quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O teu jogo de certezas

Se das tuas certezas tiraste as minhas elações, então das minhas certezas deixaste morrer os meus sentimentos... E se dos meus sentimentos nada viste, foi porque cegaste pelas tuas certezas... Dessas certezas de que nada sabias de tão incertas que eram... Incertezas que foram mais certas que as certezas que juravas ter!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cansaço


Cansado da omnipresença da imensidão de um legado que simplesmente não pedi, um legado imposto por decisões que nunca tomei, por palavras que nunca disse… Prefiro sentar-me e reflectir em como a necessidade não passa da simples vontade de nada querer, para que pedir? Sento-me apenas, deixo que o relógio avance como que me levando a novas portas de escolhas, escolhas de vazios inconfundíveis, de vazios que em nada me transportam para a pura e eloquente supremacia da minha evolução como ser… Estas escolhas são simplesmente escolhas de nada, de uma nada em torno de muito menos, um menos que apenas nega qualquer necessidade ou possibilidade de querer o que se pode, levando sempre a querer o que nos é impossível!
Cansado, cansado de nada fazer em relação ao que poderia ser, aos sonhos que poderia sonhar, às coisas que simplesmente poderiam me transformar num rosto de um estátua habitada de negligencia e deserta de inteligência por quem a contemplaria, uma estátua que seria de porcelana pronta a quebrar a cada segundo que passasse… Dessa porcelana nada seria achado, tudo se transformaria pela perda do que nada trouxera!

Cansado, cansado até de mais, cansado de esperar, cansado de respirar, cansado de estar cansado, cansado de uma vida de infortúnios e devaneios, de sortes e azares, cansado simplesmente de viver uma história que nunca será a minha história, será sempre a história que alguém escolheu para mim… Quero ser a minha própria personagem, quero ser o que eu decidir ser, mas apenas me poderei manter nesse querer durante as palavras que nunca disse, durante as palavras que caiem directamente mudas da minha boca para a caneta da minha mão! E é nessas palavras, nessas conjugações em que o meu mundo se pinta com as minhas cores, em cada frase, é em cada frase que ganham as formas com que eu sonho, em cada parágrafo, em cada exclamação que recupero as forças que me levam á exaustão, ao cansaço da omnipresença deste trágico legado a que me obrigo! Quero desviar esse legado, pô-lo de lado e respirar outra personagem, quero voar por entre os céus das minhas palavras, navegar por entre cada suspiro do meu respirar, quero ser algo mais, algo maior… mas não consigo, sinto-me cansado desta luta a que me obrigo, a esta luta que combato para defender um legado que não o meu, um legado que nunca pedi!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sombras


Nas sombras do meu quarto vivo um sonho que em nada é sonhado, um sonho que simplesmente se eleva das vontades de querer aparecer por entre os sóis que iluminam a minha noite, sem noite, só nas sombras, nas sombras de um espaço quase imperfeito de tanta perfeição, de uma perfeição construída por base nos sonhos que nunca sonhei… Adormeço cansado de tanto respirar, um respirar eterno e sufocante, angustiantemente obrigatório pela sua inglória vontade de não me deixar morrer, pela sua luta eterna que simplesmente sinto vontade de desperdiçar… Deixo que o pecado se entrelace nas linhas com que me cozo, nas linhas que deixei de ver mas que demarcam as minhas margens, umas margens intransponíveis e que tento, talvez por teimosia, transpor, quero fugir desta prisão que não me prende, desta prisão que teima em desvalorizar cada pedaço de força que tenho, força… Estranha força que sinto, que perco a cada instante que passa, a cada segundo que morre, a cada dia que vejo simplesmente brilhar mas que ninguém ousa contemplar… Contemplei um dia, apenas um dia, depois deixei-me levar pelo rumo das águas paradas que teimaram em não me levar a lugar algum! Igual a tantos outros, desigual a mim mesmo, estranho que me olho quando adormeço, mais estranho me pareço quando acordo… Sou o estranho que entrou numa casa cansada e fraca, numa casa de ruínas e incertezas, uma casa que simplesmente precisa de algo mais que as paredes que lhe vão sustendo a sua envergadura, preciso de mais, preciso, preciso… Preciso, eu sei que preciso de algo, de um algo que não descrevo porque nem eu mesmo sei o que poderá ser descrito dessa minha necessidade, da necessidade simples e complexa de ser entendida! Estranho é a força que vejo brilhar todos os dias, a força deste sol que um dia irá rebentar por entre os nossos olhos, e nesse dia, o sol brilhará com tamanha força que dificilmente ninguém o contemplará, o seu brilho passará de indiferente a talvez temido, mas visto… Sinto-me como esse sol, sinto que em sou incrédulo de mim mesmo, e que ninguém ousa sequer contemplar o pouco de brilho que transmito, do pouco sorriso que demonstro, mas não quero explodir, não quero obrigar de uma forma temível a que seja visto, pois nessa altura a minha amargura transformar-se-á em ondas que nunca poderei domar! E nesse instante voltarei a perder-me de mim mesmo, meu maior medo, não me conhecer, meu maior receio, perder-me do que sempre fui, do que sempre pensei ser! Mas um dia, qualquer dia, sem data marcada, sem qualquer apontamento numa agenda cansada de tanto esperar, eis que surgirá alguém, algo, alguma coisa que me apresentará a mim novamente, e nesse momento em que voltarei a ser uno comigo mesmo, poderei gritar, acender as luzes e contemplar as sombras que vivem neste quarto, e ai, bem ai poderei sonhar um sonho possível de ser sonhado!

sábado, 24 de outubro de 2009

Outra vez...Não digas nada!


Existem momentos que as palavras simplesmente fogem, escondem-se por entre as sombras da noite escura e negra de uma cidade impávida e serena, de uma cidade por agora já morta, numa cidade que ressuscita cada dia, á mesma hora, quer esteja a chover ou qualquer outro tempo que possa simplesmente fazer! Existem momentos em que as palavras escapam por entre os dedos, para que não se possam eternizar em qualquer pedaço do mais simples papel! São essas palavras que por vezes tento dizer, mostrando que até que podia encaminhar toda uma explicação que não te faria qualquer lógica, mas que seria a mais verdadeira das verdadeiras palavras prenunciadas em teu favor! Dizer-te o que simplesmente sinto, é como abrir um livro que nunca foi lido, acho que simplesmente nunca ninguém me leu por completo, acho que nunca ninguém chegou ao fim da minha história, desta história interminavelmente eterna… Esta noite em que as palavras me escaparam, foi a noite em que pensei em ti, novamente, de uma forma em que me apeteceu fazer um regresso a um tempo que vivi ao teu lado, um curto tempo que vivi contigo, aquela simples experiencia de fazer simplesmente parar o tempo… Se tivesse capacidade de fazer o tempo voltar a atrás, manteria tudo o quanto fiz, porque mudar cada pedaço do meu passado seria como me mudar a mim, seria como alterar cada aspecto da minha personalidade, e isso, acho que nada me fará mudar! Queria ter um eterno leque de palavras para que te pudesse dizer tudo a todo o tempo… Não digas nada… Shiuuu… Escuta apenas, um dia darás o real valor, um dia seremos o que não fomos por agora, sem destino nem nada que se pareça como obrigatório, apenas porque sim, porque teve de acontecer, e se não acontecer, então foi isso mesmo que tinha de ser! Então, e até lá, vou desfrutar de cada momento que tenha de ser vivido, e isso será o que de mim fará alguém melhor do que sou agora…
Existem momentos em que as palavras simplesmente fogem, e esta noite não é excepção, as palavras voltaram a fugir, deixando-me mudo, incrédulo e apático pela noite fora… Não direi que te daria o mundo, ou como te trataria, o que simplesmente faria, não direi nada porque são coisas que se vão vendo e apreciando a cada instante que passamos juntos e em conjunto com o nosso mundo… Mas… Não digas nada, saboreia apenas o que te tenho para oferecer por agora, e nesta noite escura, nesta cidade impávida e serena, nesta cidade por agora morta, eu escrevo em palavras que me fugiram, com palavras que não consigo prenunciar para que tas possa levar, mas, é nesta cidade, nesta rua, neste quarto, nesta cama em que me deito, nesta noite escura, que sinto o que não sei dizer e digo o que continuo a sentir!



Medo

Se é do medo que fujo, se é do medo que me escondo, sé do medo que não vivo, então morro pelo medo que nunca me deixou viver!

Vive a morte que te oferecem...


Vivo a vida como mais ninguém, quem o diz certamente será das pessoas mais sortudas que podem existir, eu não vivo uma vida, possivelmente vivo alguns momentos de vida, espécies de sopros de alguma esperança, daquela esperança que existe quando um corpo já incrédulo dá o ar da sua graça quando ninguém mais acreditava ser possível, isso é o pouco de vida que vivo! Eu poderei dizer que vivo a morte que me ofereceram, uma morte especialmente concebida pela evolução da trágica e inglória sociedade soberana que nos deixaram de legado… Vivo uma morte tempestuosamente vivida, ou se calhar nem tempestuosa é, será talvez uma morte declarada desde o dia que em que passamos para a grandiosa fase de exploração do nosso consciente, da exploração e obrigação da nossa inteligência… Nada é simples, e se o era deixou de o ser, tudo se baseia nas escolhas que derivam na sua total e promíscua necessidade financeira! Quem consegue viver, certamente guardará o segredo, pois será único, ou dos muito pouco que habitam esta sociedade, ou possivelmente serão os que a própria sociedade condena e recrimina pela sua maneira de ser, possivelmente serão os descabidos e os eternos seres que nunca cresceram, e se existem de uma forma minoritária então certamente não farão parte integrante da sociedade e viverão á margem da mesma, na periferia de uma sociedade que teima em eliminar cada vida. Na morte que vivo, vivo poucos sopros de esperança, nem tempo tenho para viver, só a morte na sua inteira indisponibilidade teima em ocupar todos os segundos em que poderia, talvez, soprar um pouco desse sopro! O trabalho, o transito, as contas, a escola, as despesas, mais trabalho, mais transito, mais contas, mais, mais, mais… Somos adultos, a partir daqui é sempre a somar, é a responsabilidade que nos vai afectando, ser responsável é ter a certeza que somos adultos, por isso, sem qualquer outra questão, questão essa que nunca poderá sequer existir, temos de nos ocupar somente com trabalho, pois isso é ser-se o mais adulto que possa existir! Essa necessidade implícita de trabalho aparece pela necessidade simples de “ter” prioridades, e essas prioridades obrigam-se a ser pagas… Uma família, dois adultos que obtiveram o maior dos milagres, ou seja, um filho… Uma família tipicamente nacional, três pessoas num agregado normal e familiar… Uma renda, o infantário, a TV, o telefone, a comida, o carro, entre outras possíveis despesas, tudo isto suportado pela simples e magnifico ordenado mínimo dos dois pais, e para os dois trabalharem, tem que se colocar o magnifico milagre em algum lugar, a magnifica cresce que obtém qualquer coisa como quase o ordenado mínimo… Mas por este caminho, parece que faço campanha politica e social, e simplesmente não é esse o meu objectivo!

Vivo a minha morte, soa a estranho, mas não o é! Vivo a morte que me foi oferecida, vivo a morte porque me mato a cada dia que passa sem conseguir ter o proveito necessário para dizer que realmente “vivi”, estranho? Na sequência da nossa vida, numa sequência de contabilização do tempo, obtemos a resposta que viver viver nem sequer 1/10 do nosso tempo real vivemos, 9/10 são passados a trabalhar e a dormir! Então e na sua realidade, se não vivemos 9/10 da nossa vida porque é passada em “obrigações” socialmente correctas, podemos dizer e afirmar que vivemos 9/10 de uma morte oferecida pelas moralizações sociológicas da nossa sociedade!
E viver uma moralização socialmente correcta sem ver o nosso rebento virar homem, e perder a única fase de vida inocente do nosso mais puro milagre, é o mesmo que afirmar que morremos dolorosamente como que enforcados por uma necessidade obrigacional que teima em não nos finalizar de uma vez, morremos nas mãos de uma necessidade obrigacional simplesmente sádica e inimiga da vontade de simplesmente viver.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Evolução


O que preciso é de me sentir como nunca senti, ou melhor, como um dia pude saborear esse sentimento mas que não saboreio mais, um sabor que já não passa pelo simples facto de não sentir o que pude um dia sentir… Uma força, um aperto, um muro de entre os braços por mim apertados, um bater, um bater forte num peito que teimava em esconder o rosto quando corria do medo que me fazia sentir este medo, este simples medo que hoje sinto! Hoje esse peito não existe, não tem o bater que tinha, acho que não bate mais ou pelo menos eu não o oiço como ouvia dantes, se ainda bate então o vento leva cada compasso, cada toc toc toc, cada ritmo certo da sua segurança impenetrável. Quem ousaria um dia dizer que hoje já não conseguiria falar mais contigo, ouvir os teus conselhos outrora deixados ao acaso? Quero-os ouvir, escutar como escutava dantes, quero ter o poder de decidir quando e como o mundo anda, gira, vive, como o mundo tem ou não o direito de me magoar com o teu afastamento! Se existisse algo que me tornasse imortal, até paranormal, seria a necessidade simples de te olhar novamente, correr para os teus braços sempre abertos e aconchegar o meu rosto sempre assustado no teu peito e ouvir o eterno, toc toc toc do teu coração, no mesmo ritmo que me acalmaria e me levaria a saborear novamente a simples chuva de inverno que hoje já nem quero mais escutar!

“Tu és forte isso passa! Demora, mas passa…!”

Forte? Eu? Quem disse isso certamente mentiu, certamente não está bem a par da realidade dolorosa que se torna cada acordar meu, cada despertar, cada olhar enfadonho no meu espelho matinal… Forte? Nunca… Nunca o fui, tremi sempre a cada roncar do trovão, a cada explosão do céu como que gritando toda a sua glória… Um céu ao qual não olho mais, um céu que me custa ver cada pedaço do seu azul, ou da sua estrela cintilante que teima em brilhar como que sorrindo pela felicidade que hoje simplesmente me enraivece… Raiva… Sim, isso sim, uma raiva simplesmente poderosa que me leva a vontade de uma vingança eterna, de uma vingança simplesmente sangrenta, quero levar a milha lágrima e cruza-la com o sangue de quem ma fez derramar… TOC TOC TOC… Agora soa o meu coração como que batendo os tambores de caça, tornei-me no predador, tornei-me naquilo que eu nunca conheci… A Raiva, a doce e suave sensação da raiva, de uma raiva que me eleva nas vontades que nem a minha boca se atreve a prenunciar com medo que só o seu simples facto de soletrar possa causar o maior dos pecados! O meu consciente constrói cada frase com banhos de sangue, rios de sangue simplesmente entornados num corpo que nunca me disse nada, sofrível, maquiavélico, demoníaco… Tudo misturado naquele corpo por si só inundado no seu próprio sangue, sem qualquer razão aparente para ninguém, mas que a mim me eleva ao elixir do centro espiritual, que me leva o sorriso de raiva estampado no meu rosto… Evolução, simples evolução de um ser fraco e manipulável para um ser que se defende e conquista cada pedaço do seu próprio ser… Uma conquista da necessidade simples de se sentir… Ahhhhh, grito como que acumulando a força que ganhei em mais um corpo desnudado e ensanguentado, uma força nova, um homem novo, uma raiva simplesmente eterna que disputa cada espaço no meu corpo!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

???

A infelicidade existe na inteligencia de tentar ser feliz!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Interpretação das questões

Existem perguntas que não devem ser interpretadas, apenas vividas, sem sequer sentir os motivos dos porquês! A interpretação das perguntas pode levar ao desespero das respostas, de respostas que ansiosamente possam ser pretendidas sem se dar tempo a que elas possam aparecer espontaneamente… A pretensão das respostas é naturalmente humano, é uma simples necessidade de saber se o que queremos ou estamos a fazer é o certo, é simplesmente o que nos fará bem, mas, e se a resposta não tiver que ser imediata? E se a resposta for uma necessidade lógica e intemporal? Então aí as certezas iriam tornar-se incertezas, ou não fossem elas já uma incerteza de qualquer felicidade… A necessidade de saber que a aposta que se faz é a aposta certa leva ao erro de simplesmente não apostar sem qualquer certeza, e o que hoje pode ser certo amanha pode nem sequer coexistir na sua realidade, tornando-se numa decisão obsoleta com a qual teremos de viver! Na incerteza das respostas às minhas perguntas surge a necessidade simples de somente viver, viver em busca de uma resposta totalmente intemporal, de uma resposta que simplesmente me possa levar ao tão desejado “nada”, um “nada” cheio de tudo, de todas as certezas que nunca poderão ser certas. O destino é o mapa, é o rumo que deverá ser correcto ou transposto, mas não o que obrigatoriamente terá de ser percorrido, os caminhos são vários, nós temos o poder de decidir qual o caminho que escolhemos, mas então e as certezas que esse caminho é o correcto? Não existem, ou melhor, nem poderão existir, caso contrário o certo tornar-se-ia errado e o errado tornar-se-ia certo e nesse simples instante todas as questões não existiriam mais e como tal deixaria de fazer qualquer sentido a busca incessante às suas respostas! A interpretação das questões mais simples, levaria também á simplicidade das próprias respostas ou motivos que nos levaram a questionar esse mesmo “porque”, qualquer momento poderá ser considerado “mágico” desde que seja levado na sua total inocência, agora, se nos esforçarmos a tentar perceber o seu real motivo, esse mesmo momento poderá ser levado com incoerente, infantil e inoportuno, mesmo que estas três palavras juntas possam ser designadas como espontaneidade a qual me levaria novamente á palavra mágica… Existem possíveis decisões baseadas em pensamentos, em escolhas oportunas de desejos físicos e não sentimentais, obviamente que isso existe, contudo não poderemos nunca solicitar que essas mesmas escolhas possam perpetuar todas as restantes escolhas… Certamente que poderia escrever mais mil uma palavras, escrever mais mil texto ou até mesmo um livro inteiro que em nada, nem mesmo a mim, mudaria a vontade de interpretar todos os porquês da vida, muito menos os porquês do “amor”…

Na nossa mais pura inocência, por vezes deparávamo-nos com aquela pergunta mágica: “Gostas de mim?”, e na sua mesma inocência eis que automaticamente dava-mos três possíveis respostas: “sim, não ou talvez?”, e nesse mesmo instante eis que morria o nosso bilhetinho mágico. A nossa interpretação da nossa dura questão era somente o sim ou o não porque raramente a resposta “talvez” era dada. Hoje, passados alguns anos, a experiencia diz-me que a interpretação é levada á palavra talvez, pelo simples facto de ser a palavra que melhor se enquadra em tudo! Mas nunca que será a mais pura, apenas a mais socialmente correcta!

A necessidade de nos sentir-mos concretizados nasce da próprio medo de falhar, no medo que sentimos naquele instante de meros segundos em que tudo pára á nossa volta, e é nesse milésimo de segundo que eis que surge todos os “porquês”, desde os mais simples aos mais complexos, mas os mesmos eternos “porquês”… Na nossa simples fantasia criamos mundos paralelos aos que na realidade vivemos, transformamos esse nosso mundo imaginário num mundo simples e perfeito obrigando-nos a viver nessa mesma condição no nosso mundo real, essa obrigação leva-nos a criar o medo em falhar, e esse mesmo medo leva-nos a querer efectuar sempre as escolhas certas e de preferência da forma mais simples. E essas preferências pelas escolhas simples criam a complexidade da interpretação das questões, das questões intemporais que apenas têm de ser vividas e não interpretadas.

domingo, 11 de outubro de 2009

Amar com necessidades?

Amar com necessidades? Não sei o que significa, mas cada vez mais creio que possa ser algo que se conjugue correctamente, devem ser duas opções que se completem, estilo vinho tinto e velas, filmes e chuva, frio e cobertores! Tal como tantas outras conjugações que possam ser possíveis, mas creio que, possivelmente e certamente errado, conjuguei o meu amor com uma necessidade que seja somente a de amar, nunca subjuguei o meu sentimento a uma casa maior ou um carro melhor, a minha necessidade é a de somente ser amado e a de poder amar… Tudo para alem disto será certamente um necessidade “incoerente” á palavra amor!
Hoje, escutei que por vezes não se pode apaixonar por quem não nos pode dar um estilo de vida a que estamos habituados, mas como é que poderei então seleccionar de quem gosto, terei alguma tabela, algum padrão? Nunca que percebi bem a minha necessidade primitiva de poder gostar, aliás, poderia dizer até que no escuro, e enquanto os nossos corpos estão nus, é quando se aumenta a chama do saber que te quero, é nesse instante que o mundo por mais frio que seja não me poderá simplesmente fazer desistir de ti… Mas, somente de ti, sem qualquer artefacto ou dote, apenas porque é de ti que nasce a minha necessidade! Talvez a minha realidade seja a de um mundo simples e incorrecto, mas é nesse erro de vivencia que teimo em viver!
E enquanto estas longe teimo em olhar novos paraísos, novas pastagens, novos mundos. Teimo porque me custa somente lembrar da tua imagem, e das saudades que se provocam aquando do sentimento que delas advém. Sonhar contigo é como entrar numa batalha que não poderei nunca ganhar, que simplesmente perderei a cada dia que passa. Sonhar contigo, é o punhal que se espeta no meu sentimento de somente não querer sonhar, de querer simplesmente viver…
Amar com necessidade… do que se trata? Poderia dizer que se trataria de qualquer coisa, que se trataria de uma simples vontade… mas qual? Quando se ama o mundo parece virado do avesso, parece que simplesmente o mundo não existe mais como o pintamos ou até como o sempre idealizamos, querer que esses sentimentos não aconteçam é o mesmo que não querer amar, é o mesmo que simplesmente desejar estar parado numa auto-estrada a contar cada carro que passe, a pensar para onde é que irão, qual o seu destino, sem nunca no entanto delinear um destino nosso, sem nunca sequer sonhar com o que poderíamos ou não viver…
Mudar o meu mundo por alguém? Isso seria mudar-me completamente, e isso não faria nenhuma relação eterna, muito pelo contrário! Isso levaria ao sufoco indesejado… Amar é aceitar quem se ama pelo que é, pelo que sempre foi, não porque somente tem uns bonitos olhos ou um corpo inteiramente interessante… Amar é somente amar, sem explicações nem razões, amar, amar é o sentimento que simplesmente faz com que todos os outros se sintam menorizados e inferiores… Amar? Amar é a simples tecla que te leva o sorriso ao rosto!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um Sonho, um Desejo, um "All I need is..."

Um sonho alto e descabido, um sonho que voa em horizontes que nunca terminarão, um sonho que procura algo mais que si mesmo, um sonho, apenas um sonho… Um sonho de miúdo, de um miúdo já crescido, talvez graúdo, mas eterno miúdo, um sonho inocente tal como qualquer desejo de um sonho de criança, mas simples, sem complicações e ao mesmo tempo tão fácil de subtrair das raízes incandescentes das certezas que uma criança tem! Sonho a cores, cores vivas e brilhantes, talvez até florescente, cores que prendem os olhos com correntes imaginadas pelo nosso subconsciente, cores berrantes e vivas, cores, muitas cores que simplesmente tendem em pintar o sonho em tons que me levem a sonhar cada vez mais! Sonho de cheiro a bolos, bolos caseiros acabados de fazer, bolos da mãe, daqueles bolos que ainda esfumaçam o seu cheiro a canela misturado com maça, o seu cheiro de simplesmente ansiedade de poder saborear cada fatia do bolo acabado de fazer… Sonho, sonho de sonhos, um simples e complicado sonho, um sonho de uma vida sonhada em quinze minutos, um sonho de um segundo sonhado por uma vida inteira… Sonhos, simplesmente sonhos!

Um Desejo, um desejo inconfundível, um desejo de apenas querer o sabor da minha vontade, de uma vontade insaciável… Um desejo inviolável, um desejo de sensações que me prendem a desejar cada vez mais, um desejo que me leva ao querer estar ao teu lado, como o Outono do Inverno… O desejo de te querer, de viver contigo tudo o que quero viver… Um desejo escondido por entre as chuvas e as folhas castanhas caídas das árvores a quem um dia juraremos a nossa cumplicidade, a nossa parceria eterna. Desejo de um sonho, um desejo de criança, um desejo de muito querer, um desejo eterno. Um desejo que me leva até ao fundo, que me eleva, um desejo de vontades próprias e quereres absolutos como que levando até ti todo o meu melhor, todo o meu ser. Que desejo, que leveza da incerteza de querer desejar cada vez menos e de sonhar cada vez mais este desejo! Um desejo de incertezas absolutas das minhas irreais ansiedades, das minhas reais fantasias… Apenas mais um desejo, um desejo apenas de uma vida que desejará ainda mais desejos para sua vontade, desejos de tanto desejar!


E dizes que “All I need is love”?

Prefiro dizer que “ All i need is someone to receive my love”…

Porque desejo e sonho por encontrar quem seja o baú que contemplara cada pedaço do que eu consiga dar, do que eu conseguir desejar e sonhar em conjunto…

domingo, 4 de outubro de 2009

Não sou Homem de remoer o passado...

Não sou Homem de remoer no passado, não sou desse tipo, se calhar infelizmente ou quem sabe felizmente… Mas a verdade é que sinceramente não sou desse género!
Sou de sentimentos sinceros e explosivos, quando digo é porque sinto-os não porque queira apenas dizer, mas, se existe coisa de que eu não gosto é de me sentir magoado, mas também que gosta? Olhar um presente descabido, é o mesmo que oferecer corda a quem deseja se suicidar, são incompatíveis, nunca que deverão ser postos em conjunto!
Hoje presenciei duas situações muito próximas deste meu passado presente, e se existe coisa que sou é um “complicado descomplicado”… Duas situações, dois mundos, dois Sóis, tão distantes e tão perto um do outro, e sinceramente, eis que surge algo inesperado de mim… Nem estive para ali virado… Falei como duas pessoas amigas, como adulto que afinal sei que sou! Sem “ses nem meio ses”, sem “mas…”, sem nada que se poderia subjugar a um eu que levaria logo a sua imaginação ao seu passado presente! Eis que “puff” não vivi nenhum passado, agi com a naturalidade e tranquilidade que desconhecia em mim… E se ofendi alguém, peço desculpa não foi minha intenção, só que sinceramente, apercebi-me na certeza absoluta que não sou Homem de remoer numa ferida que já sarou!
Estranhamente, mesmo que pareça contraditório, direi que sim, existe quem mexa ainda comigo, mas afirmo que não, não pretendo estragar nada que possa existir por uma, ou mais uma aventura, ou até mesmo “Tentativa”… Já não quero tentar mais nada, agora quero e preciso de certezas, e ninguém tem noção do como isto que estou a dizer se torna estranho de ouvir da minha boca, ninguém tem mesmo essa noção!
Eis que a humanidade tem tendência a crescer, e eu estou nessa fase de ilusão mágica, nessa fase de crescer, sem imagem exterior (apesar de a imagem ser o nosso primeiro feitiço) apenas com o intuito de saber a veracidade de qualquer sentimento, o receber a mensagem ao começar o dia, a mensagem ao adormecer, receber simplesmente uma mensagem só pelo simples facto de que alguém se lembrou…
“Loves not a competition but im winning”, frase citada pelos Kaiser Chiefs, estranha? Até que pode ser mas é a pura e dura realidade… Já ganhei muitas competições nesse jogo, mas neste momento quero-me reformar simplesmente com alguém que me entenda, com alguém que queira estar comigo pelo simples facto de “Sim”….

Todos anseiam pela sua cara metade, mas o que torna alguém a nossa cara metade? Simplesmente creio que nada! Não existe uma tabela que se possa cumprir criteriosamente para que se possa ser a cara metade de alguém, simplesmente se é pela nossa maneira de ser, de interagir com a “determinada” pessoa… Não é necessário se forçar nada, isso é pura imagem irrisória de uma palavra que se distorceu com o decorrer dos anos, a palavra “Amor”…
Se gosto de ti? Claro, nem sejas tonta a pensar o contrário, mas se… Não quero responder a mais nenhuma pergunta, quero simplesmente desfrutar do meu crescimento, dum crescimento que nem eu tinha notado… Afinal crescemos a cada dia que passa!

Agora, agora tenho as minhas sobrinhas e a minha afilhada, essas são as minhas paixões, são essas as mulheres a quem tenho que agradar, não preciso de agradar a mais nenhuma, com todas as restantes, bem isso serei eu naturalmente natural, no real sentido da palavra “verdade”…

E se te magoei por não ter dado a atenção merecida, bem, isso é algo que não posso fazer nada, não fui eu que assim quis… Estranho… Tu Tu e Eu no sentido oposto!

A verdade esteve sempre á frente dos teus olhos, sempre fui este ser que se intimida com facilidade e que ama apaixonadamente cada sentimento novo… O problema é que nunca ninguém entende o real sentido da palavra “adoro-te” ou até mesmo da palavra “amo-te”, não entendem por ser uma palavra banal, mas isso, bem, isso já não é um problema que me assiste, poderá sim, ser um problema que te assiste a ti, ou a quem nunca to disse com o verdadeiro sentido da palavra, mas não a mim!

Simplesmente porque sou um Homem que não remexe nas feridas do passado, sorrindo para qualquer pessoa do passado que ainda queira fazer parte do presente, agora, bem agora é simples, mundo novo vida nova, certo?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amor com amor? Amor não compatibiliza com amor…

O amor é um sentimento estranho, um sentimento que parece não existir, um sentimento que parece com o vento, vem e vai, vai e vem… O amor não se compatibiliza com outro amor, chocam, não é possível qualquer união é como o azeite e a água! O amor tem necessidade de ser único, não permite que possa existir algo que se iguale a si, algo como outro amor! Se o casal estiver ambos com um “amor” de iguais proporções, surge a necessidade de um tentar ser mais que o outro, e vice-versa, e nessas tentativas torna-se no exagero, no sufocar de sentimentos.
O amor necessita de ser único, onde apenas um tem de sentir necessidade de conquistar e o outro de ser conquistado, é neste jogo que simplesmente a verdade amorosa se inicia… Existe sempre alguém que precisa e alguém que simplesmente não pode mostrar que precisa!
O amor nunca que se irá compatibilizar com o amor do seu parceiro! O amor é como um filho único, tudo gira á sua volta, tudo é direccionado para si mesmo…