sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

só porque sim...

Passou algum tempo desde que deixei aqui algumas ou nenhumas palavras, mas a verdade é que senti o rodopiar do carrocel na minha vida, giro, gira, volto a girar e acabo sempre por passar nos mesmos pontos onde já tinha partido antes. Segredar sem voz, é como o sentir algo que simplesmente se desconhece... Como? A verdade é que nem eu tão pouco saberia responder. Catalogar "amor" é diferente de catalogar "amar", ambas serão certamente da mesma família, contudo, e sem explicação superiormente divina a separação é feita por somente algumas ideias estáticas que não conseguimos tão pouco desvendar!

Ser assertivo nas escolhas é algo com que nos preocupamos, é algo como que, "pão prá boca", no sentido de necessidade obrigatória, na ênfase do poder mostrar que somos capazes de chegar mais além! Contudo, e maioritariamente essas escolhas, assertivas, não são tão pouco correctas, são até por vezes inconcebíveis e incoerentes de homem para homem.

Mas a verdade é que tão pouco consigo dar ou redigir qualquer esclarecimento sobre a mesma, e hoje, certamente que hoje não consigo nem seques florear certas palavras que tanto desejaria, por isso, deixo somente um excerto do meu livro preferido...

"O Alquimista - Paulo Coelho"

 "Quando todos os dias ficam iguais, é porque deixamos de perceber as coisas boas que aparecem em nossas vidas."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E se um dia...

E se um dia todo o meu corpo desaparecesse?

Deixasse de existir como um simples fumo que se dissipa no crescente continuo do espaço?

A quem faria eu falta?

Que marcas deixaria eu para que pudessem um dia olhar e vangloriar-se na perspectiva de uma mudança para  melhor?

Ninguém...

Somos servos de uma neutralidade que nos afunda no individualismo seco e inglório, somos simples sombras de sombras de outro alguém, somos vento, somos um mero grão de areia que se mistura com milhões de grãos de areia por este mundo, somos apenas e somente o número do nosso documento de identificação.
Pensei eu um dia ser um guerreiro, ser um Samurai e defender a minha honra porque seria dela que me chegaria o meu respeito próprio, o respeito da própria vida por este seu servo. Pensei eu um dia agarrar todos os desafios que chegassem até mim, agarra-los e vence-los com a dignidade e honestidade que apenas um Samurai conseguiria transmitir. Acordar, respirar o pouco vento que chega até mim, seguir e aperfeiçoar cada movimento, obrigar-me à entrega total pelo prefeccionismo do meu combate, da minha arte. Pensei eu um dia conseguir ser o que sempre desejei ser, um Samurai que olha em torno do mundo com o respeito que o próprio mundo merece, que olha e respeita o inimigo, porque também o inimigo é filho e rebento da Natureza, da mesma Natureza que o gerou a também. Pensei eu um dia ser esse Samurai, travar as minhas batalhas no limite da própria exaustão e sorrir quando tombar, sorrir porque cumpri o dever de honrar o meu nome. Mas, apenas sonhei, e um sonho é apenas um sonho, e o que pensei eu poder vir a ser um dia, certamente não passará de um pensamento, de uma imagem que poderei guardar... Nunca serei o Guerreiro que mudará seja o que for, nunca serei mais que uma sombra das sombras de outras pessoas, nunca serei mais que um mero número impresso no documento que simplesmente me identifica e me dá identidade! Nunca serei aquele Guerreiro, aquele Samurai, que pensei um dia vir a ser.
Isto porque morro nas sombras dos pensamentos, destes pensamentos que me matam, e que me destróiem de uma forma lenta e dolorosa!

Isto, apenas porque um dia sonhei que poderia ser o que nunca foi traçado para mim!



sábado, 23 de outubro de 2010

Nascer, acto que simplesmente tem o seu destino traçado, não o entremeio do caminho mas sim o destino final. Nascer é o acto de coragem mais forte que se sente, é dele que nasce a sensação vitoriosa de ser-mos os mais fortes, de ser-mos os eleitos entre milhões!

Do raciocínio que vou tecendo por entre as teclas de um sistema, que em nada me traduz a sensação de paz, vou desabafando os segredos e jornadas de uma história que nem sequer tem sentido. O caminho que percorro é todo ele cheio de erros e devaneios, cheio de buracos e indecisões... 
Perco-me das ideologias que me vão crescendo pelo tempo que eu próprio vou crescendo, o envelhecer transforma-me num ser tenebroso de sensações e prazeres únicos, o valor atribuído aos bens que me vão sendo apresentados, são deveras mais importantes que a própria nota ou moeda da economia que nunca existiu em mim!
Deixo o ser que vivia em mim, deixo-o abandonado e perdido pelos espaços, um vagabundo,  um tormento para a sociedade que habita dentro do meu corpo.
Confuso?
Certamente a confusão que imagino é somente a que perco na confusão das certezas que vou gerando.
E isso, isso é o que me faz continuar por amor, amor a mim, a minha vida, amor a nunca desistir da batalha que um dia consegui conquistar o direito de a batalhar!






quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eu acredito...

Da noite para o dia, julgo no senso comum das minhas decisões, determinei a vontade de acreditar, acreditar nas coisas, nas pessoas, nos desejos e vontades, determinei em mim uma decisão de simplesmente acreditar em tudo o que respire e não respire, em tudo quanto brilhe e em tudo o que seja fosco... Acreditar no mero sentido da sua essência. Acreditar só porque se acredita, sem questionar, sem duvidar das palavras que oiço ou dos actos que vejo! Que sorte, poder acreditar em tudo outra vez, que sorte em ser novamente puro ao ponto de não ver maldade em nada do que se possa fazer, tudo natural, tudo puramente natural!
Da noite para o dia senti essa necessidade em acreditar em tudo, em acreditar que as mudanças são feitas por nós, que as escolhas são direccionadas e dirigidas pelo nosso costume, em suma, que poderei acreditar apenas ouvindo o ancião de um povo que de certa forma já o deixou de ouvir, eu quero acreditar nas suas sábias palavras, sentar-me e ouvir as delicias que ele tem para dizer, beber a sua sabedoria sem questionar somente porque vivo num mundo informatizado em que o pensamento que já não usamos nos é resolvido por uma máquina, uma mera peça fria que não respira o sentimento que nós tendenciamos a respirar mas que de certa forma tentamos asfixiar!
Da noite para o dia, na noite fria de inicio de inverno, quis acreditar novamente nos sentimentos que nos eram transmitidos e nos valores que nos eram incutidos enquanto jovens, enquanto jovens inocentes que nunca souberam ao certo o poder que tinham e têem nas mãos... Quero acreditar de certa forma que esses sentimentos e valores ainda existem, que não se perderam, que andam somente escondidos e que mais cedo ou mais tarde voltarão para mostrar toda a sua força e todo o seu esplendor!
Da noite para o dia toda a essência de uma realidade se transformou, mudou de sentido, toda uma imagem que parecia a certa, a correcta, tornou-se na obsoleta ideia de ver as coisas enquanto um Homem que não sente que não possui qualquer consciência, e nessa noite, nesse caminho em que a noite vira dia, a consciência que pensava errada mostrou-me a necessidade de repensar as escolhas que já tinha escolhido, criou-me a necessidade voltar a viver pelos velhos costumes, aqueles costumes que pensei nunca um dia virem a ser precisos!


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Confusão...

Seria demasiado óbvio que depois de tantas luas passarem ao meu lado pudesse hoje ficar confuso? Sentado, um café, um amigo, uma conversa, um momento de dilacerações da minha mente, apenas e somente uma confissão. Falo apenas de erros, pesados erros que cometi no infortúnio tempo de uma adolescência que de certa forma sempre foi absorvida por erros! Erros de que hoje me lamento, erros que simplesmente pensaria certamente em os corrigir se isso fosse colocar novamente o sorriso no meu rosto, egoísta? Certamente que sim, transporto o sentido do egoísmo na tentativa de uma felicidade que teima em fugir por entre espaços que não consigo transpor para a tentar novamente apanhar… Seria mesmo o bloqueio de uma comparação desajustada a uma natureza que fez de mim quem hoje sou? Serão os parâmetros de comparação tão injustos que me entreguem ao sufoco da solidão? Serão esses parâmetros do mais cruel que exista para quem se aproxima? Sinto-me por vezes uma animal selvagem, ferido, magoado, com medo de tudo e de todos, com a sensação que tudo o que de bom aparece mais tarde dará a machadada final, uma machadada que deitará por terra todo o esforço que despendi para me ver crescer novamente, um esforço que despendi inutilmente pois nunca cheguei a lugar algum com tanto esforço. Serro os dentes enraivecido como se de certa forma a culpa deste meu pesar fosse de alguém a quem não consigo deitar as culpas, como que querendo arranjar um culpado, e o único culpado que arranjo não passa apenas de uma sombra desbravada por memórias, por memórias que nunca as tive, que nunca presenciei, que nunca vi em forma ou relato próximo. Queria esquecer os meus tormentos, os meus suspiros perdidos em lençóis com cheiro a amaciador, um cheiro doce que por si só já me enjoa de tão suave que me tenta parecer… Confuso? Com que direito poderei eu estar confuso quando jogo com o tabuleiro da minha vida, com peças de vidas que de certa forma se prenderam às minhas regras, a estas regras tão inúteis que me trazem somente o suspiro das minhas desilusões!

Distúrbios, na minha mente desarrumada e perdida de bons costumes, distúrbio de expressão que simplesmente se prendam no invicto espaço temporal de uma sensação que teimo em tentar esquecer e não consigo. Terei perdido eu a real noção do amar? Poderei ter eu perdido o poder de amar, de gostar? Sombras, sombras cinzentas que teimam em pairar na minha cabeça, que me sufocam a cada instante, que me prendem no raciocínio inglório do que é certo ou errado, do que posso ou não fazer, do que simplesmente penso! Terei eu tanto a dizer que nunca o conseguirei dizer? Confuso, extremamente confuso, uma confusão que me afoga nas verdades que não sei distinguir do seu anonimato!



segunda-feira, 4 de outubro de 2010

E agora?


Questiono-me no leito da minha cama aquando da hora de deitar…


E agora?


Será este o meu último sonho? Terei eu lugar a sonhar por entre os esforços de sorrir novamente?


E agora?


Nada sei, não sei o que sou, não sei o que vivo ou como vivo sequer… Do meu corpo nasce o pecado que acende a vela da ressurreição, acende a vela como que fazendo uma mera transacção comercial…


E agora?


Quem sabe ou saberá? Quem poderei eu achar por entre a neblina que paira diante dos meus olhos, e que simplesmente me ofusca e turva toda e qualquer visão real do aparato que simplesmente me cega, quem poderei eu achar e invocar as explicações de todos os meus porquês?


E agora?


Nada de nada, somente um nada redondo que se escreve de forma desafiadora, um nada implícito na sensação de ser somente ar, um ar que seja necessário a alguém!


E agora?


Esqueço os porquês… esqueço os “agora” e deixo que o vento me transporte como que voando num papagaio de papel, sonhando por entre as nuvens de todas as imagens e feitios.


E agora?



Deixo o tempo passar, continuo deitado e aguardo calmamente para que seja entregue o passe para te voltar a ver, sei que me receberás de braços abertos, nesse recanto tão nosso que existe dentro de mim. Sonhar contigo é como sonhar com o mais belo paraíso… Agarrar-te é o meu desejo, cheirar o teu perfume é o calcanhar de Aquiles…

Sombras, sombras cinzentas que se juntam em torno da minha imagem e do meu ser, nuvens que simplesmente se deslumbram com todo o sentido nato de vida, salteadores de paixões, de amores, salteadores de sonhos e promessas que não mais poderá cumprir. Então aguardo, aguardo pela morte, aguardo pela certeza dura e crua que de certa forma somente ela me trará.

 
 

desamparos...

Durante algum tempo assumi a necessidade de autoflagelo como uma necessidade absoluta para que pudesse simplesmente ser o mais forte, ser o elo predominante numa sociedade que de pouco se assemelhava à minha imagem. Continuei na puberdade da ignorância adolescente, tentando mostrar a todos que estavam enganados acerca das opiniões já formadas de uma criança, que até então evoluiu fisicamente e pessoalmente. A minha autoconfiança foi determinante para a derradeira derrota que abriguei nos braços durante períodos em que me via como eterno vencedor, quando na verdade, apenas perdia cada batalha em que entrava. Chamei diversos nomes a essas derrotas, amadureci velhos defeitos para que as derrotas soubessem sempre melhor do que simplesmente o eram, utilizei os defeitos como quando alguém que não sabe cozinhar utiliza as natas para tornar comestível algo que simplesmente é intragável no seu primeiro sabor! De diversas páginas que escrevi sobre mim, nunca escrevi nenhuma que dissesse o que perdia por cada vitória conquistada, nunca mencionei que o sabor da vitória era dissipado pelos efeitos duradouros dos sabores negativos que advinham com aquela felicidade momentânea. O custo dessa vitória era de valores incalculáveis, tinha um custo real muito acima do que eu poderia pagar, mas, tal qual um inconsciente ser humano que aprende algo novo, subestimei a necessidade da aprendizagem desse novo ensinamento, achei que poderia fazer tudo pois já sabia dominar tal sabedoria, enchi de tal forma o peito de um ego impossível que o peito deixou-se rebentar por si só… Morrer no desamparo da imaginação leva a que os meus súbditos pensamentos sejam de sofrimento, de um sofrimento acumulado em décadas de evolução pessoal, em décadas de negação social de mim mesmo para com o mundo. Se morrer, a certeza é que a morte me levará, um dia morrerei, morrerei sozinho aconchegado pelas sombras de uma vida inteira de batalhas que venci sem nunca ter vencido realmente, sem a possibilidade de errar, é que morrerei um dia, e quando morrer desejarei não sentir qualquer angústia por me faltar dizer seja o que for a quem quer que o mereça ouvir. Fecho os olhos, imagino os rostos que me querem bem, os rostos que ao meu lado permaneçam nesta batalha de derrotas incessantes, de derrotas que teimam em não acabar… Serro o rosto aclamando que passe o desejo de deixar de sonhar, já sem imaginar recordo os rostos que fui deixando para trás de uma história que gostaria de apagar, quereria apagar as vitórias, essas sim fazem-me sofrer bem mais que as derrotas, as vitórias que festejei e que hoje não posso festejar, é essa a dor que me deixa angustiado…

Deixo voar os pensamentos, deixo-os voar seguindo o voo migratório das aves que deixaram de passar na minha janela, deixo que os sonhos as procurem e espalhem a magia por alguém que ainda possa sorrir, que salvem algo que em mim já ninguém mais pode salvar.

Sento-me, olho pela janela o mundo incontornável, o mundo imparável… O mundo que não pára, que nunca deixou de evoluir, o mundo que por si só é individualista e frio, um mundo que não se preocupa com mais ninguém a não ser com o seu próprio trajecto. Olho, deixo-me regalar com cada segundo, respiro, suspiro fundo por aqueles segundos que vão ser eternos, expiro, morro sozinho e prisioneiro de uma vontade de ter sido o que não fui, de ter vivido o que não vivi e de ter voado com os meus sonhos quando ainda era possível.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sonhar...

Por vezes sonhar alto é como sonhar em ser o que nunca se foi, o que se quer ou tenta vir a ser. Ser Sonhador de palavras impróprias a uma realidade que de nada tão pouco possam ser reais possam ser verdades, é como deitar água num desenho de carvão, é como esborratar de sofrimento a folha branca que outrora foi algo mais que um borrão!
Querer sonhar implica própriamente sonhar, e sonhar implica não viver o sofrimento que nos é transmitido para viver, possibilitando uma possível revolução interior dentro de nós! Quem soube um dia sonhar, decerto que já não o saberá mais, definhou-se numa morte lenta de sonhos e promessas de um dia vir a viver o dia-a-dia do sonho que outrora sonhou...
Já não, já não consigo mais enriquecer a mente com sonhos, com palavras oriundas de um futuro distante, de um futuro tão longínquo que de certa forma nunca chegará junto de mim!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quem diria...

Quem diria um dia que eu seria somente ar, ar que se respira sem fazer falta, que se respira pela simples acção de respirar. Dessa respiração que me atormenta solto o espírito que já esperava ansiosamente para se libertar do corpo, desta sua prisão de angústia e anseios, de medos e vontades inúteis de ser mais do que algum dia poderia vir a ser. Acordar sem sensação de falta é acordar com a sensação de ter errado no caminho das escolhas efectuadas, no caminho que aceitei percorrer sem que tivesse a certeza de um dia vir a conseguir terminar o seu percurso… E na verdade foi mais um dos caminhos que não consegui terminar, um dos caminhos dos quais fiquei a meio, ou mesmo no inicio do seu trajecto.



Quem diria um dia que eu sonharia em não deixar as ilusões de alguém desprotegidas, que não pretenderia magoar ou apagar os sonhos de alguém sem serem os meus? Acordar nos teus braços foi bom, já não o consigo achar da mesma maneira, já não consigo suportar o medo que me impões sem te aperceberes, medo, medo de achar que sim quando no fundo é um não que acho, medo do não que digo quando possivelmente até seria um sim o que teria de ser dito! Já não acho nada mais, perco tudo, não sei jogar mais a esse jogo que todos querem e sabem jogar, eu perco a cada lançamento de dados, a cada carta dada…



Quem diria um dia que eu seria o primeiro a perceber quando as coisas devem ser paradas, quando as coisas devem ser travadas para que ainda se preserve o pouco do muito que sinto, tenho tanto para dar mas não chega a encher meio copo do copo que me entregas para encher… tenho menos para dar do que tu tens para receber, sei, sei que isso tornará na amargura da tua dedicação e posteriormente se tornará também no declínio da palavra “nosso”. Dessa palavra que já empregámos mas que de certa forma não consigo mais empregar, magoa-me a mim saber que o teu mar tem mais caminhos para percorrer mas que de algum modo não os consigo navegar por ignorância da minha pessoa!



Quem diria que tu sabes o que eu não sei, quem diria até que eu seria o primeiro a dar-te razão, quem diria o que disse quando eu fui o primeiro a desdizer tais angustias de promessas não declaradas? Declarar palavras sem sentido, não obrigado! Prefiro não as pronunciar e afogar os seus sentidos no meu peito e na saliva que engulo a seco! Sonho são apenas sonhos, nada mais, deixarei de fazer sonhar alguém com palavras que não posso nem consigo mais transformar em promessas infinitas, deixarei de sonhar também, deixarei de usar argumentos que possam ser utilizados sem razão nata da sua explicação!



Quem diria…



Quem diria um dia…

 
 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Perdida a guerra à nascença...


Hoje poderei querer morrer, morrer sem derrota, morrer como se morresse numa guerra que nunca vencerei por mais batalhas que um dia possa vencer, os olhos atraiçoam mais que qualquer momento, atraiçoam como que amordaçando os pensamentos que se sentem a cada dia que nos faz acordar para mais uma batalha! A história, essa persegue-me deixando-me sem forças para que possa de qualquer forma atacar em qualquer frente, hoje senti-me sem frentes, sem passadeiras, sem qualquer brecha que pudesse de certa forma encaminhar um possível contra ataque a tal sofrimento que me tem acompanhado. Sinto que estarei a ser seguido por uma nuvem negra, carregada de angustia e sofrimento que espalhará toda a sua força nos meus olhos, fazendo-os chover à sua imagem, fazendo-os gritar no seu silencio de que tudo se encontra à sua mercê, à sua vontade, que nem eu nem ninguém será mais que um mero pião no seu tabuleiro de xadrez. Hoje senti que de certa forma até o ser imortal se torna mortal um dia, que os olhos cansados e o sopros tremidos podem um dia acabar apesar do que penso nunca acontecer... Sinto-me como se a cada dia que passa perdesse mais um pouco do que me faz ser quem sou hoje, sinto que posso perder, que afinal ninguém ganha, que no fundo nunca existiu nenhum vencedor!
Sobrepus o que sentia mantendo a cara serrada para cada batalha, mantive-a feroz tal qual samurai que se prepara para mais um episódio épico da sua curta vida. Hoje tornei-me  fraco, tornei-me um subordinado, hoje fiquei como que nada, senti-me nada, senti-me novamente impotente perante toda a sua força... Pensaria nada mais que nada em saber como te ajudar, actuaria sem hesitar em qualquer frente, guerrilhando perante qualquer nuvem que se atrevesse a atravessar este caminho por nós construído, este caminho que construíste sozinho para que de certa forma eu aqui chegasse perante ti, perante toda a tua sabedoria e ensinamento.
Acredito que estas batalhas não são vossas, são minhas...
Acho que tenho algo que me persegue e que desconfio que nunca saberei o porque! Sinto-me como se nunca nenhum combate me fizesse erguer qualquer vitória perante o adversário que eu próprio desconheço... Por mais combates e por mais vitórias a guerra será sempre ganha pela "velha senhora"!



Dedico-te hoje o que sinto pela presença da minha impotência...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Lembranças

Hoje dedicaram-me uma música, uma lembrança de menino, dedicaram-me uma saudade do tempo em que simplesmente o tempo nem sequer existia, um tempo que tudo era bom sem nunca ser perceptível, em que tudo o que acontecia e me fazia sorrir era porque tinha de ser e nunca porque a felicidade tinha batido naquele instante neste corpo incrédulo e cego! Ao ouvir a música retrocedi os ponteiros do relógio, do maior que tinha junto a mim, retrocedi para que eu próprio pudesse retroceder no tempo, retrocedi os ponteiros mas não retrocedi o presente, esse avançava independentemente dos ponteiros que eu teimava em atrasar, avançava correndo cada segundo no seu preciso movimento... Saudade dos meus três anos, da minha infância, dos teus abraços e do que simplesmente representavas, saudades, tamanhas saudades que quando penso ainda me destruo de pensar no que simplesmente poderia estar a viver ao teu lado, destruo-me pelas saudades que sinto, pelas saudades que apertam o meu peito de tal forma que espremem as gotas de lágrimas que pensava já estarem extintas do meu corpo! Pensar em ti é pensar em toda a felicidade que já não tenho, que gostaria de ter mas que simplesmente perdi sem poder sequer achar novamente, perdi-te por entre os ventos que sopraram naquela noite em que simplesmente não consegui adormecer... Estranho... Estranho como uma simples  música pode puxar sentimentos que escondemos, pode puxar as lágrimas que já não derramamos... Estranho... Estranho como uma música que já nem sequer me lembrava que existia poderia ser tão influente em mim, poderia ser tão poderosa ao ponte de me derrubar! Lembrei-me de imensos tempos, tempos que voltaria a viver se eu próprio pudesse viver, ao ouvi-la senti-me como o enforcado, com a corda no pescoço à espera do golpe de misericórdia que tarda em chegar!


Tempos, lembrei-me do tempo em que nem sequer havia tempos, em que tudo era feliz e puro, em que o tempo se baseava somente na claridade do sol, em que o tempo eras tu quem o delineava, em que o tempo era medido pelo tamanho dos teus abraços, tempo, esse tempo que já não vivo, esse tempo que me faz falta, esse tempo que perdi sem ter opção de o poder voltar a achar... tempo... tempo... Tempo que não te dei e hoje me arrependo, o mesmo tempo que passei e sorri contigo, o mesmo tempo que voltaria a viver se conseguisse retroceder os ponteiros do maior relógio que habita na minha casa!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Esquizofrenia

Seria a morte o caminho sinuoso mais fácil de ser alcançado para que o descanso fosse realmente sentido? Morrer trás-me ás lembranças frases que eu próprio não mais consigo apagar, a morte leva-me a caminhos que outrora já percorri e daí memorizei cada traço desse caminho pisado por mim. 
Viajei por estradas sinuosas que me levaram a ostracizar o que nunca percebi, deixei levar-me por descobertas outrora vangloriadas por personagens que nunca da minha história fizeram parte, personagens que nunca desenhei, personagens que nunca no meu estado lúcido ou flutuante dei vida sequer! Sinto que por vezes sou mais que uma pessoa apenas, sou um "eu" de várias cores e de vários feitios, um "eu" que se ilude com o  brilho mais esbelto e um "eu" que ao mesmo tempo amolece aquando do brilho mais sincero!
Desenhei mais um rabisco num pedaço de papel, num papel achado de entre um bolso que nem sabia sequer que podia existir, desse papel soltei um sol, um brilho, um rasgo de vida que nunca mais se endireitou, dessa vida suou a noite, abrilhantou-se de dizeres e vangloriou-se de factos de que nunca eu próprio teria tido imaginação para sonhar sequer... Personagens que criei por forma a não dar a morte à personagem que eu nunca consigo controlar, a minha própria personagem, a personagem que eu encaro nos momentos lúcidos e de realidade constante. 
Sonho um dia em conseguir acordar e reabilitar-me das toxinas da vida que me intoxicam o espírito e o desviam do seu caminho correcto, do caminho que pode um dia levar-me à felicidade que de certa forma nunca vivi ou sequer descobri! 
Sonhar, será que os sonhos são mais uma das minhas personagens? Dos sonhos que sonho são poucos os que me lembro, mas dos que me lembro tento transformar-los em conquistas de uma vida vazia de adrenalina e sinceridade, elevo o transporte da angústia como uma tocha nos Jogos Olímpicos, a tocha que deverá iluminar cada passo que darei ao encontro do que já não me lembro, do que perdi de mente pelas histórias duplicadas das personagens que ganharam vida própria sem que eu próprio me apercebesse, das vidas que criei com o único sentido de nunca morrer, de me tornar eterno por entre os desejos daqueles que um dia se lembrarão de cada um de mim mesmo!

Seria a morte o caminho mais acertado?

Nunca o saberia responder mesmo que soubesse todas as respostas, pois a sabedoria total nem no seu condão da plenitude me traria o sorriso, aquele sorriso sincero que aparece quando nos acontece quando nada estava previsto, quando tudo é ao acaso. Somo mais um dia, um dia sem descanso, um dia que me escondo da verdade de cada uma das minhas personagens que nunca dei vida mas vivem dentro de mim sem autorização.Sombrio? Demasiado sombrio para meu próprio espanto mas, sinceramente, anseio o que nunca me esqueci de sonhar, e espero que mesmo com sofrimento, possa voltar a sorrir num daqueles dias que de certa forma serei apanhado ao acaso!

Medo

Hoje do pouco que me entendo descobri que tenho e posso ter medo, aquele medo de viver despercebido e esquecido por entre os espaços das mensagens que não recebo, dos olhares que não troco e da vida que não vivo. Hoje do muito que nada sei, aceitei o medo de ter medo, de crescer por entre os espaços vazios da vida que me resta, do sussurrar que liberto ao ventos que me desprezam e aos dias que passam sem eu dar conta. 
Medo, medo de crescer e ser adulto, da responsabilidade que dai me é implícita, um medo ofegante que sinto e não consigo largar, um medo de deixar de sorrir quando o sorriso por vezes falha... Falo mais alto quando a razão assim me desconhece, quando me perco no momento em que deveria saber continuar pelo caminho desalinhado... Não sei como e porque me sinto como se estivesse ao lado de água e não soubesse eu nadar, morrendo por isso de sede, de uma sede eterna de quem espera sobreviver com uma vida de sorrisos e glórias impossíveis de alcançar.
Sonho perdido de menino virado em angustia de homem crescido, de um homem que cresce sem que possa ou não transparecer a imagem do que de certo modo adquiriu, envelheceu talvez mesmo da imagem de quem amadureceu com o tempo que já passou! 
Medo, sinto um medo de estar preso ao preconceito do tempo para sorrir, do sorriso com determinado tempo e de saber que nada me faz o que outrora pensei eu próprio poder fazer sozinho... A felicidade que sinto sem ser possível ser feliz transborda pelas sombras que me perseguem nos dias e noites mais calorentas, sombrias e invioláveis, noites que parecem estar protegidas por entrelinhas que se aprisionam das lágrimas que não derramo, dos suspiros que já não dou e das histórias que já não vivo.
Dizer que sim quando seria um não a ser dito, tentar-me esquecer do que simplesmente não esqueço, sorrir, sorrir por entre sorrisos cínicos que deixo que saiam para que ninguém se aperceba que já não sei mais sorrir... Disso tenho medo, já não sei superar a necessidade de me proteger, medo, medo de errar superficialmente das memórias se vão apagando por si mesmas, melhor, que eu vou apagando para que me esqueça do que é ser realmente feliz! 
Hoje esqueço-me do que é ser realmente feliz, esqueço-me para que possa também esquecer do medo que tenho em não o conseguir ser!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Teoria parte 2...

De todas as certezas que temos quais serão as mais certas?  Ás escondidas da sabedoria que me aprisiona posso sentir que os sentimentos são pelo menos das mais incertas, seria a dúvida da clarividência uma dúvida cliché? De todos os sentimentos existentes posso afirmar que o amor à primeira vista é dos que mais acontece aos olhos nus de quem experimenta, a sua pós-consequência é que pode ou não derivar de um amor unificado entre os dois elementos necessários para que tal aconteça. Do que se precisa hoje para amar? Eu respondo a simples e verdadeira "Insegurança", isso mesmo, INSEGURANÇA, nada do que é seguro é amado, tudo se desvanece por entre nevoeiros e fantasmas da "facilidade" do próprio relacionamento, tudo o que é fácil e pronto é também monótono e com pouco teor de paixão... Deixaram de ser necessários "cavalheirismo" e actos "principescos", isso torna o cena de actuação numa cena tipicamente desproporcionada ao próprio desfecho... Ninguém quer-se sentir seguro e quando se sente procura a ambição do explorar novos horizontes, novas histórias e novas virtudes que daí podem ser vividas... Somos uma espécie de exploradores de sentimentos, e quando afirmo o somos refiro-me não só a homens como também a mulheres, poderei talvez até utilizar o Homens de H grande! Nos relacionamentos a que proporciono experiências únicas e destemidas da minha própria vontade, ou seja, daqueles que ganham vida e autonomia própria são os que de alguma forma mais "luta" e concorrência originaram, é necessário o certo requinte da conquista bilateral, do jogo de charme, do cantar do pavão... Mas a conquista deverá prosseguir de acordo com o até então encontrado, é talvez um jogo de braço de ferro a ver quem verga ou cede primeiro, e é aí que se encontra a necessidade de ser visto e de ver, sem falsidades e sem falsos moralismos... Todos procuramos o par ideal para organizar e manter uma relação, mas não podemos nunca nos sentir seguros, essa segurança explicita assusta e afasta o romantismo de cada acto, de cada cena ou de cada passagem! A transposição de elevada segurança e de elevada necessidade é vista e interpretada como necessitada doentia e não de preocupação, os Homens na cumplicidade amorosa passaram a ser egoístas na decisão de amar e como amar... Deixou de se haver relações de crescidos para existir apenas jovens adolescente de 30 anos a querer ter mais uma aventura de explorações dos seus próprios sentimentos sem que nada nem ninguém possa-se intrometer. Pena? Não deixamos-nos de nos conhecer como um todo e passamos a conhecer-nos somente a nós próprios... Justo? Nunca em lado nenhum se leu que o amor era justo, mas é desta forma que é jogado e como tal tem de se obedecer ás suas próprias regras!




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sábado, 19 de junho de 2010

Tempo


Relógio, Ponteiros, Números, o eterno tic tac tic tac...

Horas, Minutos, Segundos que correm no eterno tic tac tic tac...

Tempo, um tempo que se desperdiça na sua passagem, um tempo eterno que se perde na eternidade de me esquecer. Tempo, tempo de sobra que nunca sobra, o tempo a mais para quem não usufrui e a menos para quem precisa. Tempo, tempo que passa e não espera, tempo que acaba sem nunca sequer chegar ao fim, ao meu fim, ao fim da linha que não existe mas que se sente, aquele sentimento que se guarda por tempo indeterminado pela ânsia de se apagar no tempo... Tempo, tempo e mais tempo. Tempo que vejo passar aquando desabafo sozinho por não ter tempo para desabafar com ninguém, tempo que se mistura com falta de tempo, tempo de te ver e para não te ver... O mesmo tempo que passa e não se esquece, tempo de se esquecer o que nem sequer se passou, tempo forjado por entre tempos perdidos, tempos de sobra e tempo que sempre escapa. O tempo de angustia que me eleva ao tempo desperdiçado, ao meu tempo aplicado e esquecido. Sem tempo e com tempo de morte para que a morte chegue, sem tempo de viver morrer e sonhar, tempo, palavra que me faz sofrer, palavra que me contabiliza os segundo, minutos e horas que passam sem te ver! Tempo que nunca se esgota mesmo após a minha morte!

Tic tac tic tac...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ser Cliente...

Do segredo de nada fazer nasce a vontade de não fazer nada sequer! As vontades implícitas em esperar que tudo se conjugue à nossa frente são demasiado moralistas para sermos nós a tentar desvendar qualquer questão pertinente que não seja servida como obstáculo. Nascemos para ser “clientes”, ter a razão quando a razão não nos assiste só porque “o cliente tem sempre razão”, o moralismo implícito no desejo de que alguém trabalhe ou pense por nós é tão intenso que nem sequer pensamos no que podemos devemos ou quiçá temos o direito de falar aquando do nosso estado como “clientes”.

As normas estabelecidas como regras a cumprir deixam de ser regras caso o cliente assim o entenda, pois o cliente tem sempre a razão e se tem a razão tem de a fazer cumprir de forma explícita à sua vontade! Somos clientes com razão em toda a nossa evolução, quer profissional quer pessoal, só o facto de se ter razão já nos faz sentir como no momento do mais intenso clímax… Um cliente que não tenha razão é como um rei que não tem forma de reinar, torna-se inútil… A razão transmite o poder de ser o suposto “macho alpha” numa discussão, dá o poder de decidir quando se começa e se acaba uma “argumentação não lógica” por qualquer das partes…

Hoje ser cliente obriga a um certo e determinado respeito por quem o esta a servir, mas em contrapartida garante ao cliente o direito de ser “estupidamente” grotesco e ignorante, isto porque o cliente decide simplesmente se as normas de uma instituição se adequam ou não no funcionamento que ele próprio desconhece totalmente. A ignorância implícita no raciocínio de quem pode ter ou não razão leva o incrédulo cliente a afirmar e subjugar inteligências e raciocínios de quem o atende, tudo e sempre em nome da velha teoria de que “o cliente tem sempre razão” ou não fosse essa a máxima força de funcionamento de uma sociedade feita e construída por cliente!

“Hoje funcionário amanhã cliente serás” este ditado não existe neste contexto mas podia muito bem adequar-se uma vez que na pele do cliente sofrível tornamo-nos num cliente ainda mais complicado de digerir por quem nada tem com o que de passado se gerou!

O nosso egoísmo leva-nos sempre a:

“CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO”

Será?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Teoria...


As marcas eternas são deixadas nos animais com ferro quente, as nossas marcas desaparecem simplesmente com o lavar dos cestos da vindima! Agora o que fica em nós é a sensação do que tivemos e não soubemos aproveitar ou o que simplesmente não nos deixaram aproveitar! Segredos guardados em formas de marcas e teorias que elevam cada dia ao seu dia mais bonito, ao sorriso de vitória quando ultrapassado, quando vencido o desespero de uma acto inédito ao próprio ser!
Guia-me... Guia-me e deixa-me ser guiado para que marques mais o que não dá para ser marcado!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Provavelmente


Mesmo erro, mesmo presente envenenado com que me presenteiam, dificuldade em acreditar no que posso ou não ter... O que oiço nem sempre pode ser verdade, pois o mesmo que oiço hoje torna-se na cruel mentira que jamais deveria ter ouvido! Para variar não soube contrabalançar os pesos das decisões, acreditando na palavra sussurrada por entre suspiros... Querer-te tornou-se na imensa decisão de te tentar esquecer, quem sabe se cometo o mesmo erro outra e outra vez? Eu não sei o que me espera, talvez esse seja o verdadeiro segredo do destino, a incerteza do que nos pode calhar, a verdade que se esconde por entre espelhos, esses espelhos que se manifestam imitando todas as expressões que tento não ver. Tudo me faz relembrar o que por vezes pode não ter existido, ou se existiu deixei de o entender... Deixei de perceber os sinais que de pouco me valeram desta vez! De predador virei presa, virei alguém que se perdeu no caminho do que por vezes não se deve caminhar, um caminho sinuoso e instável, um caminho que nos teus braços sussurrava a simples estabilidade inexistente que pensava poder conseguir de ti! Nada se sente sem ser verdade, o que por vezes nos passa à frente dos olhos são sombras incrédulas do que poderia um dia chegar a ser , visões de sonhos derramados por entre sensações que tanto esperamos por ter, sensações que nos elevem a universos nunca doutra forma alcançados... Do teu corpo li a tatuagem que te marca, essa borboleta com rosto de tigre, dois animais que em nada se completam, são opostos, como duas personalidades totalmente distintas... O Tigre, o verdadeiro e sincero predador, aquele que se mostra ás suas presas para que em nada se sintam enganadas, e a Borboleta, a doce e meiga borboleta, aquela que se esconde nas suas cores, que se esconde nunca mostrando as suas verdadeiras intenções... Da tua tatuagem ainda não decifrei qual és, só sei que simplesmente transferiste tão rapidamente a tua marca para o meu corpo... Sonhos? Já não, simplesmente já não sei sonhar mais, já não sei como sonhar! Saber sonhar tornou-se no meu próprio sonho!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sem duvida

Nem tudo o que se quer se tem, e o que se tem por vezes não se quer!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Uma mentira nunca fez mal a ninguem!


Será a verdade mais valiosa que uma mentira?

Do conceito simplista e uniforme aconselhamos a verdade á mentira, mas, e quando a mentira é dita? Será errado utilizar sempre a mentira?

No leito da tristeza uma mentira pode por vezes ser uma luz ao fundo do túnel, pode ser a lufada de ar fresco que faltava naquele espaço de ar pesado e cansado. Por vezes uma mentira pode levar a sinceridade do que sentimos ao redor do que a verdade pode algum dia alcançar, a mentira pode nem sempre ser uma “má” mentira, será?

Crescemos com a razão lógica do “mentir é feio” e do “quem mente não vai para o céu”, mas e se a mentira que dissermos fizer algo de bom por alguém? Serei eu condenado por fazer esse bem? Serei eu sacrificado pelo bem de outra pessoa? Nesse caso o sacrifício por alguém sem segundas intenções não é uma coisa boa? E com coisas boas não vamos para o céu? A mentira neste caso virou um purgatório, um meio entre o bem e o mal, ficou no intermédio do que a razão conhece ou tão pouco desconhece! Poderemos nós nos desculpar pelo facto de o desconhecimento não poder ser levado como uma mentira? Nós vivemos numa área extrema de desconhecimento, vivemos na perspectiva das suposições e possibilidades, precisamos de viver com algo que nos sirva de apoio, mas, será esse apoio também uma mentira?

Nós vivemos numa apoio que dura á mais de dois mil anos, dois mil e dez para ser mais preciso, um apoio que move montanhas e multidões. Vivemos constantemente uma crença que tão pouco pode ser mentira. Ao longo de um percurso vivido desde a infância até á actualidade é-nos incutido a imagem do paraíso, mas será esse mesmo paraíso uma verdade?

Imaginando o seguinte cenário:

No leito da morte de um ente querido, que já sem forças resiste a cada segundo agarrando a nossa mão, ouvimos a seguinte frase:

“Tenho medo, tenho medo do que vem a seguir…”

Como é que poderíamos reagir?

Na primeira opção escolherei a verdade.

Levando a cabo a nossa aprendizagem certamente que nos tornaríamos brutos e insensíveis, mas ao menos tínhamos sido verdadeiros e nessa verdade resultaria uma frase de “apoio” idêntica a esta:

“Estás a morrer, não tens mais nada com que te preocupar!”

Esta é a pura das verdades, mas será a mais correcta? Podemos nós ser tão correctos ao ponto de retirar a ultima lufada de felicidade que resta a quem nos pediu apoio? Será que esta verdade nos tornaria mais merecedores do chamado “Paraíso”?

Como segunda opção vem a mentira:

Automaticamente crucificada á nascença surge a frase de “apoio” aprimorada, falseada, quiçá até distorcida idêntica a esta:

“Não te preocupes, vais ingressar numa viagem bem melhor do que a que viveste até agora, vais correr por entre prados verdejantes, vais reencontrar as pessoas de que tinhas saudades, essas vão estar a tua espera para te abraçar e mostrar tudo o que de bom existe no paraíso. Vais para um lugar cheio de amor, felicidade, vais para um lugar onde o mal não existe, para um lugar maravilhosamente mágico!”

Certamente esta seria a primeira a ser escolhida por nós, mas, certamente também será aquela que mais mentiras emprega, ou que mais suposições pinta! Esta frase levaria a cabo a criação em cadeia de uma rede de mentiras que se alargariam por entre os diálogos mantidos pelas duas pessoas… As perguntas começariam a surgir e como respostas mais mentiras seriam dadas, mas o sorriso seria automaticamente esboçado no rosto de quem mais precisa!

A escolha deixou de ser lógica para passar a ser complexa, qual a possibilidade de a mentira ser tão má assim? Então afinal pode existir mentiras sãs?

Incrivelmente num dos exemplos que dei, existe a expressão:

“…vais ingressar numa viagem bem melhor do que a que viveste até agora, vai correr por entre prados verdejantes, vais reencontrar as pessoas de que tinhas saudades, essas vão estar a tua espera para te abraçar e mostrar tudo o que de bom existe no paraíso…

Este excerto encontra-se no exemplo utilizado para dar um réstia de esperança através de uma mentira, contudo, refere no mesmo sitio que só podemos encontrar se formos verdadeiros e dissermos que:

“Estás a morrer, não tens mais nada com que te preocupar!”

Estranhamente usamos o termo da verdade para nos levar a um local que simplesmente falamos quando utilizamos expressões incorrectas derivadas da mentira, o que nos leva a um interregno de decisões e de conflitos de assertividade emocional. Por outras palavras ficamos balançados num meio que não reside em nenhum lado?! Nesse caso a pergunta mantêm-se, pode ou não pode existir mentiras sãs? Serão todas as mentiras más?

E neste baralhar de ideias, poderei eu dizer que a “fábula” da religião cristã é uma mentira sã? Será a nossa religião uma simples lufada de ar fresco num desespero de poder um dia morrer e tornar-se apenas numa simples memória na melhor das hipóteses? Mas se for então de que forma se pode castigar um mentiroso? Como é que alguém que mente vai ficar complexado na situação de não poder ingressar no paraíso, se, evidentemente nesta situação o mesmo nem sequer existirá?

Afinal, na realidade poderemos utilizar a expressão de quem um dia já mentiu que:

“Uma mentirinha de vez em quando nunca fez mal a ninguém!”

Será?







http://www.youtube.com/watch?v=5p0p7ppxY20&feature=related