Do desespero solto o suspiro que guardei, um suspiro sincero de que pouco ou nada me soube, um suspiro que deixava a felicidade de lado, que deixava todo o seu esplendor encandear por entre as imagens que de nada sabia sentir… O sorriso habitual num rosto simples e verdadeiro passou a ser tenebroso e triste, passou a ser um sorriso desesperado por sorrir novamente. Mas eis que sorri novamente, por agora um simples sorriso, calmo e pouco vistoso, um sorriso envergonhado em brilhar, mas um sorriso, apenas um sorriso, um sorriso que apesar de tudo sorria novamente!
Sonharia por algum motivo de que não fosse aplicável ao próprio sonho? Nem sei se sonho, se durmo realmente, ou se vivo um sonho e esqueço somente o que realmente vivo e não me lembro. Lembranças fazem-me entristecer, fazem-me querer fechar os olhos e não mais acordar, as lembranças marcam-me como uma cabeça de gado é marcada para não se esquecer de quem é o seu dono… Marcado, marcas já as tenho, marcas escondidas dentro de um ser que transpira o sentido que ninguém descobre, um sentido perdido por entre os campos alagados da chuva que cai e não se dá conta, que nunca se deu conta, uma conta que ninguém um dia sequer quis ver!
Mas chove, chovem dilúvios de dúvidas que transpiro sem suor, duvidas que se dissipam por entre os lençóis e que se formam dentro desses mesmos lençóis… Lençóis? Pedaços de panos que sabem mais da minha vida de que muitos amigos, que presenteiam e deslumbram cada pedaço da minha noite, reais confidentes dos meus sonhos e dos seu pesadelos…
Agora, agora deixo-me somente levar pela corrente da chuva, desta chuva que me dissipa todo o sentido lógico de uma razão que nunca sonhei que fosse possível de existir, mas que existe! Uma razão que existe apenas quando chove, porque somente quando chove posso me deitar e apreciar o meu tempo, porque somente quando chove oiço o meu real eu, porque somente quando chove sei que deito e aprecio toda a minha sincera personalidade, sem verões ou bronzeados, sem roupa ou modas, apenas porque simplesmente chove… Então deixa chover, que será nessa chuva miudinha que deixarei o meu rumo seguir por entre o seu real sentido!
ELI YOUNG BAND - WHEN IT RAINS
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