domingo, 24 de janeiro de 2010

Quando Chove


Do desespero solto o suspiro que guardei, um suspiro sincero de que pouco ou nada me soube, um suspiro que deixava a felicidade de lado, que deixava todo o seu esplendor encandear por entre as imagens que de nada sabia sentir… O sorriso habitual num rosto simples e verdadeiro passou a ser tenebroso e triste, passou a ser um sorriso desesperado por sorrir novamente. Mas eis que sorri novamente, por agora um simples sorriso, calmo e pouco vistoso, um sorriso envergonhado em brilhar, mas um sorriso, apenas um sorriso, um sorriso que apesar de tudo sorria novamente!

Começou a chover, chuva miudinha que teimava em esconder o pára-brisas do meu carro tal como o sorriso que não sorria teimava em esconder a lágrima que deseja escorrer e não escorria. De ti saberei um dia se foi o que devia ter sido, ou se simplesmente não devia, o que sei é que foi, que existes, que simplesmente nem sequer liguei… Adormeci num espaço de saber de que nada alguma vez soube, deixei de querer saber o que sempre quis e perdi-me na estrutura de uma abominação intemporal de conhecimento nulo.

Sonharia por algum motivo de que não fosse aplicável ao próprio sonho? Nem sei se sonho, se durmo realmente, ou se vivo um sonho e esqueço somente o que realmente vivo e não me lembro. Lembranças fazem-me entristecer, fazem-me querer fechar os olhos e não mais acordar, as lembranças marcam-me como uma cabeça de gado é marcada para não se esquecer de quem é o seu dono… Marcado, marcas já as tenho, marcas escondidas dentro de um ser que transpira o sentido que ninguém descobre, um sentido perdido por entre os campos alagados da chuva que cai e não se dá conta, que nunca se deu conta, uma conta que ninguém um dia sequer quis ver!

Mas chove, chovem dilúvios de dúvidas que transpiro sem suor, duvidas que se dissipam por entre os lençóis e que se formam dentro desses mesmos lençóis… Lençóis? Pedaços de panos que sabem mais da minha vida de que muitos amigos, que presenteiam e deslumbram cada pedaço da minha noite, reais confidentes dos meus sonhos e dos seu pesadelos…

Agora, agora deixo-me somente levar pela corrente da chuva, desta chuva que me dissipa todo o sentido lógico de uma razão que nunca sonhei que fosse possível de existir, mas que existe! Uma razão que existe apenas quando chove, porque somente quando chove posso me deitar e apreciar o meu tempo, porque somente quando chove oiço o meu real eu, porque somente quando chove sei que deito e aprecio toda a minha sincera personalidade, sem verões ou bronzeados, sem roupa ou modas, apenas porque simplesmente chove… Então deixa chover, que será nessa chuva miudinha que deixarei o meu rumo seguir por entre o seu real sentido!






ELI YOUNG BAND - WHEN IT RAINS
http://www.youtube.com/watch?v=-y8sy5r82iE

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A magia trás pecado!


De ti vou deixar de escrever, tornaste-te no arrependimento que eu nunca senti por ninguém, mas se for verdade, ainda bem que se tornou apenas no arrependimento! O teu nome deixou de soar como a brisa leve que nos leva por entre sonhos, realmente foste somente nada, um nada que me levou a fazer coisas que nunca tinha feito antes… E sabes que mais, soube-me muito bem saber que sempre foste o que se enterra na areia! Vivi do passado algo que o mundo te tinha mudado, passaste de princesa a um simples nada, uma nada que nem mesmo nada chega a ser. Da magia da infância que vi em ti acordei para a realidade que do tudo que eu pensava que eras nunca o foste nem por metade ou mesmo nada que se pareça! Foste somente e indubitavelmente um acto meramente sexual que se fez deslumbrar por entre um tremido tempo de coisa alguma que nunca deveria ter acontecido, possivelmente… Possivelmente nada, só tenho pena de aquela noite de somente e apenas sexo tenha sido o suficiente para não existir nada mais do que, bem, o que havia já há muito tinha morrido naquele sonho de menino de oito anos! Simplesmente estas são as últimas palavras, palavras que apresento como despedida, uma real despedida, não um até um dia, nem um até já nem nada, palavras somente de adeus, um adeus real, da realidade que tu mesmo fomentaste!

Cada qual escreve as palavras que deseja viver, a minha bíblia encontra-se em fase de escrita contínua, com palavras novas e belas… Quem eu gosto realmente estão ao meu lado, que não está é porque também já não pode, outros, bem esses outros espero que permaneçam longe, viverei cada dia com o sorriso que as minhas duas pétalas me dão, essas são a alegria da minha vida!

Tu, apenas tu… Já nada… Tu és somente a sombra que não vejo, que espero não mais cruzar! Raiva… Nada disso… Simplicidade constante de quem eu quero que fique junto do meu mais fechado círculo! Tu, hoje foste apenas uma noite interessante, um espaço de sexo, uma palavra que nem explicação em português tem, e sabes, nem quero saber, escrevo por uma questão meramente de consciência que me faz elevar a outro nível, ao nível da minha própria felicidade, as linhas com que me cozo são fornecidas por mim! E se fui o teu troféu, parabéns, porque este troféu já saiu da tua prateleira faz algum tempo!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Escolhas

Cheguei á indecisão da resposta da moeda ao ar, um mundo novo que me aguarda e espera e outro que me prende pelas simples lembranças de uma vida inteira, uma vida inteira de apenas lembranças! Lancei a moeda, das mil voltas que deu passou-se uma eternidade até á sentença, uma sentença que preferi nem sequer ver tendo apanhado a moeda e a guardado no bolso novamente para continuar a viver na indecisão dessa escolha que me elevava ao suposto Universo dos adultos… Mas não quero escolher, essa decisão transformará eternamente a actual vida, fará de mim o adulto que ainda não sou, essa decisão obrigará a que eu cresça repentinamente… Não quero escolher! Vou fechar os olhos e fingir que nada se passa, que não quero nada, que nunca nada aconteceu… Vou fingir que morri, que nem sequer vivi um dia, um dia que fosse da minha vida de lembranças. Não sei o que fazer, como fazer, o que escolher ou até mesmo como escolher, tento amordaçar a minha boca para que a mesma não diga nada que não quero escutar, não quero que ela tome decisões que não estou preparado… Se calhar chegou a hora de deixar o ninho, deixar para trás toda e qualquer protecção para me aventurar numa nova página, numa nova aventura, quem sabe? O meu sorriso aqui dificilmente voltará a sorrir, o meu sol já não brilha como brilhava, vivo sozinho numa casa cheia de gente, numa casa que oiço vozes mas que não interpreto, vivo no meu estranho mundo, um mundo que simplesmente já não me faz viver as alegrias com que sempre vivi, e agora tenho de escolher! Seriamente sou adverso às mudanças, e mudar complica a minha possível confusa consciência, uma consciência que perdi quando nada mais tinha a perder, apostei alto, apostei a minha insanidade e dela não vi qualquer fruto… Procurei tanto de tanta gente que nunca achei nada de ninguém, apenas o devaneio de qualquer louco da calçada que fala consigo mesmo todas as teorias que da sua loucura tomou conhecimento. É noite, uma noite como tantas outras, uma noite que me prende aos pensamentos que me seguem por tantas noites desde a passagem de ano. Ano novo vida nova, mas não tem de ser assim, seria tão melhor fechar os olhos e esperar que se resolvessem todos os dissabores que vivemos naquele espaço intemporal chamado Vida! Vida… Que vida esta que me foi dada, nascido para nunca perceber as questões simples, para nunca ter resposta assertiva e confiante, sinto-me como se me afogasse no meu próprio suor sem ter qualquer força para me salvar de algo ao qual nunca fui imune, a minha própria consciência me atraiçoa, tenta vigar-se de mim de algo que nunca percebi o que era!

Decisões, meras decisões que nunca consegui tomar, decisões que pesam a cabeça que se deita na almofada nas noites negras e profundas que me tem perseguido desde o nascer deste capítulo… E sinto que este virar de páginas é somente mais uma imagem do que não sei descrever mas que de certa forma sei que tenho que o viver…

Lágrima, salgada como o sabor da esperança na aventura do Oceano, do oceano que faço nascer quando peso os prós e os contras das minhas decisões, mas decido apenas que não quero ficar longe do meu elo principal, do sorriso que ainda me alegra, e nessa decisão fecho os olho e abro caminho até ti!