segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sem duvida

Nem tudo o que se quer se tem, e o que se tem por vezes não se quer!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Uma mentira nunca fez mal a ninguem!


Será a verdade mais valiosa que uma mentira?

Do conceito simplista e uniforme aconselhamos a verdade á mentira, mas, e quando a mentira é dita? Será errado utilizar sempre a mentira?

No leito da tristeza uma mentira pode por vezes ser uma luz ao fundo do túnel, pode ser a lufada de ar fresco que faltava naquele espaço de ar pesado e cansado. Por vezes uma mentira pode levar a sinceridade do que sentimos ao redor do que a verdade pode algum dia alcançar, a mentira pode nem sempre ser uma “má” mentira, será?

Crescemos com a razão lógica do “mentir é feio” e do “quem mente não vai para o céu”, mas e se a mentira que dissermos fizer algo de bom por alguém? Serei eu condenado por fazer esse bem? Serei eu sacrificado pelo bem de outra pessoa? Nesse caso o sacrifício por alguém sem segundas intenções não é uma coisa boa? E com coisas boas não vamos para o céu? A mentira neste caso virou um purgatório, um meio entre o bem e o mal, ficou no intermédio do que a razão conhece ou tão pouco desconhece! Poderemos nós nos desculpar pelo facto de o desconhecimento não poder ser levado como uma mentira? Nós vivemos numa área extrema de desconhecimento, vivemos na perspectiva das suposições e possibilidades, precisamos de viver com algo que nos sirva de apoio, mas, será esse apoio também uma mentira?

Nós vivemos numa apoio que dura á mais de dois mil anos, dois mil e dez para ser mais preciso, um apoio que move montanhas e multidões. Vivemos constantemente uma crença que tão pouco pode ser mentira. Ao longo de um percurso vivido desde a infância até á actualidade é-nos incutido a imagem do paraíso, mas será esse mesmo paraíso uma verdade?

Imaginando o seguinte cenário:

No leito da morte de um ente querido, que já sem forças resiste a cada segundo agarrando a nossa mão, ouvimos a seguinte frase:

“Tenho medo, tenho medo do que vem a seguir…”

Como é que poderíamos reagir?

Na primeira opção escolherei a verdade.

Levando a cabo a nossa aprendizagem certamente que nos tornaríamos brutos e insensíveis, mas ao menos tínhamos sido verdadeiros e nessa verdade resultaria uma frase de “apoio” idêntica a esta:

“Estás a morrer, não tens mais nada com que te preocupar!”

Esta é a pura das verdades, mas será a mais correcta? Podemos nós ser tão correctos ao ponto de retirar a ultima lufada de felicidade que resta a quem nos pediu apoio? Será que esta verdade nos tornaria mais merecedores do chamado “Paraíso”?

Como segunda opção vem a mentira:

Automaticamente crucificada á nascença surge a frase de “apoio” aprimorada, falseada, quiçá até distorcida idêntica a esta:

“Não te preocupes, vais ingressar numa viagem bem melhor do que a que viveste até agora, vais correr por entre prados verdejantes, vais reencontrar as pessoas de que tinhas saudades, essas vão estar a tua espera para te abraçar e mostrar tudo o que de bom existe no paraíso. Vais para um lugar cheio de amor, felicidade, vais para um lugar onde o mal não existe, para um lugar maravilhosamente mágico!”

Certamente esta seria a primeira a ser escolhida por nós, mas, certamente também será aquela que mais mentiras emprega, ou que mais suposições pinta! Esta frase levaria a cabo a criação em cadeia de uma rede de mentiras que se alargariam por entre os diálogos mantidos pelas duas pessoas… As perguntas começariam a surgir e como respostas mais mentiras seriam dadas, mas o sorriso seria automaticamente esboçado no rosto de quem mais precisa!

A escolha deixou de ser lógica para passar a ser complexa, qual a possibilidade de a mentira ser tão má assim? Então afinal pode existir mentiras sãs?

Incrivelmente num dos exemplos que dei, existe a expressão:

“…vais ingressar numa viagem bem melhor do que a que viveste até agora, vai correr por entre prados verdejantes, vais reencontrar as pessoas de que tinhas saudades, essas vão estar a tua espera para te abraçar e mostrar tudo o que de bom existe no paraíso…

Este excerto encontra-se no exemplo utilizado para dar um réstia de esperança através de uma mentira, contudo, refere no mesmo sitio que só podemos encontrar se formos verdadeiros e dissermos que:

“Estás a morrer, não tens mais nada com que te preocupar!”

Estranhamente usamos o termo da verdade para nos levar a um local que simplesmente falamos quando utilizamos expressões incorrectas derivadas da mentira, o que nos leva a um interregno de decisões e de conflitos de assertividade emocional. Por outras palavras ficamos balançados num meio que não reside em nenhum lado?! Nesse caso a pergunta mantêm-se, pode ou não pode existir mentiras sãs? Serão todas as mentiras más?

E neste baralhar de ideias, poderei eu dizer que a “fábula” da religião cristã é uma mentira sã? Será a nossa religião uma simples lufada de ar fresco num desespero de poder um dia morrer e tornar-se apenas numa simples memória na melhor das hipóteses? Mas se for então de que forma se pode castigar um mentiroso? Como é que alguém que mente vai ficar complexado na situação de não poder ingressar no paraíso, se, evidentemente nesta situação o mesmo nem sequer existirá?

Afinal, na realidade poderemos utilizar a expressão de quem um dia já mentiu que:

“Uma mentirinha de vez em quando nunca fez mal a ninguém!”

Será?







http://www.youtube.com/watch?v=5p0p7ppxY20&feature=related

domingo, 4 de abril de 2010

Cinismo... Desejo... Verdade... Transparência...


“Desejo-te a maior felicidade!”


Sucumbi por entre as palavras mais cínicas que poderia encontrar, desejei o contrário do que pensava, desejei o inverso das palavras por mim pronunciadas… Não desejo o que digo, nunca o poderia desejar se eu sinto que poderias ser feliz ao lado de quem não te tem! Compreender a tua vontade tornaria completa a inércia de te afastar de mim. Sonharia? Talvez sim talvez não, mas nem só de sonhos vive o Homem, e nem de vontades são formados os sonhos. Querer-te simplesmente desmistificou a minha vontade de tentar-me descobrir a mim mesmo, quando no fundo sempre fui um autentico estranho á minha pessoa! Chove dentro do meu diminuto ser, chove de tamanha forma que me levaria a formar rios que transbordariam as minhas margens devastando todas as certezas que permaneceriam no leito do meu corpo… Suores, suores frios e destemidos, sinceros e tímidos, suores diversos que diversificam as sensações que tenho quando te vejo! Escuto, escuto silêncios que me vão absorvendo dentro e fora das minhas certezas, umas certezas tão certas como as incertezas do tempo que nunca parará. Do rosto que nego sei os contornos na perfeição, sei de cor o timbre da voz que dos teus lábios é pronunciado… Amor platónico? Quem o sabe não me diz, esconde como que guardando um tesouro inalcançável ao meu presente… Desejar-te tornaria tudo mais obsoleto, tudo mais científico e não o é… É ilusão escondida dos meus olhos, do meu ser e do meu corpo… Desejo-te a maior felicidade? Não, nunca o poderei desejar se não for comigo que a possas sentir… Egoísmo? Possivelmente será essa a palavra, mas o cinismo nunca se enquadrará na perspectiva que possuo em poder completar o lado incompleto que não une!

sábado, 3 de abril de 2010

Sono




Por momentos senti em mim qualquer coisa que já tinha sentido, que já tinha presenciado junto do meu insignificante ser, mas que por algum motivo, sem razão aparente deixei escapar. Por segundos, despertou em mim algo que possivelmente deixei adormecer, algo que de uma forma inglória não mais vivi!
Sentei-me na esperança de perceber, na esperança de conseguir compreender a razão do meu raciocínio não se enquadrar com o que os meus olhos viram e deixaram de querer ver!
O quente e dourado liquido derramado dentro do meu copo, deixava com que os sonhos fossem cada vez mais vividos, fossem cada vez mais sentidos… As lágrimas que já secas tentavam desencantar maneira de fugir, teimavam em aparecer, tardavam em sussurrar as palavras que simplesmente não desejava ouvir!
Estranhamente deixei-me cair num sono profundo de querer e saberes, num sono que ainda hoje me apresenta sonhos e pesadelos, um sono estranhamente profundo para que não possa ser chamado de realidade.