na imensidão de uma onda que se dirige a para a beira-mar. Diz-me, diz-me o quanto me amas, dá-me certezas, não quero sentir que um dia te possa perder para quem outrora já fez parte da tua vida... Se esse sentimento de reconciliação é o que preferes diz-me, conta-me com todas as palavras que possas descrever de forma simplista e perceptível, eu não quero sentir novamente a angustia que senti hoje... Quero o teu corpo, quero sentir o cheiro do teu cabelo, sentir o toque da tua mão acariciando o meu rosto, o meu cabelo... Quero-te como nunca pensei que te pudesse querer um dia, e sinto que quanto mais o tempo passa mais eu me sinto uno contigo, e se de alguma forma o teu sentimento não for esse, se de alguma forma isto não passar de um mero passatempo diz-me, prepara-me, prefiro sorrir por entre os sonho que derramar as lágrimas que a vida já me secou por futuros que não tenho coragem de os ver... Ao menos isso, ao menos dá-me a tua sinceridade, peço-te, não me faças sentir o que hoje eu senti, esse sentimento eu dispenso obrigado!”

Arraial



E no meio de um turbilhão de problemas eis que nasce o sorriso que se encontrava enclausurado pela vontade de desistir. O sorriso que só por si bastava para que como por magia voltasse a ter a alegria de viver, o seu beijo, um beijo inesquecível, um beijo demasiadamente vicioso... Um vicio que ele sempre desejou ter! “Era Junho, um mês como outro qualquer, um mês de sol quente e noites sufocantes de calores inigualáveis, o jovem caminhava, caminhava por um caminho que lhe era totalmente estranho, um caminho que lhe ensinava a todos os passos algo novo, algo que o fazia crescer como homem. Parou... Olhou ao seu redor, era um frenesim, uns sons que ao longe o faziam querer ir ao seu encontro, andou, caminhou em direcção ao ruído, enquanto se aproximava o som tornava-se mais nítido, mais perceptível, era uma festa, um arraial popular! Gente por todos os lados a andar, a beber, a comer e dançar... Era a alegria contagiante que permanecia na rua, que sugava todos os seus habitantes! Olhou ao seu redor, como que por magia o jovem perdeu a timidez e avançou, nunca vira tal coisa, nunca ouvira aquela música. Correu em direcção ao baile, jovens de todas as idades e feitios, de sorrisos e feitiços, loiras, ruivas, altas e baixas, todas elas dançavam ao ritmo do batuque da orquestra. Apenas uma não dançava, calma e serena, como que esperando alguém que nunca chegara. O jovem agarrou-a, nunca dançou tal ritmo, tal música, mas depressa aprendeu, sorriram, ambos sorriram em direcção um do outro, os pés levitaram, estavam a dançar, nada a sua volta mais importava, apenas a dança. Soltou-se o beijo, um beijo de vício com que sempre o jovem sonhou, um beijo único, um beijo com sabor especial. Fugiram, fugiram por entre o povo, um abraço, um abraço profundo como que querendo prender aquele sentimento, como que não querendo deixar fugir a noite, como que desejando que a noite durasse uma eternidade. Soltou-se o fogo de artificio, meu Deus, o jovem já tinha visto muitas vezes fogo de artificio, mas nenhum dos que vira anteriormente soubera tão bem quanto o que estava a ver naquele momento. Fugiram, mais um beijo, um abraço, um sorriso em uníssono e uma despedida de angústia. O tempo não parara, pelo contrário, o tempo que era pouco fugiu por entre os dedos agarrados pelos dois jovens. A ânsia, a ânsia de voltar a ver o sorriso, de sentir os lábios de sabor inigualável, todo o esplendor do rosto que o enfeitiçara!”

Constelação


Pedia-te mais uma noite, uma noite que fosse... pedia-te um segundo, aquele teu segundo para que te pudesse presentear com o mundo e o universo, as estrelas e o céu... Lamechas? Sim sou, mas sou-o contigo, sou-o porque sem saber o motivo tu me fazes ser, ou talvez por ser um eterno apaixonado, um eterno romântico que se encontra em vias de extinção! QB ou não esta e a minha forma, é o meu corpo e o meu espírito, este sou EU! E é assim que me entrego a ti, é assim que mostro e te desejo, é no mais puro dos sentimentos que eu te beijo e espero ansioso por te voltar a ver!“O jovem desejou-a, desejou-a como o céu deseja o imenso azul do mar, como que esperando pelo querer de uma palavra de ansiedade que teimava em não aparecer... Esperou, sonhou o mesmo sonho por mil sois e mil luas, o sonho que haveria de se tornar real, um sonho que mesmo o vivendo no seu tímido e escondido corpo pareceria um sonho! Tudo era um sonho, tudo era mágico, tudo era o que o faria parar sem querer continuar. A felicidade estava ali presente, uma felicidade pela qual ele tanto ansiou. Esperou sorriu e na primeira noite da sua nova vida tardou em adormecer, tardou porque apenas queria deslumbrar-se com o rosto de quem o estava a fazer feliz, de quem ele queria que ali estivesse e que por fim estava. O céu parou, a lua não mais saiu, o dia virou noite e a noite, essa, essa permaneceu noite, permaneceu porque era na noite que os sonhos se estavam a realizar, que se estavam a concretizar, o jovem sem mais palavras olhava, olhava pela imenso prazer de ver quem ele desejava, amor? Não, isso era muito cedo para decidir, apenas a pura magia que ele não conseguia descrever, uma magia tão forte que ele apenas conseguia congelar as palavras para que não saísse nada em vão, para que ele as guardasse para uma ocasião mais adequado, uma ocasião em que ele fosse o centro da atenção, que ele fosse os olhos perdidos no escuro... O seu beijo, era um beijo de puro e doce prazer, um sabor de jasmim, um sabor de puro e real sentimento. O jovem encontrava-se a viver o sonho que sempre quis sonhar, que sempre quis viver! Agora vivia-o, agora pensava que tudo se tornara puro, o jovem agora dormia o sono profundo do sonho que sempre sonhara, agora sim, agora ele era uma estrela na constelação dos profundos olhos da sua amada!”

Perdidos



Na noite em que te escrevi, decidi ser um novo ser, uma personagem que nunca outrora havia sido, uma personagem em que tu te interessarias, com quem tu te irias identificar ou melhor, com quem tu terias orgulho em estar, uma personagem com um toque de heroísmo, um toque de charme, um toque de actor de cinema... Tanto que quis ser que nada fui, porque o ser que idolatraste era um ser irreal, um ser manipulado pela vergonha do meu próprio ser, pela vergonha de ser como era, pela simples vergonha de me envergonhar de uma vida fechada ao mundo. “ A lua estava alta, brilhava como um sol perdido no infinito do imenso céu. Tudo á volta do seu luar era esbelto, tudo fazia sentido, nada era em vão, as palavras tornavam-se verdadeiras a cada sílaba que o jovem prenunciava. Os olhos, esses, fitavam os olhares perdidos de quem se sentara a sua frente, nunca se cruzaram, ninguém quis dar a parte fraca, ele, ele era um jovem orgulhoso, um jovem que não poderia fracassar, um jovem que simplesmente não amava, ou melhor, um jovem que aos olhos dos que o rodeiam nunca amara, ela, ela era uma lutadora, uma jovem que se tornara independente, uma jovem que temia tornar-se dependente de alguém ou do simples facto de se poder apaixonar, a paixão tornara-se fútil aos seus olhos, a paixão era levada em seu pensamento como a maior fraqueza que ela poderia adquirir.Soltavam-se palavras, todas verdadeiras, todas verdadeiramente inocentes, o jovem escutava com atenção a cada palavra de quem o congelara sentado naquele lugar cheio de gente, mas ao mesmo tempo vazio, nada os importunava, as horas passavam como relâmpagos, passavam como que correndo, como se o medo de alguém fosse o medo de ambos. Nada os impedia, pareciam crianças, crianças que se expõem sem se aperceber do quão perigoso pode ser essa exposição ao amor. O relógio, esse era o único inimigo, esse que se apressava em avançar por forma a que o tempo se esgotasse!Os olhos brilharam, as imperfeições foram tomadas como perfeições, tudo era perfeito, até a chuva que nunca caiu, poderia ter caído, nada estragaria aquele momento porque tanto ansiaram, aquele momento que nunca fora planeado mas que simplesmente sempre o desejaram. O momento da chávena do café, do café escuro como o carvão, negro como a sombra sem luz, mas uma sombra que eles começaram por explorar, uma sombra que os fazia serem eles mesmo, uma sombra que começava a não pairar, sem mascaras, sem segredos, sem medo do que eram, sem qualquer vergonha de serem quem eram. Nesse momento, no momento curto de tempo, do tempo que o relógio teimava em apressar, eles foram verdadeiramente eles, eles foram puros, eles não se esconderam do que eram, eles tiveram orgulho em serem eles mesmos. Já não estavam perdidos, eles acabavam de se encontrar a eles mesmo!”

Sem título



E na madrugada distante do tempo que em que o fazia sorrir, mantinha-se deitado, deitado por entre o mundo perplexo dos seus lençóis envoltos em sonhos e pesadelos que permaneciam na sua cabeça. A imaginação era fútil, fraca e incompreensível, um remoinho de emoções que levavam á sua inteira confusão... Um baralhar de ideias e sentimentos, algo a que ele próprio nunca conseguira compreender! Era somente os segundos preciosos antes do seu suicídio, a faca pesava por entre os dedos que a agarravam, a faca que serviria para cortar a corda com que se enforcaria... A sua força tornou-se sua inimiga, virou a sua principal fraqueza, mudou o rumo do barco que se estava destinado a suprimir por entre o nevoeiro. Ele sonhou como sempre sonhara, ele que sempre quis ser tudo sem nada ser, hoje tomou a decisão, dura para consigo mesmo, mas numa tentativa de acalmar a ansiedade das saudades com que sempre adormecera. Era hoje, a viajem estava marcada, ele que não quereria perder o transporte que o levaria ao tão destinado destino. Sonhou mais uma vez, sonhou enrolado aos seus lençóis, aqueles lençóis que o lembravam de quando era aconchegado por quem hoje sentia saudades, esses lençóis que faziam dele novamente uma criança de cinco anos. Ele quis mostrar-se a si mesmo que tinha a coragem de mil leões, a força de mil elefantes, mas não, nunca a tivera, sempre fora fraco e medroso... Apenas vivia num mundo de fantasia, num mundo em que ele próprio imaginava-se um herói, alguém a quem todos tivessem respeito, em quem todos temessem... A verdade doía, a verdade levava-o ao seu golpe de não sofrimento, ao findar das dores angustiantes pelo qual passava, ao seu puro e directo suicídio.

Sofrimento



Era madrugada, o sono não o acompanhava pelas horas que o relógio teimava em fazer avançar, não acompanhava o tempo que o fazia envelhecer a cada lágrima que o rosto teimava em não derramar... Tudo mudará, tudo se tinha alterado, a amizade deixou de fazer falta, os espaços estavam preenchidos e o tudo desmoronou para se tornar o nada! Por mais que se esforça-se nada poderia voltar a ser como era, as personagens estavam diferentes, a história tinha sido alterada... Ele sofria, fazia-lhe falta aquele sorriso que tanto ele amou, que tanto desejou... Um sorriso que hoje já tinha dono, o sorriso com destino de ser agradado. As lágrimas, essas já não precisavam de ombro, já tinham o seu poiso. Ela simplesmente mudará todo o enredo, mudará todo o cenário, já nada era belo como dantes... Tudo era um livro, e este espaço, este tempo de lágrimas secas, este monologo era um novo capítulo, um capítulo que se obrigava a viver... Ele sofreu, os mares acompanharam a sua raiva com marés vivas que nem Zeus presenciou, o vento soprou tão forte que as árvores ficaram despidas, despidas como nunca o outono o fizera... Tudo porque o seu sofrimento calado e silencioso magoavam ao próprio criador, uma dor sofrida por qualquer elemento da chamada vida! Ele simplesmente viveu dentro do seu silêncio como sempre o fizera!