terça-feira, 22 de junho de 2010

Esquizofrenia

Seria a morte o caminho sinuoso mais fácil de ser alcançado para que o descanso fosse realmente sentido? Morrer trás-me ás lembranças frases que eu próprio não mais consigo apagar, a morte leva-me a caminhos que outrora já percorri e daí memorizei cada traço desse caminho pisado por mim. 
Viajei por estradas sinuosas que me levaram a ostracizar o que nunca percebi, deixei levar-me por descobertas outrora vangloriadas por personagens que nunca da minha história fizeram parte, personagens que nunca desenhei, personagens que nunca no meu estado lúcido ou flutuante dei vida sequer! Sinto que por vezes sou mais que uma pessoa apenas, sou um "eu" de várias cores e de vários feitios, um "eu" que se ilude com o  brilho mais esbelto e um "eu" que ao mesmo tempo amolece aquando do brilho mais sincero!
Desenhei mais um rabisco num pedaço de papel, num papel achado de entre um bolso que nem sabia sequer que podia existir, desse papel soltei um sol, um brilho, um rasgo de vida que nunca mais se endireitou, dessa vida suou a noite, abrilhantou-se de dizeres e vangloriou-se de factos de que nunca eu próprio teria tido imaginação para sonhar sequer... Personagens que criei por forma a não dar a morte à personagem que eu nunca consigo controlar, a minha própria personagem, a personagem que eu encaro nos momentos lúcidos e de realidade constante. 
Sonho um dia em conseguir acordar e reabilitar-me das toxinas da vida que me intoxicam o espírito e o desviam do seu caminho correcto, do caminho que pode um dia levar-me à felicidade que de certa forma nunca vivi ou sequer descobri! 
Sonhar, será que os sonhos são mais uma das minhas personagens? Dos sonhos que sonho são poucos os que me lembro, mas dos que me lembro tento transformar-los em conquistas de uma vida vazia de adrenalina e sinceridade, elevo o transporte da angústia como uma tocha nos Jogos Olímpicos, a tocha que deverá iluminar cada passo que darei ao encontro do que já não me lembro, do que perdi de mente pelas histórias duplicadas das personagens que ganharam vida própria sem que eu próprio me apercebesse, das vidas que criei com o único sentido de nunca morrer, de me tornar eterno por entre os desejos daqueles que um dia se lembrarão de cada um de mim mesmo!

Seria a morte o caminho mais acertado?

Nunca o saberia responder mesmo que soubesse todas as respostas, pois a sabedoria total nem no seu condão da plenitude me traria o sorriso, aquele sorriso sincero que aparece quando nos acontece quando nada estava previsto, quando tudo é ao acaso. Somo mais um dia, um dia sem descanso, um dia que me escondo da verdade de cada uma das minhas personagens que nunca dei vida mas vivem dentro de mim sem autorização.Sombrio? Demasiado sombrio para meu próprio espanto mas, sinceramente, anseio o que nunca me esqueci de sonhar, e espero que mesmo com sofrimento, possa voltar a sorrir num daqueles dias que de certa forma serei apanhado ao acaso!

Medo

Hoje do pouco que me entendo descobri que tenho e posso ter medo, aquele medo de viver despercebido e esquecido por entre os espaços das mensagens que não recebo, dos olhares que não troco e da vida que não vivo. Hoje do muito que nada sei, aceitei o medo de ter medo, de crescer por entre os espaços vazios da vida que me resta, do sussurrar que liberto ao ventos que me desprezam e aos dias que passam sem eu dar conta. 
Medo, medo de crescer e ser adulto, da responsabilidade que dai me é implícita, um medo ofegante que sinto e não consigo largar, um medo de deixar de sorrir quando o sorriso por vezes falha... Falo mais alto quando a razão assim me desconhece, quando me perco no momento em que deveria saber continuar pelo caminho desalinhado... Não sei como e porque me sinto como se estivesse ao lado de água e não soubesse eu nadar, morrendo por isso de sede, de uma sede eterna de quem espera sobreviver com uma vida de sorrisos e glórias impossíveis de alcançar.
Sonho perdido de menino virado em angustia de homem crescido, de um homem que cresce sem que possa ou não transparecer a imagem do que de certo modo adquiriu, envelheceu talvez mesmo da imagem de quem amadureceu com o tempo que já passou! 
Medo, sinto um medo de estar preso ao preconceito do tempo para sorrir, do sorriso com determinado tempo e de saber que nada me faz o que outrora pensei eu próprio poder fazer sozinho... A felicidade que sinto sem ser possível ser feliz transborda pelas sombras que me perseguem nos dias e noites mais calorentas, sombrias e invioláveis, noites que parecem estar protegidas por entrelinhas que se aprisionam das lágrimas que não derramo, dos suspiros que já não dou e das histórias que já não vivo.
Dizer que sim quando seria um não a ser dito, tentar-me esquecer do que simplesmente não esqueço, sorrir, sorrir por entre sorrisos cínicos que deixo que saiam para que ninguém se aperceba que já não sei mais sorrir... Disso tenho medo, já não sei superar a necessidade de me proteger, medo, medo de errar superficialmente das memórias se vão apagando por si mesmas, melhor, que eu vou apagando para que me esqueça do que é ser realmente feliz! 
Hoje esqueço-me do que é ser realmente feliz, esqueço-me para que possa também esquecer do medo que tenho em não o conseguir ser!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Teoria parte 2...

De todas as certezas que temos quais serão as mais certas?  Ás escondidas da sabedoria que me aprisiona posso sentir que os sentimentos são pelo menos das mais incertas, seria a dúvida da clarividência uma dúvida cliché? De todos os sentimentos existentes posso afirmar que o amor à primeira vista é dos que mais acontece aos olhos nus de quem experimenta, a sua pós-consequência é que pode ou não derivar de um amor unificado entre os dois elementos necessários para que tal aconteça. Do que se precisa hoje para amar? Eu respondo a simples e verdadeira "Insegurança", isso mesmo, INSEGURANÇA, nada do que é seguro é amado, tudo se desvanece por entre nevoeiros e fantasmas da "facilidade" do próprio relacionamento, tudo o que é fácil e pronto é também monótono e com pouco teor de paixão... Deixaram de ser necessários "cavalheirismo" e actos "principescos", isso torna o cena de actuação numa cena tipicamente desproporcionada ao próprio desfecho... Ninguém quer-se sentir seguro e quando se sente procura a ambição do explorar novos horizontes, novas histórias e novas virtudes que daí podem ser vividas... Somos uma espécie de exploradores de sentimentos, e quando afirmo o somos refiro-me não só a homens como também a mulheres, poderei talvez até utilizar o Homens de H grande! Nos relacionamentos a que proporciono experiências únicas e destemidas da minha própria vontade, ou seja, daqueles que ganham vida e autonomia própria são os que de alguma forma mais "luta" e concorrência originaram, é necessário o certo requinte da conquista bilateral, do jogo de charme, do cantar do pavão... Mas a conquista deverá prosseguir de acordo com o até então encontrado, é talvez um jogo de braço de ferro a ver quem verga ou cede primeiro, e é aí que se encontra a necessidade de ser visto e de ver, sem falsidades e sem falsos moralismos... Todos procuramos o par ideal para organizar e manter uma relação, mas não podemos nunca nos sentir seguros, essa segurança explicita assusta e afasta o romantismo de cada acto, de cada cena ou de cada passagem! A transposição de elevada segurança e de elevada necessidade é vista e interpretada como necessitada doentia e não de preocupação, os Homens na cumplicidade amorosa passaram a ser egoístas na decisão de amar e como amar... Deixou de se haver relações de crescidos para existir apenas jovens adolescente de 30 anos a querer ter mais uma aventura de explorações dos seus próprios sentimentos sem que nada nem ninguém possa-se intrometer. Pena? Não deixamos-nos de nos conhecer como um todo e passamos a conhecer-nos somente a nós próprios... Justo? Nunca em lado nenhum se leu que o amor era justo, mas é desta forma que é jogado e como tal tem de se obedecer ás suas próprias regras!




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sábado, 19 de junho de 2010

Tempo


Relógio, Ponteiros, Números, o eterno tic tac tic tac...

Horas, Minutos, Segundos que correm no eterno tic tac tic tac...

Tempo, um tempo que se desperdiça na sua passagem, um tempo eterno que se perde na eternidade de me esquecer. Tempo, tempo de sobra que nunca sobra, o tempo a mais para quem não usufrui e a menos para quem precisa. Tempo, tempo que passa e não espera, tempo que acaba sem nunca sequer chegar ao fim, ao meu fim, ao fim da linha que não existe mas que se sente, aquele sentimento que se guarda por tempo indeterminado pela ânsia de se apagar no tempo... Tempo, tempo e mais tempo. Tempo que vejo passar aquando desabafo sozinho por não ter tempo para desabafar com ninguém, tempo que se mistura com falta de tempo, tempo de te ver e para não te ver... O mesmo tempo que passa e não se esquece, tempo de se esquecer o que nem sequer se passou, tempo forjado por entre tempos perdidos, tempos de sobra e tempo que sempre escapa. O tempo de angustia que me eleva ao tempo desperdiçado, ao meu tempo aplicado e esquecido. Sem tempo e com tempo de morte para que a morte chegue, sem tempo de viver morrer e sonhar, tempo, palavra que me faz sofrer, palavra que me contabiliza os segundo, minutos e horas que passam sem te ver! Tempo que nunca se esgota mesmo após a minha morte!

Tic tac tic tac...