sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ser Cliente...

Do segredo de nada fazer nasce a vontade de não fazer nada sequer! As vontades implícitas em esperar que tudo se conjugue à nossa frente são demasiado moralistas para sermos nós a tentar desvendar qualquer questão pertinente que não seja servida como obstáculo. Nascemos para ser “clientes”, ter a razão quando a razão não nos assiste só porque “o cliente tem sempre razão”, o moralismo implícito no desejo de que alguém trabalhe ou pense por nós é tão intenso que nem sequer pensamos no que podemos devemos ou quiçá temos o direito de falar aquando do nosso estado como “clientes”.

As normas estabelecidas como regras a cumprir deixam de ser regras caso o cliente assim o entenda, pois o cliente tem sempre a razão e se tem a razão tem de a fazer cumprir de forma explícita à sua vontade! Somos clientes com razão em toda a nossa evolução, quer profissional quer pessoal, só o facto de se ter razão já nos faz sentir como no momento do mais intenso clímax… Um cliente que não tenha razão é como um rei que não tem forma de reinar, torna-se inútil… A razão transmite o poder de ser o suposto “macho alpha” numa discussão, dá o poder de decidir quando se começa e se acaba uma “argumentação não lógica” por qualquer das partes…

Hoje ser cliente obriga a um certo e determinado respeito por quem o esta a servir, mas em contrapartida garante ao cliente o direito de ser “estupidamente” grotesco e ignorante, isto porque o cliente decide simplesmente se as normas de uma instituição se adequam ou não no funcionamento que ele próprio desconhece totalmente. A ignorância implícita no raciocínio de quem pode ter ou não razão leva o incrédulo cliente a afirmar e subjugar inteligências e raciocínios de quem o atende, tudo e sempre em nome da velha teoria de que “o cliente tem sempre razão” ou não fosse essa a máxima força de funcionamento de uma sociedade feita e construída por cliente!

“Hoje funcionário amanhã cliente serás” este ditado não existe neste contexto mas podia muito bem adequar-se uma vez que na pele do cliente sofrível tornamo-nos num cliente ainda mais complicado de digerir por quem nada tem com o que de passado se gerou!

O nosso egoísmo leva-nos sempre a:

“CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO”

Será?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Teoria...


As marcas eternas são deixadas nos animais com ferro quente, as nossas marcas desaparecem simplesmente com o lavar dos cestos da vindima! Agora o que fica em nós é a sensação do que tivemos e não soubemos aproveitar ou o que simplesmente não nos deixaram aproveitar! Segredos guardados em formas de marcas e teorias que elevam cada dia ao seu dia mais bonito, ao sorriso de vitória quando ultrapassado, quando vencido o desespero de uma acto inédito ao próprio ser!
Guia-me... Guia-me e deixa-me ser guiado para que marques mais o que não dá para ser marcado!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Provavelmente


Mesmo erro, mesmo presente envenenado com que me presenteiam, dificuldade em acreditar no que posso ou não ter... O que oiço nem sempre pode ser verdade, pois o mesmo que oiço hoje torna-se na cruel mentira que jamais deveria ter ouvido! Para variar não soube contrabalançar os pesos das decisões, acreditando na palavra sussurrada por entre suspiros... Querer-te tornou-se na imensa decisão de te tentar esquecer, quem sabe se cometo o mesmo erro outra e outra vez? Eu não sei o que me espera, talvez esse seja o verdadeiro segredo do destino, a incerteza do que nos pode calhar, a verdade que se esconde por entre espelhos, esses espelhos que se manifestam imitando todas as expressões que tento não ver. Tudo me faz relembrar o que por vezes pode não ter existido, ou se existiu deixei de o entender... Deixei de perceber os sinais que de pouco me valeram desta vez! De predador virei presa, virei alguém que se perdeu no caminho do que por vezes não se deve caminhar, um caminho sinuoso e instável, um caminho que nos teus braços sussurrava a simples estabilidade inexistente que pensava poder conseguir de ti! Nada se sente sem ser verdade, o que por vezes nos passa à frente dos olhos são sombras incrédulas do que poderia um dia chegar a ser , visões de sonhos derramados por entre sensações que tanto esperamos por ter, sensações que nos elevem a universos nunca doutra forma alcançados... Do teu corpo li a tatuagem que te marca, essa borboleta com rosto de tigre, dois animais que em nada se completam, são opostos, como duas personalidades totalmente distintas... O Tigre, o verdadeiro e sincero predador, aquele que se mostra ás suas presas para que em nada se sintam enganadas, e a Borboleta, a doce e meiga borboleta, aquela que se esconde nas suas cores, que se esconde nunca mostrando as suas verdadeiras intenções... Da tua tatuagem ainda não decifrei qual és, só sei que simplesmente transferiste tão rapidamente a tua marca para o meu corpo... Sonhos? Já não, simplesmente já não sei sonhar mais, já não sei como sonhar! Saber sonhar tornou-se no meu próprio sonho!